CAPÍTULO V: UMA SAIDA, UMA ESCOLHA, UM CAMINHO

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Russell e Hawk andavam de moto rente ao vilarejo que os Molotoves estavam observando nas últimas semanas. Como batedores, a função deles na gangue era avistar e levar a maior cota de informações possíveis, para que no quartel general o ataque fosse coordenado pelo general Igor.

O interesse nesse vilarejo começou depois que Silas, o líder da gangue, avistou um caminhão lotado metais como cobre e aço indo para algum lugar. Esses materiais são valiosos, podem ser usados como moeda de troca, matéria prima para construções, armas, munição, e presentes.... Intrigado, o líder mandou Russell seguir o caminhão, que chegou até a vila, e lá Russell avistou mais caminhões, todos carregados. Havia um armazém grande lá, grande demais para aquele pequeno vilarejo. O tamanho da estrutura só intrigava ainda mais Russell quando ele viu o estado das pessoas da vila, estavam magras, algumas bem doentes, com uma cara de derrotados pelo cansaço, algo estranho para um lugar onde deveria ser tão prospero, dado ao material existente ali.

Já presente, Hawk percebeu que os guardas seguiam uma ordem de vigia, e que trocavam de guarda de quatro em quatro horas, um intervalo pequeno, foi o que os dois imaginaram que fosse pois não haviam muitos guardas em um lugar tão grande, e com algumas áreas desprotegidas durante os intervalos essa poderia ser a chance de uma invasão. Mesmo assim seria difícil invadir o local, o armazém.

O lugar era repleto por cercas de arame, e tinha um portão bem no meio do quadrado formado pelas cercas. Em cada extremidade havia uma torre, e com elas haviam guardas com holofotes iluminando o perímetro onde estavam, e mais o fundo, no meio do campo estava o armazém. Este era grande, com uns 43 metros, e ocupava a maior parte do campo, e dentro dele era possível ver várias luzes acesas e sombras de pessoas se movimentando. Era possível ouvir muito barulho vindo de dentro da estrutura, como barulho de metal sendo carregado, barulho de maquinas empilhadeiras e de alguma outra máquina que não foi possível identificar.

Hawk e Russell conversaram sobre como entrar no lugar, descartando logo de início a probabilidade de entrar no período de troca de guarda, visto que esse era muito rápido, e como todos ali deviam se conhecer, não seria possível entrar disfarçado de guarda. Russell viu uma coisa que lhe chamou a atenção. Logo ao lado do armazém havia uma porta que recebia os habitantes da vila. Eles pareciam chegar para trabalhar, visto que sempre saiam com alguns sacos de lá, provavelmente o pagamento deles. Russell resolveu tentar falar com Hawk:

- Ei, dá uma olhada ali – Russell aponta para os trabalhadores – O que acha de tentar entrar lá como um deles? Tem tantos que nunca iriam descobrir se entrou um novo ou não – Hawk olha com atenção e fala com Russell – Ta, mas lá dentro a gente não vai ter muita opção, pensa bem, olha como esse povo é tratado, eles devem ficar em uma função o dia inteiro e sob a guarda dos caras do armazém. Tem certeza que esse é uma boa opção, a gente teria que encontrar um jeito de abrir passagem para a gangue entrar e saquear o lugar. – Russell pensa consigo, e acha uma solução – Bem, todo ser humano tem suas necessidades, o povo daí deve ir ao banheiro ou se passar mal deve ter um lugar pra ficar fora do serviço, não por misericórdia mas pra não atrapalhar no trabalho. – Hawk fica pensativo por um minuto, e Russell tenta forçar a ideia – E outra, você por acaso vê outra opção? – Hawk franze a testa, olha para Russell e diz com um sorriso – Beleza Rush, me convenceu, agora a gente tem que convencer o Silas. – Russell responde com um ar de gozação – Ah sim, é, essa parte aí fica om você, já que eu fiz o trabalho de achar uma ideia, e o trabalho de convencer essa sua cabeça dura. – Hawk dá uma risada e diz – Ah sim, é claro.

Os dois voltam para o quartel general e vão falar com Silas, informando sobre o lugar e o possível plano para invadir e surrupiar os metais. Eles chegam, estacionam suas motos, e Hawk chama alguns escravos para limpar as motos, dentre esses estava o garoto que Russell teve um episódio alguns dias atrás. Russell olha para ele, e o garoto ainda está com um certo ar de desaprovação com o batedor, ele vê o garoto pegando os panos velhos para tirar a lama e a neve do motor da moto e diz: "Pode deixar guri, eu mesmo lavo ela depois, quero dar uma olhada no motor eu mesmo". O garoto acena com a cabeça e vai embora. Hawk vê a cena e discute brevemente com Russell:

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