— Ei gracinha, que tal uma mãozinha? — pediu Diego.
— Claro. — guardo o celular imediatamente, indo ajuda-lo com a caixa mais pesada.
— Obrigado. — diz ofegante.
— Por nada. — digo na mesma maneira.
— Então... Já trabalhou com ervas antes? — diz meio sugestivo.
— Ah... Nunca trabalhei antes. Esse é meu primeiro emprego. – expliquei.
— Você vai gostar daqui, bom eu adoro esse lugar. – passou para a outra caixa retirando o que estava dentro e colocando nas prateleiras.
— Eu sinto que vou gostar daqui também. – observei o que ele fazia e perguntei – Bom, o que tenho que fazer?
— Quer ficar com a retirada dos produtos enquanto eu vou buscando as outras caixas? – assenti com a cabeça.
— Ok... tudo que você precisa fazer é colocar os nomes referentes aos que estão escrito na prateleira, essa é a parte do chá, então todos os chás são nessas fileiras. O outro lado são os alucinógenos.
— O que?
— É brincadeira bobinha, são só as plantas nada demais. – ri da minha inexperiência.
— Cheio de graça você, já pensou em trabalhar no circo?
— Não acredito. Como você sabe, quem lhe contou?
— Sério que você queria trabalhar no circo?
— Não, mas gostaria. Te peguei de novo. – revirei os olhos e voltamos para nossas atividades.
A manhã na loja foi bem proveitosa, aprendi diversas coisas novas sobre plantas e ervas, suas funcionalidades e benefícios. Diego na maioria das vezes fazia piadinhas, o que me deixava confusa se ele estava flertando comigo ou era apenas seu jeito de descontrair. Quando Anne chegou já era por volta das 5 horas da tarde, ela passou na loja para avisar que havia chegado, visto que ainda não tenho a cópia da chave, em casa entregou meu chaveiro o que achei fofo e gentil de sua parte.
— Então como foi o seu primeiro dia no trabalho? – perguntou animada enquanto fazia nosso café e eu terminava meu banho.
— Foi divertido.
— Ué, mas é só isso? Não aconteceu mais nada?
— Acho que sim, no geral adorei o meu primeiro dia. — respondi simplesmente.
— Tudo bem. — colocou os pratos na mesa.
— O cheiro tá delicioso amiga. – respondi com água na boca.
— É só pão com ovo, mas eu entendo, também tô com fome.
— Amanhã eu preciso da sua ajuda. – digo de boca cheia.
— Fale. – respondeu no mesmo modo.
— Se importa em me acompanhar no vestibular que vou fazer? Eu não conheço a cidade e gostaria que você fosse comigo.
— Sem problemas.
Depois de nosso café, fomos organizar a cozinha. Quase enfartei quando Anne deu um grito do nada.
— Quase me esqueci!
— Que susto da porra. – falei com a mão no coração.
— Você não se cadastrou no aplicativo!
— Você fez um escândalo por isso? – revirei os olhos – Amiga não sei se isso vai dar certo.
— Claro que vai, você é branca e bonita, tem seus privilégios. Sem ofensas. – sorriu amarelo. — Vem senta aqui no tapete comigo.
— Lá vamos nós. – sento ao seu lado.— Primeiro, você já baixou o aplicativo?
— Sim.
— Bom, meio caminho andado. Agora vem a parte mais importante, você vai se cadastrar.
Abro o aplicativo e começo a preencher etapa por etapa, eram muitas perguntas sobre personalidade e afinidade. Eles queriam saber tudo sobre mim.
— Ain, meu Deus parece entrevista de emprego. — berrou Annie.
Chegamos na etapa que dizia:
Qual sua frase de efeito?
Ergo as sombrancelhas para minha amiga deixando claro que não fazia a mínima idéia do que fazer. Uma frase de efeito era algo que diria que você é foda ou só mais uma qualquer. Então tinha que ser algo bem elaborado.
— Agora estamos ferradas — respondi — Eu não sei o que colocar. Que tal: Sou sua nua e crua?
Annie quase se engasga com o líquido que estava bebendo. Ela simplesmente começa a rir da minha cara.
— Não tem graça vagabunda.
— Eu sei, eu sei. — disse ela. — Mas está vulgar demais.
Minha amiga começou a pesquisar coisas no celular e quando seus olhos se ascenderam ela exclamou:
— Porque a gente não usa a frase da RuPaul's?
Fico olhando para ela sem entender nada.
— É um reality de Drag Queens. Homem que se veste de mulher, sabe?
— E o que essa Ru dos Paus falou?
Annie rir balançando a cabeça.
— RuPaul's criatura de Deus — disse ela batucando minha testa.
— Em tradução ela disse: Se você não pode amar a si mesmo, como diabos vai amar outra pessoa?
Aquela era uma frase realmente muito boa, então eu decidi coloca-la. Terminamos de confirmar o e-mail para terminar a inscrição. Agora só esperar eles me aceitarem.
— Meu Deus! 250 reais para aceitarem você rapidamente. — berrou Annie.
Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e depois me levanto para terminar a louça.
— Eu te disse que isso não funciona. — falo ligando a torneira.
— Tenha paciência Amiga.
Começo a ensaboar os talheres.
— Talvez o Diego esteja certo. Hoje ele me falou que não existe nada mais gratificante que conquistar as coisas com o suor do seu rosto.
Annie estava ao meu lado agora. Me abraçou por trás e depois me deu um beijo na bochecha.
— Ele é assim. Mas é fácil falar né?
Pegou um pano para enxugar a louça.
— Somos escravos dos nossos próprios pensamentos. — comentei.
— Quem disse isso? — perguntou Annie.
— O Diego.
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O Sugar Daddy Mandou
RomanceGenevieve é uma jovem em busca de ambição e sucesso, porém tem seus critérios, ela não quer se prostituir para crescer. Até o dia em que ela conhece um aplicativo para sugar daddy, homens mais velhos que bancam garotas novas, era a vida que ela alme...