Prólogo

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Allegra Delgado:


— Patrão mandou deixá-la no quarto principal. – Avisou a mulher que estava ao meu lado desde que eu tinha saído da casa dos meus pais, na verdade desde que mi padre me dera como presente ao chefe do cartel de Sinaloa em busca de proteção e dinheiro. — Minha equipe precisa deixá-la impecável para esta noite.
— Minha patroa não vai gostar nem um pouco de ter uma ninfeta nos aposentos principais. – Rosnou a governanta fazendo com que eu me encolhesse. — Rosa irá levá-las até os aposentos. Ninfetas! Não sei o que o patrão tanto vê nelas.
A mulher nos levou até o enorme quarto, tudo ali era ornado em ouro o lugar cheirava a ostentação, desde as cortinas até o mármore nos detalhes do banheiro. Eu fui despida e colocada dentro da enorme banheira, tratada como uma boneca, me esfregaram como se eu tivesse alguma doença infecciosa, meus cabelos foram cortados e alisados, minhas sobrancelhas feitas e as unhas pintadas em um vermelho carmim, fui inteiramente depilada, me senti exposta e vulnerável.
Uma maquiagem pesada foi passada no meu rosto e me vestiram com uma camisola vermelha e indecente, deixando-me ainda mais desconfortável, eu só queria sair correndo daquele lugar, pois eu não estava me sentindo segura. Eu era apenas uma criança que até anos atrás estava brincando de boneca.
— Não tenha medo criança. – Mandou a mulher tocando o meu ombro e eu me encolhi, todos já tinha saído do quarto e me deixado sozinha. — O patrão não costuma repetir as figurinhas, irá ter que o servir apenas uma vez e depois estará livre. E se conseguir o agradar ainda irá receber uma bela quantia pelos seus serviços.
Ela sorriu e saiu deixando-me sozinha. Eu estava apavorada e as lágrimas arderam nos meus olhos, eu era apenas uma criança e não deveria estar sendo tratada como uma moeda de troca. As horas se passaram fazendo com que o pavor tomasse conta do meu corpo, cada vez que o horário batia uma hora diferente um arrepio percorria o meu corpo.
A porta foi aberta fazendo com que eu apertasse os braços da cadeira onde eu estava sentada e o som das passadas pesadas se aproximarem e eu queria sair correndo daquele lugar quando ele se debruçou sobre mim, mas eu sabia que ninguém conseguia fugir de Pacco Esteban o sanguinário chefe do Cartel de Sinaloa.
— Allegra, jovem Allegra. – Sussurrou ele fazendo com que eu engolisse a seco. — Seu nome significa alegria menina e será a alegria dos meus olhos.
Eu escondi a única lagrima que caiu dos meus olhos quando ele começou a deslizar a camisola pelo meu ombro e esfregar o seu rosto no meu pescoço.
Eu tinha apenas dezesseis anos quando fui dada de presente ao chefe do cartel de Sinaloa, eu tinha apenas dezesseis anos quando conhecia a podridão do mundo.

Desvirtuosa Paixão - ROMANCE DARKOnde histórias criam vida. Descubra agora