Capitulo dois

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4 anos antes
Faculdade Salvatore

Primeiro dia! Não dormi direito por culpa da ansiedade, finalmente eu vou para faculdade depois de anos achando que eu não terminaria os estudos (mesmo sabendo que eu nunca pararia). Ouço meu pai gritar por mim e por Lizzie, estamos atrasadas logo no primeiro dia. Não que isso mude muita coisa já que meu pai é o diretor. Mas mesmo assim ele jurou que não pegaria leve com Lizzie e eu por causa disso, depois de vestir a roupa mais feia que eu tenho, já que a Lizzie pegou a que eu deixei separada um mês atrás, desço as escadas e Lizzie vem logo em seguida.

- Anciosa para o primeiro dia? - Meu pai pergunta enquanto me da um beijo na testa e pega minha mala.
- Sim! - Digo com um sorriso enorme no rosto.
- Não - Lizzie diz com uma cara fechada. - Não acredito que esqueci de comprar roupas novas, essa que eu estou usando é horrível! - Ela diz e se joga no banco do carro.
- Sabe que estamos indo para a faculdade, e não para um desfile, certo? - pergunto e vejo Lizzie me mandar um olhar mortal, sorrio inocente e a abraço. Meu pai entra no carro depois de guardar as malas e seguimos em direção a Faculdade. Lizzie e eu perdermos a primeira aula, e a próxima é só daqui 1 hora, eu aguardo do lado de fora da sala, enquanto Lizzie está por aí, provavelmente procurando algum garoto ou algum grupo de garotas pra mandar. Me perco em meus pensamentos e só depois percebo que o sinal bateu e já estão todos trocando de sala, me apresso para tentar pegar um lugar na fileira da frente mas estão todas ocupadas. Merda. Só tem um lugar disponível, e está no fundo da sala, odeio me sentar no fundo. Ignoro minha decepção e me sento lá, não olho para os lados, tentando evitar contato visual com qualquer pessoa, mas isso não funciona quando uma garota extremamente gótica se senta ao meu lado. Ela usa uma calça preta rasgada, e uma blusa de frio preta colada ao seu corpo, a calça valoriza suas curvas. Seus sapatos são de cano alto, mesmo assim ela aparenta ser menor do que eu. Ela se vira e sua expressão muda quando percebe que estou encarando, tento desviar o olhar mas é impossível. Os olhos dela são lindos.

- Penelope, por que o atraso? - desviando o olhar, ela se vira e foca na professora.
- O fato de você saber que eu não moro nem um pouco perto daqui já responde sua pergunta. - ela responde séria. Um silêncio insuportável toma a sala.
- Não poderia ter vindo mais cedo, então? - a professora pergunta também com uma expressão seria no rosto. Tensa.
- Não. - a garota responde com um sorriso arrogante nos lábios. Idiota. A professora ignora e começa a falar, não presto atenção já que tudo o que eu faço é me perguntar porque a garota ao meu lado conseguiu tanto tempo da minha atenção, por que ela é tão seria? Não sei se realmente quero saber. O sinal bate e sou a primeira a me levantar, corro para o lado de fora a procura de Lizzie. Encontro ela com um grupo de garotas que não parecem nem um pouco do estilo dela.

- Lizzie? - chamo e acabo recebendo todos os olhares do grupo em mim.
- Josie! Garotas, essa aqui é a minha irmã gêmea. - ela diz com uma expressão convencida no rosto. O grupo de meninas me olha de cima a baixo, fico envergonhada quando uma não tira os olhos dos meus. Todas se apresentam, Layla, Sofie e Hope, Hope é a garota que me encarou.
- É um prazer te conhecer. - todas elas dizem em uníssono.
- Hope! Garota por onde você andou? Te procurei a merda do dia todo. - a garota de minutos atrás aparece atrás de mim, ela já não tem mais a blusa de frio no corpo, só uma regata preta.
- Bem, estou aqui agora. - Hope diz com um sorriso pequeno no rosto. Olho para ela e percebo como ela aparenta ser legal, seríamos boas amigas. A garota que se chama Penelope passa direto por mim e puxa Hope para longe, olho para elas com uma expressão de dúvida no meu rosto, será que elas são amigas íntimas? Não é da minha conta. Minutos depois elas voltam e Hope já não tem mais o sorriso no rosto. Já Penelope, não para de me encarar.
- Bem, que tal matarmos a última aula? É o primeiro dia de vocês, não tem que fazer tudo certinho. - Hope diz e meus olhos arregalam, Lizzie abre um sorriso enorme.
- Lizzie, não podemos fazer isso! Papai vai nos matar se saber. - digo e aperto sua mão.
- E quem disse que ele vai saber? - droga, Lizzie. Passamos o dia todo em um shopping, Lizzie comprou mais roupas com o dinheiro que eu nem sabia que ela tinha. Depois tivemos que correr para chegar ao Campos antes que nosso pai soubesse da nossa "fuga". Quando chegamos lá já é tarde demais. Meu pai está enfrente a porta com uma expressão de raiva e decepção no rosto.

