Capítulo 5

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   O clima naquela noite estava seco e quente, devia estar fazendo uns vinte e seis graus. Levantei-me algumas vezes para conferir o que acontecia lá fora antes de realmente deitar mais tranquila, foi a primeira noite que eu dormi de verdade desde que chegamos na cidade - já que desmaiada na rua depois da explosão não contava muito como dormir.

   Acordamos às pressas na manhã seguinte, com barulhos nas janelas e portas do hotel. Acontece que as criaturas finalmente haviam decidido atacar. Colocamos algumas garrafas de água e bolachas em nossas mochilas. As armas ficaram com Luke e Steve.

   Primeiro pensamos em abrir as janelas e sair atirando, mas eles eram muitos para nossas poucas balas. Então descemos a escada até o térreo, que era no andar debaixo, e nos surgiu uma ideia. Abrimos as portas do saguão e os deixamos entrar, aglomerando várias daquelas criaturas, depois subimos novamente, dessa vez até o sótão, onde entramos por um alçapão. Nos fechamos lá dentro enquanto não nos alcançavam e então Steve apontou para cima e disse: 

- Vamos sair pela clarabóia.

- Está emperrada! - exclamou Luke já em cima de uma escada tentando abrir.

   Lá em cima era como qualquer outro sótão, caixas e mais caixas e muita poeira. Luke tentava abrir a clarabóia com a ponta de seu canivete. Nós outros olhamos nas caixas esperando achar algo útil. Coincidentemente, uma das caixas - que estava muito lacrada por sinal - tinha mais uma arma com munições.

   Luke conseguiu abrir depois de um tempo e aquelas coisas já estavam a empurrar o alçapão por onde entramos. Subimos todos no telhado e, com ajuda uns dos outros, pulamos. Ninguém se machucou de verdade, só uns arranhões, mas nada que fosse preocupante. Começamos a correr antes que dessem nossa falta. 

   Andamos um pouco pela estrada até um posto, onde acreditávamos haver algum carro

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   Andamos um pouco pela estrada até um posto, onde acreditávamos haver algum carro. Paramos algumas vezes no caminho para beber água e descansar, sempre tomando muito cuidado com toda a nossa volta. Durante essas paradas pude perceber que Anne e Luke estavam se entendendo novamente - eles claramente gostavam um do outro, o que era fácil de notar pelas trocas de olhares o tempo todo. Depois de Jon e eu, esperava que eles tivessem essa chance também.

   Quando chegamos no posto já estávamos destruídos. O local estava abandonado, como quase todo o resto da cidade. Nos dividimos em grupos. Anne e Peter foram na loja de conveniência ver se pegavam mais comida e bebidas; Luke, Paul e Jon foram ver se haviam carros na mecânica do posto; e Steve e eu ficamos ali na frente vigiando, encostados nas grandes colunas que seguravam o teto do posto.

***

- Eu achava que nunca mais veria você - disse Steve - Foi uma merda, sabia?

- Não vai se livrar de mim tão fácil, sabia? - respondi brincando e fazendo referência a sua última fala.

- Vamos voltar para casa não é? Vai ficar tudo bem, certo?

***

   Ele me fez essas perguntas e eu não pude responder, não queria criar esperanças que não fossem possíveis de acontecer. Olhei para o lado desviando a atenção para não precisar falar nada. Pouco tempo depois ouvimos gritos vindos da loja de conveniência. Corremos lá para ver.

   O grito foi de Anne, que se assustou ao achar um homem desmaiado, e coberto de sangue, no banheiro da loja. Assim que eu o vi, pude reconhecer aquele rosto. Era o dono da CEF, o homem que eu tanto analisei antes. Resolvemos esperá-lo acordar, talvez ele pudesse nos explicar melhor o que havia acontecido. Ele demorou um pouco, mas finalmente acordou.

***

- Quem são vocês? - ele perguntou olhando para nós, um grupo de adolescentes o encarando.

- Somos alunos da Bishop Maginn High School. Estávamos na excursão na CEF. - respondeu Anne.

***

   Depois das apresentações começamos a fazer perguntas e, o que ele nos contou foi bizarro...

   Ele nos disse que foi graças aos experimentos da empresa que essas coisas surgiram. Naquela noite da excursão, o helicóptero da CEF que era responsável por transportar os testes não conseguiu pousar e acabou caindo. Foi o que causou a explosão do último andar e depois do resto do prédio. Acontece que, esses testes não eram para vacinas comuns. Eram vírus que, segundo os pesquisadores, combatiam outros vírus. Esses eram testados em animais sem a autorização do governo, mas nenhum chegou ao resultado desejado. Esses vírus se propagaram pela cidade com a explosão e poderia ser transmitido pela mordida de um infectado, assim como imaginávamos.

***

- Havia uma cura, que fizemos caso algo desse errado, mas foi destruída junto com o prédio. - ele nos contou - É possível que existam mais nos laboratórios da CEF, na cidade de Nova Iorque e no Texas, mas...

***

   Enquanto ele ainda nos explicava o ocorrido, em poucos segundos a loja de conveniência já estava transbordando daquelas criaturas, a única coisa que as separavam de nós eram as portas e janelas de vidro. Ouvimos de longe um som de um carro acelerando, aparentando estar em alta velocidade e, quando olhamos para o lado, o carro passou raspando pelas portas da loja, derrubando boa parte das criaturas. Eram Luke e Paul. E logo atrás, em outro carro, Jon. 

   Corríamos para os carros e, enquanto isso, parei perto do dono da CEF e estendi minha mão para ajudá-lo a se levantar, mas ele recusou. Então dei a ele a arma que estava comigo, para que pudesse se defender.

   Quando eu já estava dentro do carro, olhei para trás pelo parabrisa traseiro. O homem loiro de olhos claros, cujo qual eu deixei para trás, apontou a arma para a própria cabeça. Eu me virei quase como um instinto. Só ouviu-se um tiro...

Oi gente, o que acharam do capítulo? O próximo será narrado pelo personagem do Luke, fiquem atentos

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Oi gente, o que acharam do capítulo? O próximo será narrado pelo personagem do Luke, fiquem atentos.

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