Capítulo 32

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________ Andrey Pavel

Os dias na casa da Sasha não têm sido fáceis, o desaparecimento do seu irmão deixou a família num estado lastimável, por outro lado isso nos tornou mais próximos e temos conversado constante. Estava a caminho da sua residência para manter o meu apoio a ela, ao longo do trajeto pensava em como poderia ajudar.

Mas parece que esse é daqueles casos que leva anos para ser resolvido, depois de uma ligeira revista no meu carro, um dos agentes autorizou a minha entrada. Me dirigi até onde fui informado que ela estaria, logo que me viu correu e me abraçou forte, suas lágrimas quebraram o meu coração.

Enquanto falávamos, meu celular tocou e quando vi quem era fiz cara feia, Elizandra sabe ser inconveniente, mas por ser uma pessoa educada vou atendê-la.

— Alô Elizandra, tudo bem?

— Não, quero te ver. Podes vir em minha casa?

— Estou com a Sha, agora não posso.

— Toda hora com ela, e eu como fico?

— Ficas do jeito que estas, não me força a ser grosso com você.

— Já foste, espero que o irmão dela nunca apareça, odeio ela.

Sasha olhava para mim com cara de poucos amigos, eu fiquei meio travado e a troca de olhares tomou conta do momento.

— Ela ama você?

— Ham! Sim, mas eu não sinto o mesmo.

— O que te impede?

— O amor que sinto por você.

Ela ficou surpresa ao ouvir minha resposta, apesar de rolar uma química entre nós, nunca tivemos a oportunidade de dizer o que a gente sente. Eu tenho certeza que ela gosta de mim, nota-se.

— Infelizmente eu não posso corresponder você, sua irmã e tantos outros motivos impede para que eu goste igual.

— Eu não vou desistir de você, mesmo que para isso eu tenha de lutar contra o mundo.

***

_______ Sasha Salim

De todos os sentimentos bonitos que o meu coração acolheu, este, está sendo o mais complicado para o meu descontentamento, tudo indicava para o negativismo e eu não quero ser o motivo de briga entre irmãos. Nessa hora meus olhos se encheram de lágrimas, sinto tanta falta do Dimi.

Duas semanas estão parecendo uma eternidade, minha família está aos prantos desde o seu desaparecimento misterioso, nem mesmo a polícia consegue encontrar pistas que levem a ele. Deus a de ouvir nossas orações, e dará uma luz que mostre o caminho para que ele volte a casa.

[...]

O prazo que a faculdade permitiu que eu não fosse as aulas esgotou, por essa razão estou a caminho da mesma, só que tive de ir com um agente disfarçado, para o meu desconforto. Sophie me recebeu com um abraço aconchegante, seguido de palavras de encorajamento de outros colegas, o que causou uma lágrima no canto do olho.

A mesma professora que outrora era muito arrogante e tinha me expulsado da aula, agora se tornou mais compreensível e amigável com os alunos, Dimitri soube tocar onde mais lhe incomodava. Ela ficou bem abalada quando soube, sua boceta é a que mais sente falta de certeza.

O sinal tocou terminando o tempo dela, aproveitei o intervalo para ir até ao banheiro, logo que me tranquei em um deles. Alguém fez passar um envelope por baixo da porta contendo meu nome, fiquei sem entender e meio assustada com aquilo.

Mil coisas passaram na minha cabeça, o medo de abrir era maior. Mas tenho que encarar e abri logo, no interior continha uma carta...

"Eu tenho informações sobre o paradeiro do seu irmão, mas para eu dizer a você preciso que me encontres no local onde em breve direi, esse celular será o único meio da gente se comunicar. Quando terminares de ler, destrua essa carta. Atenção, nada de polícia ou ficarás com o peso do total desaparecimento dele."

Meu Deus! Meu irmão está vivo, fiquei tão feliz e tão preocupada ao mesmo tempo, ao menos se tivesse uma foto dele atual, se pudesse ouvir a sua voz. Lágrimas caíam sem cessar, destruí a carta depois de ouvir a voz da Sophie a me chamar, guardei bem o celular e saí.

Qualquer um notaria que eu estava no choro, mas por "saber" o motivo ela evitou questionar, me envolvendo apenas no seu enlace e me ajudou a se recompor. Em seguida voltamos a sala de aula, tive mais dois tempos e depois disso voltei a casa na esperança de receber o telefonema de quem diz saber onde o Dimitri está.

Guardei o celular num local onde apenas eu podia ter acesso, em seguida fui ao encontro da minha Mãe já que meu pai precisava ir ao trabalho assinar uns contratos, os calmantes se transformaram seu melhor conforto. Ela só chorava e não desgrudava da foto do filho, ficamos a ver um monte de vídeos dos momentos em família.

As horas se passaram e ela acabou adormecendo, regressei ao meu quarto na esperança de finalmente receber uma chamada naquele maldito celular, para o meu infortúnio ele não tocou nas horas seguintes. 

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