3. 𝒑𝒂𝒑𝒂𝒊 𝒗𝒐𝒍𝒕𝒐𝒖

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Por Blair Wilson

Depois de um longo dia de trabalho, eu finalmente podia me sentir um pouco mais familiarizada com o ambiente, as pernas estavam relaxadas enquanto esperava o Mac desligar. Do lado de fora da grande janela os prédios estavam todos iluminados, a vista era de tirar o fôlego. Após alguns minutos contemplando, peguei a minha bolsa e fechei a porta do escritório, determinada a esquecer totalmente todo o estresse do trabalho até chegar no primeiro andar.

- Hey! – Uma voz descontraída rompeu no ambiente que agora parecia ser mais silencioso do que antes.

Era Luke, acabara de sair de sua sala.

A loira impecável não estava mais no balcão da recepção do andar. Claro que não estaria, eram oito horas da noite e eu havia perdido o horário porque fiquei verificando várias laudas do meu contrato com o Sr. Blossom. O mais estranho de tudo, porém, foi o termo de confidencialidade que ele me fez assinar de que, sob hipótese alguma, eu poderia discutir ou levar para fora do meu domínio de trabalho, qualquer informação que era dada. Porém, apesar de todo acesso em minhas mãos, eu possuía um conhecimento muito raso de qualquer negociação. Para completar, ao meu ver, tinha um teor muito sombrio sobre a questões pessoais do Sr. Blossom que me dava a sensação quase instintiva de realmente não procurar saber de absolutamente nada além do que era colocado sob minha responsabilidade para ser resolvido.

- Ei, oi. – Fui simpática, indo em sua direção.

Ele estava com a aparência um pouco cansada, mas ainda muito humorado. Luke sorriu abertamente ao me ouvir, enfiando a mão nos bolsos, com sua bolsa atravessada no peitoral. Ele realmente parecia um vento fresco da manhã em um dia escaldante. Começamos a andar na direção do elevador, lado a lado.

- Como foi seu primeiro dia? – Ele perguntou.

Eu não estava muito disposta a falar de trabalho.

- Muito papel, sabe. – Falei, por alto.

- Nem me diga, eu gosto de fazer trabalhos externos, ele sempre tem alguns e a gente tem que acompanhar. – Ele disse, pensativo. – E às vezes preciso fazer algumas fotografias para a coluna cultural.

- Então você fotografa? – Perguntei, ao entrarmos no elevador.

- Também, mas eu costumo escrever alguns roteiros que vão ao ar no noticiário. Às vezes preciso gravar vídeos também. Mas meu sonho é ir para o décimo quinto andar, onda a coisa toda acontece.

O tal décimo quinto andar.

- Lá que ficam as âncoras dos jornais e dos noticiários, os jornalistas que ficam na frente das câmeras. Você sabe como é, o sonho de toda pessoa formada em jornalismo.

- Eu acho que gosto de ser invisível. – Falei, mais para mim mesma do que para Luke.

- Então terá problemas, pois se você continuar acompanhando-o nos eventos ou indo aos eventos que ele não pôde comparecer, você será bastante vista e tudo o mais.

- Ir aos eventos que ele não pode ir? – Questionei, quando o elevador se abriu.

- Ah, sim. Geralmente isso acontece, de você ser representante dele. Coisas de relações públicas, você sabe como funciona. Ele geralmente não gosta muito desses eventos mas sempre pedia pra antiga relações públicas ir.

- Ah, claro, é, eu sei. – Falei, enquanto saíamos na direção do hall de entrada. – Eu deveria ter imaginado isso, o homem não sai do escritório dele.

Rimos, e nesse ponto Meredith se aproximava. Fiquei surpresa, olhando-a.

- Blair! – Ela disse. – Puxa, você demorou.

O Eleito - Guerra De CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora