Capítulo I

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          Allegra Delgado
Anos depois:
Virei o vinho e coloquei a taça sobre a mesa e fechei os meus olhos sentindo o vento gelado bater no meu corpo e apertei o robe com mais força contra o meu corpo enquanto via o nascer do sol no mar de Miami. Eu adorava aquele clima outonal, era a minha época preferida do ano, o outono e o inferno eram as minhas estações preferidas, pois eles faziam com que eu esquecesse lembranças dolorosas.
— A cama está fazia sem você. – Avisou Hector fazendo com que eu sorrisse e o encarasse. — Está um pouco frio aqui fora, não queremos que você pegue uma pneumonia no nosso primeiro dia em Miami.
— Sou mais forte do que você imagina. – Afirmei e ele revirou os seus olhos e eu entrei fechando a porta atrás de mim. — Você não deveria se preocupar com isso, não irei morrer por conta de um vento gelado.

— Não tenho dúvidas disso, suportou Pacco por anos. – Debochou ele e eu fechei os meus olhos. — Venha dormir, iremos ter um longo dia e não quero que esteja cansada.
Eu queria negar, Hector não tinha o direito de me fazer lembrar daquele maldito, ele mais do que qualquer pessoa sabia que aquela era uma ferida aberta da qual eu nunca iria conseguir superar. Mas ele nunca se importou em lembrar que eu não passava de uma ninfeta, alguém que estava ali apenas para lhe satisfazer sexualmente.
— Irei me juntar ao senhor. – Afirmei desfazendo o nó do meu robe e deixando com que ele escorregasse pelos meus ombros. — Acho que está precisando de um tratamento especial para relaxar.
Hector deu um sorriso sacana e sentou-se na beira da cama, caminhei a passos lentos na sua direção. Eu sabia do que ele gostava, ele não tinha as frescuras de Pacco e nem me tratava como uma submissa, Hector gostava quando eu estava no comando, quando eu lhe submetia a mim.
Ele era um homem belíssimo, com um corpo atlético, cabelos castanhos e cacheados, barba bem-feita e olhos claros, Hector poderia ser considerado um anjo se não tivesse um pacto com o diabo. Seu corpo era coberto por tatuagens e ele era considerado um homem rude e impiedoso do qual todos tinham medo.
— E o que pretende fazer para que eu relaxe, senhorita Delgado? – Perguntou ele fazendo com que eu mordesse o lábio inferior, Hector tinha essa mania irritante de me chamar pelo sobrenome. — Como irá me agradar essa noite?
— Eu não saio por aí contanto os meus segredos, senhor. – Respondi fazendo-o gargalhar. — Mas, posso garantir que não irá se lembrar seu próprio nome quando eu terminar.
Hector sorriu maliciosamente e eu me aproximei dele como uma pantera pronta para o ataque, toquei os seus ombros empurrando e me sentei sobre ele beijando o seu pescoço e deixando o rastro do meu batom pelo seu pele enquanto beijava e o lambia. Deslizei as minhas mãos até o seu pau que estava semiereto e o apertei ouvindo gemer e eu sorriu passando a minha língua pelo seu abdômen enquanto a minha mão se esgueirava para dentro da sua cueca e o masturbava lentamente enquanto descia a minha boca pelos seus gominhos pecaminosos.
— Porra Allegra! – Xingou ele quando eu desci a sua cueca e passei os meus dedos pela sua glande fazendo com que ele agarrasse os meus cabelos e eu espalhasse o pré-gozo pelo seu pau e desci as minhas mãos arranhando as suas coxas. — Você é um demônio, mujer.
Eu sorri maliciosamente e deslizei a minha boca pela seu pau fazendo com que ele grunhisse e cravei as minhas unhas nas suas coxas enquanto o chupava. Minha língua passou por todo o seu comprimento enquanto as minhas mãos brincavam com as suas bocas. Ele agarrou os meus cabelos com força, tentando coordenar os meus movimentos e eu deixei com que ele pensasse que estava no comando, seus gemidos se tornaram mais altos e eu sabia que ele estava perto e não demorou para que ele se desfizesse na minha boca e a sua porra escorreu pelo meu queixo fazendo com que eu passei a minha língua pelos lábios e ele me puxou colando os nossos lábios e mordendo-os com força e depois os tomou em um beijo sensual enquanto descia as suas mãos pelas minhas costas e depois apertou a minha bunda com força, fazendo-me gemer.
