III

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O quê faria agora?

— Inferno. — praguejou, levantando-se irritado e andando a passos firmes até seus aposentos.

Não, não e não! Aquilo, definitivamente, não deveria ter falhado! Por um momento amaldiçoou o próprio Kim, mas logo arrependeu-se. Por mais que a culpa fosse, em partes, dele por ter negado, não deveria culpá-lo. Fora atencioso consigo até mesmo quando sério, era um cavalheiro gentil e, se não fosse por toda a situação — e se KyungSoo fosse, de fato, uma mulher —, Kim JongIn seria o homem perfeito para si.

Mas, no caso, não era bem assim.

Abriu a porta do quarto em um rompante, assustando Lu Han, que arrumava sua penteadeira.

— Lu, me ajude a tirar este maldito espartilho antes que me sufoque. Se bem que, levando em conta a situação que me encontro, não seria má ideia.

— Não ouse brincar com algo assim! — repreendeu-o, afrouxando o espartilho enquanto KyungSoo suspirava, feliz em respirar corretamente — E se isso te sufoca, foi porque engordou. Entupiu-se de doces e guloseimas por meses e esperava entrar da mesma maneira nestes vestidos, KyungSoo?

— Me deixe em paz, Lu Han. — resmungou, fazendo o mais velho rir — Não estou gordo. E, se quer saber, nem me importaria em estar. Talvez assim Lorde Kim me rejeitasse de vez.

— Espera. Isso que dizer que...

— Sim, ele não aceitou o acordo. E ainda me repreendeu por minhas vestes.

— Avisei que eram roupas pesadas demais para a estação. Quem em sã consciência usa um vestido longo e escuro em pleno verão?

— Alguém em luto, que quer demonstrar isso. — foi até a porta, trancando-a com sua chave. Só ele e Lu Han possuíam cópias. Retirou o vestido, suspirando em alívio ao jogar os sapatos em um canto — O que vamos fazer agora, Lu? Kim JongIn é um cavalheiro, mas um homem decidido e parecia realmente irredutível sobre sua decisão.

— Tens certeza de que não quer desposar? O elogia tanto. — desviou da almofada lançada em sua direção, rindo — Estou brincando, não seja tão mal humorada majestade.

— Sabe que não é hora para brincadeiras. Temos que pensar rápido em outra alternativa.

— Podemos fugir. Mas acho que ficaria ainda pior. De mim, ninguém daria falta, mas é mais do que óbvio que te procurariam. Arriscado demais e com um grande risco de passarmos fome também.

— De fato, pois não poderíamos levar nada do castelo. — atirou-se sobre a cama macia, suspirando — Acho que ficamos mal acostumados, meu amigo.

— Você mais do que eu, alteza. — zombou — Não se esqueça que ainda trabalho no castelo.

— Para uma sociedade dominada por homens seria tão estranho ver que nós "duas" — fez aspas com os dedos — governamos este reino por praticamente dois meses.

— Para depois, sermos traídas a ponto de um herdeiro ser escolhido sem nosso conhecimento.

— Esta sociedade infelizmente não foi feita para mulheres.

— Mas é irônico pensar que temos mais assim, como mulheres, do que se continuássemos como homens em nossas famílias.

— Aquilo que deixei para trás não ouso nomear como família. — disse sério — Se, algum dia, tive família, estes eram JunMyeon e você, Lu Han.

— Tens razão. — sorriu, segurando a mão do mais novo — Nós somos família, Soo. E família nunca se abandona.

— Sairemos dessa juntos, Lu. Pode ter certeza.

Queen [KaiSoo]Where stories live. Discover now