O Emprego

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Após várias garrafas de São Jorge acabamos dormindo bêbadas no chão da sala, o que resultou em meu estômago revirando na manhã seguinte, tentei alcançar o banheiro mas estava muito tonta e cansada que vomitei no corredor.

Puta que pariu. — suspiro indignada.

Vou em direção ao banheiro lavando meu rosto em seguida para despertar da ressaca e tirar o gosto ruim da boca, encaro meu reflexo no espelho, buscando coragem para limpar a sujeira que eu fiz.

Girl, alguém aqui acordou com tudo. — ouço a voz da Annie se aproximar. — Está se sentindo melhor?

— Me recuperando, nunca mais bebo isso na minha vida. — ponho a mão na cabeça. — Como você consegue acordar bem?

— Bom, primeiro é a única bebida que meu dinheiro pode comprar e segundo meu organismo se acostumou assim como o seu pode se acostumar. — Diz naturalmente. — Vou buscar alguns remédios, você não pode ir com essa cara encontrar minha tia.

— Merda, eu esqueci que íamos fazer isso hoje.

— Relaxa, minha tia é muito de boa, literalmente de boa. — fez questão de dá ênfase. — Bom, tudo que você precisa para limpar sua gorfada está na área de serviço, vou buscar os comprimidos.

Limpei todo o chão, apesar de ser meu vomito é muito nojento, não consigo evitar uma cara de nojo, em seguida tomei um banho relaxante para repor minhas energias e um café reforçado com os remédios, ainda estava um pouco devagar mas estava melhor do que antes. Visto umas das minhas melhores roupas, resumida em uma blusa básica preta e jeans, afinal era minha primeira entrevista de emprego na cidade grande.

Annie me guiou durante o caminho até a loja, e foi Me contando um pouco sobre sua tia Virginia.

                              ***

O sol de Belo Horizonte brilhava forte no céu azul. Minha amiga e eu caminhávamos lado a lado enquanto ela tagarelava sobre o aplicativo de Sugar Daddy e como eu deveria aproveitar a beleza que Deus me deu. Antes de virarmos a esquerda para entrar no quinto quarteirão, observei que estava tendo bazar da igreja local. Minha roupa estava simples demais para uma entrevista de emprego e eu queria da uma olhada nas roupas. Annie sabia da minha história, não iria me julgar, então eu decidi ir até o bazar.

— Tá tudo bem — disse Annie — Eu também vou pegar umas roupas.

Eu estava realmente amando nossa amizade. Essa cumplicidade, sem julgamento e críticas. Annie pegou uma fita amarela do bazar e amarrou o cabelo em um rabo de cavalo perfeito. Em minha caçada consegui encontrar um cardigã preto, um cropped preto e um All Star bem surrado, mas que deixou o look perfeito.

— Agora sim, estou digna. — falo dando voltas na frente do espelho. — Sua tia vai me odiar menos já que estou mais apresentável.

Annie sutilmente deixou uma nota de vinte no balcão e depois guardou a carteira na bolsa, piscando para mim.

— Vamos Cinderella, seus ratinhos não vão te carregar até o emprego.

Saímos do local do bazar e andamos mais dez minutos até chegar na rua da loja. O que primeiro me atraiu foi o cheiro de chá e incenso, que para mim era a combinação perfeita. A loja se chamava Chá Alto Astral, a fachada dava para vitrines repletas de cestas arquitetadas tão lindamente, completas de chá e flores. Entramos pelas portas de vidro e um sino ecoou, esse fato tão clichê arrancou um sorriso da minha boca. No hall da entrada havia um arco de galhos repletos de luzes led. O piso, as paredes e os tetos eram de madeira. Haviam cestas e mais cestas repletos de especiarias, chás e ervas de todos os tipos. Toda a decoração era linda.

O Sugar Daddy Mandou Onde histórias criam vida. Descubra agora