Nos separamos e ele pegou uma das camisinhas fazendo com que eu sorrisse maliciosamente e abrisse o pacotinho prateado e deslizasse o látex pelo seu pau ereto.
— Monte-me. – Mandou-o puxando a minha cintura e apertou as minhas coxas com força quando eu passei as minhas pernas em volta do seu corpo e o seu pau pincelou a minha buceta fazendo-nos gemer. — Me domine senhorita Delgado.
Sorri maliciosamente beijando os seus lábios enquanto rebolava e deslizava os seus líquidos pelo seu pau antes de o segurar levando-a até a minha entrada e deslizei jogando a minha cabeça para trás gemendo enquanto sentia ele me encher. Coloquei as minhas mãos no seu peito enquanto quicava no seu pau sentindo as suas mãos segurar as minhas coxas com força me auxiliando com os meus movimentos.
Suas mãos subiram pelas minhas costas e chegaram aos meus seios, brincando com os mamilos e eu joguei a minha cabeça para trás gemendo e quicando mais forte, ouvindo os seus gemidos se tornarem mais altos. Hector grunhiu jogando-me na cama e segurou as minhas coxas com força e eu o enlacei pela cintura e estocou com força fazendo-me gritar e ele colocou a sua cabeça no meu pescoço e o mordeu com força fazendo-me gemer mais alto. Rebolei contra ele sentindo o orgasmo se aproximar e gritei quando explodi e Hector veio logo em seguida, jogando-se ao meu lado e tirando a camisinha.
— Sempre maravilhosa, senhorita Delgado. – Elogiou-me enquanto segui na direção do banheiro e eu sorri maliciosamente apoiando-me nos cotovelos e encarando a sua bunda malhada. — Irei tomar banho, irá me acompanhar?
— Encha a banheira e deixe da maneira que eu gosto. – Respondi vendo-o sorrir maliciosamente. — Podemos brincar mais um pouco no meio de toda a espuma, acho que eu estou precisando que você massageei alguns lugares.
— Nada de banheira, temos tempo apenas para uma bucha. – Avisou ele e eu revirei os meus olhos. — Preciso começar a me preparar para a minha reunião.
— Encha a banheira que eu irei ficar vendo você tomar banho. – Falei apoiando-me nos cotovelos e sorrindo maliciosamente. — Eu posso aproveitar o meu banho com muita espuma.
Hector gargalhou entrou no banheiro e eu suspirei levando-me e pegando o robe que estava caído no chão e me vesti, o quarto estava cheirando a sexo e isso fazia com que o meu estomago embrulhasse, mas parecia que aquela fragrância estava grudada no meu corpo.
Voltei para a varanda e enchi a minha taça de vinho e a levei para o banheiro quando ouvi Hector me chamar avisando que o meu banho estava pronto e que eu não deveria demorar ou a água iria esfriar. Caminhei a passos lentos na direção do banheiro e parei na porta observando a água escorrer pelo seu corpo e sorri maliciosamente, aquele homem era realmente um pecado. Aquele corpo musculoso e cheio de tatuagens, as pernas musculosas, o abdômen trincado, mordi o meu lábio inferior quando vi que ele estava me encarando e sorrindo maliciosamente
— Aproveitando a visão? – Perguntou ele e eu concordei bebendo um gole do meu vinho e cruzando os meus braços.
— Eu nunca perderia a oportunidade de o admirar. – Respondi colocando a minha taça de vinho na beirada da banheira e deixei com que o robe escorresse pelo meu corpo. — Tem espaço para outra pessoa aqui. O que acha de vir massagear os meus pés?
— Uma proposta irrecusável, mas eu irei negar. – Respondeu-me ele e eu apenas fiz um biquinho ouvindo-o gargalhar enquanto amarrava a toalha no quadril. — Mas, eu tenho compromissos inadiáveis essa manhã. Guarde essas ideias para mais tarde, iremos comemorar em grande estilo.
Concordei e o encarei sair do banheiro e fechei os meus olhos apoiando a minha cabeça no encosto e deixei com que a água relaxasse os meus músculos e limpasse o meu corpo.
Esfreguei a minha pele com força tentando tirar o cheiro de sexo, mas aquela fragrância já estava impregnada em mim e isso fez com que os meus olhos se encherem de lágrimas, mas eu as engoli, eu tinha prometido que não iria mais chorar.
Levantei-me e me enrolei em um dos roupões felpudos e saí do banheiro, Hector não estava mais no quarto e eu suspirei, não sabia qual eram os seus planos para Miami, mas isso me assustava, já que eu não queria ser morta ou presa nos EUA e passar o resto da minha vida jogada em uma cela imunda. Abri o guarda-roupa e tirei de lá uma lingerie limpa e uma calcinha e me joguei na cama sentindo os meus olhos pesarem.
Abri os meus olhos assustadas quando ouvi o celular tocar e me sentei na cama, pegando o celular e vendo o nome de mi madre aparecer na tela.
— Madre o que se passa? – Perguntei assim que atendi ao celular, ela não costumava de ligar, apenas quando algo estava acontecendo com mi hermanas. — Aconteceu alguma coisa com as niñas?
— Suas hermanas estão bem, mi Allegra. – Respondeu ela e eu suspirei sentindo o meu coração palpitar, mamà ainda me mataria com aquelas ligações. — Eu não queria preocupar você mi hija. Como você está?
— Estou bem mamà. – Menti, eu nunca deixaria com aquela soubesse o vazio que era a minha vida. — Você não me ligou por nada, me conte o que está acontecendo que eu irei lhe ajudar.
— Mamà está preocupada com o su padre. – Contou-me ela e eu revirei os meus olhos, aquilo só podia ser uma brincadeira de muito mal gosto. — Seu pai está gastando o restante do dinheiro de Pacco e com Hector cortando todos os investimentos que o pai fazia eu não sei o que será da nossa família se continuarmos dessa maneira. Você conseguiu falar com ele como sua madre pediu?
— Madre, eu não me meto nos negócios de Hector, não sou tão importante para que ele compartilhe comigo sobre os seus planos, a senhora precisa de dar mais tempo para eu conseguir conversar com ele sobre isso. – Menti, eu nunca iria interceder por aquele homem, por mais que eu amasse mamãe e as minhas irmãs, nunca iria suplicar por aquele maldito. — Hector está no comando do cartel a pouco tempo, nem todos estão felizes com a maneira que ele está comandando. Eu não posso pedir favores nesse momento, é melhor deixar com que as coisas se acalmem antes de suplicar por padre.
— Você é uma boa garota mi Allegra! – Exclamou ela e eu suspirei. — Mi pobre niña. Algum dia irá perdoar sua mamà?
— Eu nunca lhe culpei por nada, madre. – Afirmei sorrindo tristemente, eu não iria chorar para não a deixar ainda mais culpada. Mas, eu tinha ciência que ela não podia contra o filho da puta do meu genitor. — Eu tenho que desligar, quando voltar para Culiacán irei lhe visitar. Ti quiero mamà.
— Ti quiero hija. – Declarou ela encerando a ligação.
Passei as minhas mãos pelos cabelos e joguei o celular sobre a cama, aquela conversa com mamà serviu para mandar o meu sono para o inferno. Eu não a culpava pela decisão do meu progenitor, eu sabia que ela nunca iria conseguir lutar contra ele e eu só continuava a aturar aquela situação por conta da minha mãe e das minhas irmãs, pois se não fosse por elas eu já teria cometido uma loucura.
— Quem era? – Perguntou Hector fazendo com que eu me assustasse e o encarasse com os meus olhos arregalados. — Por que está tão assustada cariño? Está fazendo algo pelas minhas costas?
— Se eu estivesse com o seu pai esse celular seria uma ameaça. – Afirmei vendo-o arquear a sua sobrancelha e colocar os seus braços em minha volta deixando o seu rosto próximo ao meu. — Eu estava falando com mi madre, você não precisa se sentir ameaçado com isso cariño. O que veio fazer aqui a essa hora?
— Não pense em me trair. – Ameaçou-me ele e eu suspirei, Hector era bipolar e eu já não me importava mais com os seus rompantes. — Eu não quero ser o responsável pela sua morte, é preciosa demais para que eu me livre de você de uma maneira tão dolorosa.
— Não se apaixone Hector. – Lembrei-o deslizando os meus dedos pelo seu rosto tenso. — Lembre-se que você é casado e eu sou apenas alguém que esquenta a sua cama, nada além disso. Não quero ser mais um dos seus problemas e ser dispensada como eles. Buenos dias cariño.
Ele suspirou e se afastou caminhando até o lado oposto da cama e pegando uma pasta e saiu batendo a porta com força e eu suspirei colocando as minhas mãos no rosto e me joguei na cama. Aquilo só podia ser um pesadelo, só de lembrar da família de Hector um arrepio percorria a minha espinha, Hope era uma mulher quieta e recatada, a esposa perfeita para ser exibida entre os associados do cartel, os políticos e apoiadores, ela era tão tímida que não conseguia falar mais do que duas palavras quando estava em público, ela já tinha lhe dado uma filha, uma menininha que não viria o substituir e estava à espera do seu segundo filho e todos estavam ansiosos pela notícia de uma varão que iria herdar todos os bens dos Esteban quando o seu pai faltasse.
