Marcos Bulhões V.

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Sabe aquelas histórias que terminam, mas não
acabam? Que a gente fala adeus, mas em seguida emenda
"quem sabe daqui alguns anos, o que é nosso sempre volta pra
gente, se for pra ser será". O tipo de desculpa que a gente dá
com medo de não suportar por completo a dor. Mas então ele
segue a vida dele, você a sua, e até então tudo parece estar nos
conformes do luto emocional. Você até trocam algumas
curtidas, às vezes comentam o storie um do outro, para não
eixar um clima chato e para mostrar que você ainda está vivo,
em uma espera inesperada. Até que...
Até que você abre a timeline e tem uma foto dele com outra
pessoa, com um sorriso que você bem conhece pois já foi
motivo dele, e aquela mão na cintura. Automaticamente a boca
seca a garganta trava e enquanto os olhos enchem de lagrima
um misto de raiva, desespero, medo e saudade tomam você
Inevitavelmente você lembra de como ele segurava a sua
cintura, o que isso significa, e um turbilhão de pensamentos
invadem a sua cabeça, ainda que não queira: "será que eles já
transaram, será que já estavam juntos antes da gente terminar
será que ele aceitou o fim pra ficar com ela?" E então você
percebe que não é tão forte quanto achava, que não é tão
madura quando pensou, e que não era tão segura sobre os seus
sentimentos. Pois o que dói não é perder quem a agente ama, o
que dói é quando alguém encontra quem a gente perdeu.

Era isso que eu precisava ler. Onde histórias criam vida. Descubra agora