- Sério? Logo no primeiro dia? - ele pergunta com uma expressão indecifrável agora.
- papai, a gente... - ele nos interrompe levantando um dedo. Paramos de falar e quando estamos prestes a entrar no quarto meu pai me segura pelo braço.
- Eu tentei não fazer isso, mas como castigo, você e Lizzie não vão ser colegas de quarto. - Lizzie e eu trocamos olhares de surpresa e depois olhamos para ele de volta.
- O que? Eu vou ter que dividir o quarto com uma desconhecida? Papai você sabe que eu e Josie não podemos ficar longe da outra. - ela grita. Meu pai olha pra ela com uma expressão de divertimento no rosto.
- Na verdade, Lizzie, podem. E essa é a questão, vocês passaram a vida juntas e não sei como vão agir quando se separarem, quando eu não estiver por perto. - ele diz. Depois de 20 minutos de discussão, Lizzie desiste de tentar convencer ele a dar outro castigo. Seguimos para o quarto 450 e meu coração para quando vejo Penelope sentada na porta. Ela percebe nossa presença e se levanta rápido.
- sr. Saltzman. - ela o cumprimenta.
- Sabe que pode de chamar só de Alaric, Penelope.- ele diz e sorri. - essa é minha filha Josie, sua nova colega de quarto. - Eu e Penelope trocamos olhares surpresos.
- Ah... bem, é um prazer, Josie. - Ela estende a mão pra mim e eu retribuo o gesto, sinto uma onda de energia elétrica quando nossas mãos se tocam.
- Já vou indo, espero que vocês se dêem bem, adeus, Josie. - meu pai me da um beijo na testa e desaparece pelo corredor. Penelope entra no quarto sem dizer uma palavra. Sigo ela e vejo então que o quarto é bem maior do que eu imaginei.
- Bem, o lado direito é seu, e o esquerdo é meu. Detesto que mexam nas minhas coisas, então se você mexer em algo meu você tá morta. Eu não costumo dormir aqui todas as noites, então não se sinta culpada caso feche a porta. - Ela diz enquanto me encara com uma expressão séria. Faço menção de falar mas não consigo, ainda quero entender por que ela é tão ranzinza.
- Por que você é tão seria? - falo sem pensar e logo me arrependo, ela se vira pra mim, me encara por alguns segundos. Como se estivesse me estudando.
- Bem, por que não séria? Não sei se você percebeu, mas não tenho motivos para ficar rindo como uma idiota. - Ela responde.
- Mas tem motivos para ficar com a cara fechada e tratar os outros mal? - retruco. Ela me olha com uma expressão de surpresa, provavelmente sou a primeira pessoa que fala com ela desse jeito.
- Algum problema, Saltzman? - ela pergunta e começa a andar lentamente na minha direção. - por que, se tiver, temos que resolver isso. - ela diz a poucos centímetros do meu rosto.
- Eu... eu... - gaguejo, não da para pensar direito quando ela me olha assim.
- Qual é, não fique sem fala agora, temos tanto para conversar, não acha? - sinto o hálito dela a poucos centímetros da minha bochecha. - Eu não sou nenhum tipo de vilã, sabe? Só sei que pessoas que sorriem demais não são tão confiáveis quanto parecem. - ela chega mais perto. Dou um passo para trás e bato minhas costas na parede. - Não está com medo de mim, certo? - ela pergunta e eu nego. - Que bom, odiaria assustar você. - ela sussurra no meu ouvido. Meu corpo arrepia quando sinto sua mão na minha cintura. Por Deus, o que está acontecendo aqui? Não sei, mas não quero que acabe. - Sabe, na maioria das vezes, eu gosto que minhas colegas de quarto se sintam ameaçadas por mim, mas você é.... diferente. - Ela tira o rosto do meu pescoço e olha pra mim, seu olhar é intenso.
- Por que gostaria disso? - pergunto com a voz rouca, baixa, como se estivesse sussurrando.
- Sei lá, é meio divertido. - Ela beija meu pescoço. Puta. Merda. Levanto o pescoço para que ela tenha mais espaço e ela continua beijando e chupando ele, sinto sua mão apertar meu pescoço enquanto a outra aperta minha cintura. Insegura, me pergunto se tenho permissão para puxar seu cabelo. Os movimentos que ela faz com a língua são uma espécie de tortura, uma tortura boa pra caralho. Ignoro as advertências que meu cérebro dá sobre retribuir. Agarro seu cabelo e ela chupa meu pescoço com mais força, isso provavelmente vai deixar uma marca. Ignoro e continuo puxando seu cabelo. Ela começa a acariciar minhas pernas, agradeço a Lizzie por ter deixado um vestido feio pra mim em cima da cama, se eu estivesse de macacão não conseguiria ter a chance de sentir as mãos de Penelope em mim. Sinto uma mão dela na minha calcinha, tento protestar mas ela coloca a outra mão no meu seio por cima do tecido do meu vestido, solto um gemido. Não sei como fomos da água ao vinho tão rápido. Mas não quero pensar nisso agora. Ela levanta o rosto e quando sinto que ela vai me beijar, fecho os olhos, mas uma batida na porta faz nossos movimentos pararem no meio do caminho. Penelope corre para o outro lado do quarto enquanto passa a mão pelos cabelos. Ainda estou na parede, minhas bochechas devem estar vermelhas. Lizzie aparece na porta com uma expressão confusa no rosto, Penelope passa direto por ela enquanto veste uma jaqueta. Lizzie se vira pra mim.
- Atrapalhei alguma coisa?

I remember you - Posie Onde histórias criam vida. Descubra agora