Eu nunca seria a esposa de ninguém, nunca teria filhos ou seria amada por um homem, eu era apenas uma prostituta, boa para servir a cama de um homem, mas nunca para ser apresentada para os outros, eu ficava de canto apenas observando a vida passar na frente dos meus olhos.
Para algumas pessoas eu tinha sorte, por ter alguém que bancava os meus luxos e não ter que estar em uma esquina, sofrendo violência e sendo abusada, porém ninguém sabia o que eu realmente tinha passado para ter chegado até ali, ninguém tinha noção do quanto eu tinha sofrido. Eram apenas críticas cruéis de pessoas que nunca iriam entender o motivo pelo qual pessoas como eu se submetiam a situação como aquela e eu não fazia a mínima vontade de explicar, pois eu sempre seria apenas a prostituta de luxo que servia ao chefe do Cartel de Sinaloa, Hector Esteban.
Levantei-me irritada e caminhei na direção do guarda-roupa, peguei uma muda de roupa quente e me apoiei na varanda, sentindo o sol bater no meu rosto e suspirei, não estava tão frio quanto eu imaginava que estaria eu nem iria precisar de todas as roupas que eu trouxe para Miami.
Voltei a entrar e pedi o café da manhã para o serviço de quarto e enquanto esperava eu lia um livro, já que eu estava entediada e não sabia se podia sair daquele quarto. Afinal, eu estava acompanhando Hector e ele não tinha me falado nada sobre quais seriam os seus planos para aquela viajem.
Tomei o meu café na varanda, enquanto observava a cidade ganhar cor e vida, parecia que tudo ficava ainda mais bonita durante o dia. Eu já tinha feito algumas viagens com Hector, mas aquela era a primeira vez que nós visitamos os EUA e eu fiquei eufórica quando descobri sobre aquilo, mas apreensiva, pois eu sabia ao lado de quem eu me encontrava e a justiça americana não costumava ter pena de pessoas como Hector.
Meu celular apitou fazendo com que eu pegasse o celular que estava ao meu lado e suspirei.
Aproveite o seu dia cariño. Desculpe-me pela desconfiança de mais cedo, mas as coisas andam complicadas e eu não sei quem foi influenciado pelas mentiras que estão circulando sobre mim.
O cartão está no meu criado mudo, faça compras, conheça a cidade, você adorava conhecer culturas novas. José ficará a sua disposição.
Não se esqueça de comprar um vestido de galã, quero que você esteja maravilhosa essa noite.

Pelo cartão black que ele tinha deixado eu sabia que ele queria que eu comprasse coisas caras que iria impressionar alguém e isso estava me deixando receosa, pois se as coisas saíssem do controle Hector não ficaria feliz e eu preferiria conviver com o diabo do que ter que encarar ele com ódio.
Fiz uma maquiagem básica apenas para esconder as minhas olheiras, peguei meus óculos escuros e me encarei no espelho, eu não seria humilhada em nenhuma das lojas de luxo.
Peguei o meu casaco que estava sobre a poltrona e saí do quarto pegando o cartão chave e a minha bolsa, mandei uma mensagem para que José me esperasse no estacionamento.
— Buenos dias José. – Cumprimentei-o quando saí do elevador e ele estava me esperando, Hector nunca deixaria com que eu ficasse sozinha, ele sempre achava que eu poderia o trair a qualquer momento. — Parece que você terá que me escoltar hoje. Sinto muito.
— É sempre um prazer fazer a sua segurança, senhorita Delgado. – Afirmou ele e eu apenas dei uma risada, de todos José era o capanga mais sociável de Hector e me deixava a vontade. — O senhor me deu ordens para fazer todas as suas vontades no dia se hoje.
— Eu quero conhecer a cidade, ir a alguns pontos turísticos e como não sei quantos dias Hector pretende ficar eu quero conhecer tudo que tiver tempo. – Informei-o entrando no carro. — Preciso passar no Bal Harbour Shops, tenho que comprar algo para usar essa noite, eu não sei o que Hector está programando, mas é algo importante e eu não quero o decepcionar.
— Faremos o que a senhorita tiver vontade. – Afirmou ele. — Estou aqui para fazer todas as suas vontades.
