VI

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Resolveria todo o resto depois, só precisava se sentir bem sendo quem era por alguns instantes.

— x —

Enquanto isso, o clima ruim permanecia entre os presentes, que saboreavam o desjejum em completo silêncio.

Lu Han suspirou, pronto para se levantar e ir atrás de KyungSoo, se uma mão não segurasse a sua, parando-o no ato.

— Creio que eles precisem conversar. — disse Sehun, como se lesse seus pensamentos, acariciando sua mão.

— Não iria escutar a conversa alheia, se é isso que sugere, senhor Oh.

— Longe de mim supor algo assim, senhorita! Apenas conheço mulheres o suficiente para entender a necessidade que uma tem de zelar pela outra em momentos de fragilidade como este. Você permaneceu olhando-a com pesar a manhã toda.

E, por um momento, Lu Han ficou sem palavras, apenas absorvendo o que o outro havia dito, depois riu debochado — ou talvez desacreditado — com o que ouvira.

— Diz conhecer as mulheres com tanta certeza... — que sequer percebe que não sou uma, completou em pensamento.

— Porque as conheço. — disparou com um sorriso presunçoso que fez Lu Han revirar os olhos e seus companheiros rirem.

— Mais me parece um galanteador barato e presunçoso do que um perito em mulheres. Você sabe, no máximo, conquistá-las, senhor Oh, mas jamais irá entendê-las.

— Não preciso mais do que isso para entender como uma mulher funciona.

— Como disse?! — olhou-o irritado.

— Basta conquistar uma mulher para conseguir entendê-la. Certamente ela dirá tudo quando apaixonada.

— Que insolência! Não menospreze meu gênero desta forma, senhor Oh. Nem todas as mulheres são como cita e sequer te acho digno de uma por ser tão supérfluo. És um homem arrogante, presunçoso, vil e... — respirou fundo ao perceber que havia se exaltado. Sentia seu rosto corar pela fúria — E sequer merece meu tempo. Tenho pena das pobres moças que já se entregaram a ti. És apenas a beleza que possuí por fora; já que por dentro é totalmente vazio de coisas boas.

— Acho adorável sua sinceridade, senhorita Lu. Diz tudo o que quer dizer sem medo de alguma consequência, sequer mede suas palavras mesmo sabendo quem sou. Realmente, fascinante. — sorriu, como se nenhuma das ofensas tivessem, de fato, lhe ofendido — Mas, por mais que adore lhe provocar, não minto sobre o que digo; também prezo, em primeiro lugar, a sinceridade e posso dizer que uma pessoa realmente apaixonada lhe dirá tudo o que quiser saber.

— Disse mulheres, senhor. Mulheres apaixonadas. — corrigiu.

— Oh, por isto sentires tamanha repulsa. — riu divertido — Não leve a mal o que digo, minha cara. Homens são ainda piores neste sentido; tornam-se escravos das vontades de suas amadas, fazem tudo por mais um pouco de amor. Não sou o machista odioso que pregam, mas me divirto em demasia com seu jeito ao se sentir diminuída.

— Então seria tu um cavalheiro honroso e gentil que apenas age com um crápula para se divertir com as minhas reações? — ironizou.

— Não, claro que não. Sou um libertino arrogante que conhece bem a própria beleza e a usa a seu bel prazer, mas que não trata mulheres como objeto ou as inferioriza por serem o que são. A igualdade me faz entendê-las, senhorita Lu. Mulheres são seres humanos como todos os homens também.

— Acho que também gosta de me confundir, Oh. — olhou-o, sua raiva momentânea já dissipada, mas jamais pediria desculpas por aquilo.

— Detesto ter que concordar, mas de fato Sehun não é o crápula que parece, senhorita. — disse Zitao com um ar divertido.

— Ele apenas está te importunando porque ainda o dá atenção. Ignore-o e verá como ele não passa de uma como uma criança carente. — completou Minseok em tom de deboche, que faz Lu Han rir, o clima amenizando rapidamente.

— Agradeço pelo apoio, amigos. — ironizou.

— Pare de importuná-la, Oh. A moça já disse não. — murmurou Yifan, terminando seu café.

— Não devemos desistir de quem gostamos, não é Yifan? — alfinetou.

— Duvido que goste de alguém que não seja você mesmo, senhor Oh. — disse Lu.

— Essa magoou. — disse com uma expressão de falsa tristeza, Lu Han sorriu torto enquanto os outros riam — Não ouviu-me dizer como os homens se tornam ao amar alguém? Kris é o exemplo perfeito!

— Kris?

— Yifan. Também o chamamos de Kris. — observou o homem tão quieto que a olhava de volta. Parecia alguém misterioso pelo silêncio constante, mas também pacífico e calmo — Este era o líder de todo um exército, todos o temiam, mas olhe agora, não amedrontaria sequer uma mosca; é isso que o amor faz com os homens.

— Como diz isso com tanta certeza? Sobre o amor, digo.

— Porque daria tudo o que me pedisse neste momento. — retrucou rapidamente, se aproximando de senhorita Lu.

— Espaço, talvez? — corou levemente, se afastando.

— Menos isso. Temos um encontro hoje, minha bela dama, não o perderia por nada.

— E se eu dissesse que não faço a mínima questão de ir?

— Diria que, indiretamente, você já aceitou. Não deveria voltar atrás com sua palavra, senhorita.

— Não confio em você. — disparou, o olhando com um genuíno ar de desconfiança.

— Não peço para que confie. Por agora, apenas sua presença basta. Irei conquistar sua confiança com o tempo, bela dama.

Talvez conquiste minha confiança com o tempo.

— E apenas isto já é um grande avanço. Sequer negou, apenas não concordou. — sorriu — Agora... Podemos ir?

— Já? Sequer me deu tempo para me aprontar. — olhou-o assustada.

— Pensei que iria assim, está realmente bela, só falta... — levantou a mão, aproximando dela cautelosamente, como se faz com um animal hostil, mas ao ver que esta apenas o acompanhava com o olhar, retirou o que prendia seu cabelo em um coque, vendo os cabelos levemente ondulados caindo como cascata sobre seus ombros e busto — Pronto. Perfeita.

Lu Han corou ao observar o sorriso bonito do Oh, que o olhava com certa admiração. Desviou o olhar, abaixando levemente a cabeça e viu, com sua visão periférica, que eram os únicos no recinto. Agradeceu em pensamento por os outros homens não estarem vendo aquilo.

Qual era a maldita magia que aquele homem abominável possuía para lhe deixar sempre daquela maneira?

— Vamos? Quero aproveitar cada segundo que tiver ao seu lado, senhorita Lu. Tenho certeza de que não vai se arrepender. — dito isso, Lu Han viu uma mão estendida a sua frente, de maneira cordial.

Apenas suspirou antes de segurá-la, torcendo para que, ao menos o passeio fosse agradável — já que pressentia não poder dizer o mesmo da companhia. 


Notas

ai gente, só queria dizer que, por mais que Kaisoo seja o couple principal, eu morro de amores por esse HunHan :') 
Se mais alguém concorda que a senhorita Lu deveria era se entregar de vez pra esse boy magia que é o Sehun levanta a mão o/ 

hasuhasuhasuhas ai ai, parei, juro >< 
Até a próxima!

Queen [KaiSoo]Where stories live. Discover now