Eu sorri e tirei o meu celular de dentro da bolsa, eu queria fotografar todos os lugares que poderia conhecer naquele dia, era tudo tão diferente do meu pequeno apartamento e da cidade de Culiacán. As cores, as pessoas, a movimentação, Miami era uma cidade lindíssima e eu estava triste por ter tão pouco tempo para a conhecer. Eu era uma pessoa fascinada por novas culturas, adorava conhecer algo novo, isso fazia com que eu saísse do pequeno mundo onde eu vivia e conhecesse o gigantesco mundo longe da minha gaiola de ouro.
O shopping estava vazio e isso fez com que eu conseguisse me locomover com mais facilidade, porém nada parecia encher os meus olhos. Vi alguns vestidos que chamaram a minha atenção e entrei na loja, sentindo os olhares julgadores de todas as vendedoras e sorri maliciosamente, elas sempre mudavam o seu comportamento quando viam o cartão black.
Pedi para ver os vestidos da nova coleção e uma das vendedoras se aproximou de mal gosto, mostrando-me os vestidos e eu pedi para que ela levasse os que eu gostei até o provador.
— Vermelho ou dourado? – Perguntei encarando a vendedora que parecia mais agradável depois de ver acidentalmente o meu cartão.
— Os dois valorizavam o seu corpo, senhorita. – Disse ela e eu suspirei encarando-me no espelho e passando as minhas mãos sobre o tecido. — Por que não pergunta para o seu marido? Acho que ele poderá lhe ajudar com essa indecisão.
— Ele é meu segurança. – Respondi vendo-a arregalar os meus olhos. — Acha que o seu patrão irá gostar mais do vermelho ou do dourado, José?
— Ele irá gostar de qualquer coisa que a senhora usar. – Respondeu ele e eu sorri.
— Um homem inteligente. – Afirmou a vendedora sorrindo. — Irá querer sandálias e bolsas combinando, senhora?
— Por favor. – Pedi e ela sorriu. — E mais uma taça de champanhe.
Ela sorriu e eu voltei para o provador com a minha taça de champanhe. A vendedora me deixou sozinha para que eu fizesse a minha escolha, o vestido dourado realmente tinha ficado bonito no meu corpo, mas ele não realçava o tom da minha pele como o vermelho.
Além do vermelho ter me deixado poderosa e sensual e era um exclusivo, eu iria chocar em qualquer lugar que Hector resolvesse me levar naquela noite. Com o vestido escolhido foi mais fácil de encontrar o sapato e a bolsa perfeita.
Saí da loja com mais compras do que eu estava imaginando e almocei na praça de alimentação e depois voltei para o hotel, já que não conhecia nenhum cabelereiro naquela cidade e lá eles poderiam me recomendar.
Deixei as minhas sacolas na suíte e dispensei José falando que eu não iria mais sair do hotel. Fui até a recepção e a recepcionista me recomendou o SPA do hotel, pois lá eu iria conseguir todos os tratamentos que eu necessitava. Agradeci e entrei no elevador apertando o andar do SPA e cruzei os meus braços.
Entrei no lugar e a atendente foi extremamente gentil e eu optei pelo tratamento completo, eu estava precisando de massagem com pedras quentes, banho de leite com rosas vermelha, esfoliação com cristais caribenhos e os tratamentos capilares. E aquilo foi maravilhoso, parecia que eu estava nas nuvens quando eu sentei na cadeira do cabelereiro.
— Por favor, não mexa no comprimento ou cor. – Pedi quando o cabelereiro começou a falar sobre o que poderia ser feito no meu cabelo. — Preciso apenas de uma hidratação e controlar o volume, tenho um compromisso nesta noite.
— As clientes que têm a última palavra, docinho. – Resmungou ele deixando as tesouras de lado. — Mas, eu faria maravilhas com um cabelo desses.

Neguei, mas pedi para que ele fizesse a mágica que estava prometendo e enquanto ele hidratava os meus cabelos eu fiz as minhas unhas. O cabelereiro realmente entregou o que prometeu, meus cabelos estavam macios e brilhantes quando eu saí do SPA.
Entrei no elevador e sorri ao ver as mensagens da minhas irmãs no grupo, Marcy estava eufórica com a sua viagem de formatura e Felícia emburrada por ter de ficar em casa.
— Cariño! – Exclamou Hector sorrindo e aproximando-se de mim enquanto afrouxava a sua gravata. — Você demorou. Onde estava?
— No SPA do hotel. – Respondi sorrindo e me aproximando do bar que tinha no quarto. — Acho que você está precisando de uma bebida.
— Um whisky, puro. – Pediu ele e eu sorri pegando a garrafa e me virei para ele o entregando. — Eu não sei o que seria de mim sem você cariño.
Suas feições estavam fechadas, como se ele não tivesse alcançado o que estava almejando daquela viagem e eu me mantive calada para não o irritar, não queria ser a pessoa em quem ele iria descontar a sua raiva. Hector jogou-se em uma das poltronas e eu me postei atrás dele e massageei os seus ombros por alguns minutos e depois deslizei as minhas mãos pelo seu peito beijando o seu pescoço lentamente.
— Não temos tempo para isso cariño. – Avisou ele segurando as minhas mãos e eu suspirei. — Temos um jantar com um possível investidor e eu quero que você esteja perfeita mi Allegra. Esse investidor irá calar a boca de todos os malditos que estão me maldizendo e tentando um golpe contra a família Esteban, então eu não posso voltar para Culiacán de mãos abanando ou tudo irá desmoronar.
— Estou aqui para ajudar você cariño. – Afirmei sentando-me no seu colo e ele apertou as minhas coxas e suspirou. — Sempre ao seu lado Hector, eu prometi isso quando me tirou do inferno.
— Não irei colocar você em perigo. – Garantiu ele segurando o meu rosto. — Nunca colocaria mi cariño em perigo.
— O que eu terei que fazer? – Perguntei.
— Preciso que você o embebede, deixe-o desorientado e o leve para um dos quartos do hotel. – Respondeu ele e eu engoli a seco. — Não tema cariño, não deixarei com que ele toque um dedo em você, ele precisa apenas pensar que vocês passaram a noite juntos, isso encantaria aquele idiota. Quem não iria ficar satisfeito de passar a noite com mi cariño.
— Como eu irei fazer isso? – Questionei-o. — Homens tendem a ficar violentos quando estão bêbados.
— Coloque isso na sua bebida. – Orientou-me ele tirando um pacote com um pó branco do seu bolso. — Use pequenas quantidades, não se preocupe que isso não irá o afetar, é apenas um tranquilizante para que ele não de trabalho.
— Isso é ilegal, Hector. – Falei e ele gargalhou. — Se eu for pega com drogas nesse país irei para a prisão sem direito a fiança.
— Não se preocupe cariño, ninguém irá fazer nada com você. – Prometeu ele deslizando os seus dedos pelo meu rosto. — Tudo que precisa fazer é o encantar, o resto deixe com que eu resolva. Minha garota pode fazer isso por mim?
— Claro. – Respondi levantando-me. — Irei me arrumar, não queremos nos atrasar para o jantar.
Hector me puxou e beijou os meus lábios possessivamente, apertando o meu corpo contra o dele, como se quisesse deixar claro a quem eu pertencia.
— Não deixe com que ele lhe toque. – Pediu ele segurando o meu rosto. — Não quero que ninguém macule aquilo que me pertence.
Concordei e caminhei na direção do banheiro. Tomei uma bucha rápida e suspirei ao me encarar no espelho, o plano de Hector era perigoso e tinha grandes chances de dar errado e quem iria pagar por aquilo seria eu, já que eu era a mula que estava o executando.
Saí do banheiro e retirei o copo das mãos de Hector ou ele iria acabar se embriagando e ferrando com todo o plano e deixando-me à mercê de um dos seus investidores malucos. Mandei com que ele fosse tomar um banho para relaxar e ir se arrumar.
Pensar em estar à mercê de um velho maluco fazia com que o meu estomago embrulhasse e as lembranças de Pacco retornassem, aquele desgraçado tinha acabado comigo de tantas maneiras que eu nunca iria conseguir me esquecer.
— Ele não irá fazer nada contra você. – Prometeu Hector abraçando-me e eu suspirei. — Não se lembre dele, não faça isso Allegra. Ele está morto e não pode mais machucar você.
— Eu preciso ir me arrumar. – Avisei saindo do seu abraço e pegando as sacolas que estavam no guarda-roupa. — Você deveria fazer o mesmo ou iremos nos atrasar e o seu possível sócio não irá gostar disso.
Me tranquei no quarto vago que havia na suíte e respirei fundo e comecei a me arrumar, eu precisava estar impecável naquela noite ou colocaria tudo a perder isso seria como assinar o meu atestado de óbito.




Allegra:

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Hector:

Hector:

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