Ele saiu me deixando sozinho novamente, Sam esperava do lado de fora escorado no batente de metal ungido. Eles cochichavam, mas as partes mais importantes da conversa foi dita sem palavras, apenas assentindo para afirmações e questões silenciosas.
Enquanto isso, as palavras dele se repetiam em minha mente. Não percebi que tanto tempo tinha passado até ambos voltarem novamente. "Essa é a última dose".
"Você sem sombra de dúvidas tem maneiras interessantes de demonstrar". Soltei algum tempo depois. Dean inclinou a cabeça sem entender. "Vocês certamente tem maneiras interessantes de demonstrar esse amor todo".
Sam passou a mão por seu rosto esgotado. "O que você quer que nós digamos? Sim, nós procuramos afeto e consolo em outros braços, você não estava aqui, não havia mais o que fazer, você não voltaria. Então, era isso ou morrer também. Sim, nós não deveríamos, mas acreditamos fielmente que seria isso que você iria querer".
Não pude segurar o riso e gargalhei. "Você acha mesmo que eu iria querer ser esquecido? Substituído, diminuído? Humilhado? Traído?!"
"Não, eu achei que você iria querer que fossemos felizes!"
Engoli a bola que se formava em minha garganta, "Ok. Quão felizes estão? Quão feliz Amelia e Lisa te fizeram enquanto vocês viviam suas vidas perfeitas?"
"Não é justo o que você está fazendo, nos transformando em monstros por não ter morrido com você. Nós te amamos de uma maneira inexplicável e isso jamais mudará, mas o que você realmente esperava de nós quando todas as portas tinham sido fechadas?"
"Que vocês abrissem uma janela".
"Chorei de joelhos clamando para um Deus que eu nem se quer acredito, implorando para você voltar ou pelo menos uma pista de onde ou como você estava. E como esperado, nada aconteceu. Invocamos, aprisionamos, torturamos e barganhamos com anjos e demônios pela sua localização. Oferecemos nossas almas para incontáveis demônios, dos mais baixos escalões até os cavaleiros do inferno e o próprio rei, e assimilamos que você tinha partido de verdade quando nenhum deles aceitaram, pois não poderiam cumprir a parte deles no trato porque você simplesmente não existia mais. Seis meses sem poder olhar nos olhos do meu irmão porque por ignorância minha nós tínhamos perdido a única pessoa que nos manteve sãos. Um ano de completo inferno sofrendo pela sua morte e desejando ter morrido no seu lugar", Sam disse pausadamente e eu rosnei quando ele falou a última sentença, "No entanto, tudo que fizemos não foi o suficiente e você ficou sozinho. Eu faria qualquer coisa para voltar no tempo e mudar o que aconteceu, eu faria qualquer coisa hoje para mudar o jeito que você olha para mim e fazer você entender o quanto você estar aqui significa para mim".
"Se Mary não tivesse ouvido o seu choro, suas vidas seriam outras. Dean seria um mecânico famoso na pequena cidade onde atuava, casado e apaixonado por uma bela morena e juntos teriam um herdeiro. Benjamin Braeden Winchester. Você seria um advogado renomado na área da família, ajudando mulheres a sugarem até a última gota de seus maridos traidores quem lhes deram um pé por outras mais novas siliconadas, casado e em eterna lua de mel com Amelia e um filho de quatro patas", o ar saiu de meus pulmões mais alto do que pretendi. "Consegue enxergar algo em comum? Vocês estavam vivendo o que nasceram para viver e eu não me sinto envergonhado em estar amargo por causa disso, eu deveria, mas não estou porque nossos caminhos não teriam se encontrado se não fosse as custas de seus destinos. Eu não teria sido tão feliz se vocês não tivessem sofrido antes". Cuspi a água benta que entrou em minha boca entreaberta depois que Dean jogou sobre meu rosto, nada aconteceu. "Não os culpo por terem seguido sem mim, vocês deveriam sim, buscar suas felicidades já que ela não está comigo, mas o fato não faz doer menos. Desculpe-me por ter jogado minha amargura em vocês e os culpado, quando na verdade egoísta seja tudo que tenho sido desde o início", Minha visão periférica empreteceu consideravelmente antes de eu perder a consciência.
Acordei deitado sobre a cama que costumava ser nossa, "Que bom que acordou", Percebi que Dean estava sentado ao meu lado me encarando ao passar seus dedos pelos meus cabelos. Fechei os olhos e aproveitei a sensação do carinho o máximo que pude, já que em breve seria apenas uma lembrança distante. Uma bandeja foi colocada ao lado das minhas pernas, abri os olhos quando meu estômago roncou.
"Mas que diabos?", Perguntei para ninguém em especial, mas Dean riu brevemente.
"Digamos que seu timing foi perfeito, Sammy".
Levantei meus olhos até encontrar os de Sam olhando para mim com expectativa e todas as minhas palavras duras voltaram com força total, sem sombra de dúvidas fui mais duro com ele por saber suas inseguranças e o quanto palavras o atingiam. "Eu te amo", disse simplesmente esperando que valesse mais do que milhares de desculpas fora do prazo. Ele sorriu e assentiu antes de se inclinar e beijar minha têmpora.
Meu estômago roncou novamente como se tivesse um bicho tentando sair, "Vá em frente, coma antes que o café esfrie".
Enruguei meu cenho, mas resolvi deixar o questionamento para depois. Peguei uma xícara azul e bebi o líquido quente, era simplesmente a melhor coisa que eu já tinha tomado. Bacon e ovos também entrou para a minha lista de melhores invenções do meu pai... Ou melhor, uma das invenções que ele ajudou a criar quando criou os porcos.
"Não estou querendo ser rude, mas você deveria tomar um banho", Dean disse tampando o nariz, o cutuquei na costela com o pé e ele riu. "Suas coisas estão em caixas guardadas no porão, então você pode usar algo meu", Assenti, "Nós temos que resolver algo enquanto isso". Ambos saíram depois de beijarem minha testa novamente, "Temos escovas reservas no gabinete".
"Obrigado".
O banho foi rápido e esclarecedor, era nítido que não havia mais espaço para mim lá. Claramente o nosso quarto não tinha sido visitado no mínimo em seis meses dado as teias de aranhas e poeira acumulada. Duas mochilas estavam jogadas no chão e a cama tinha o mesmo lençol verde que eu lembrava ter colocado. Não precisava necessariamente ser um gênio para perceber que eu não era um anjo e tão pouco um demônio, por isso, peguei uma das duffles e despejei o que estava dentro em cima da cama. Arma, roupas e dinheiro foi o que chamou minha atenção ao recolocar algumas coisas dentro da bolsa, olhei ao redor do quarto e avistei uma caixinha de metal e um porta retrato. Dentro da caixa havia algumas identidades falsas com minha foto e cartões clonados. A foto dentro da armação era de nós três no natal retrasado com sweaters feios natalinos sentados ao lado do pinheiro decorado. Não dava para saber ao certo o que brilhava mais, nossos olhos, nossos sorrisos ou os pisca piscas. Coloquei a fotografia junto com as demais coisas e a fechei jogando sobre meu ombro, uma vez que já estava vestido.
Deixar o bunker foi de fato a coisa mais dificilmente descomplicada de se fazer, talvez fosse o peso de meu coração que eu deixava para trás o responsável por me fazer indetectável em meio a uma construção velha e barulhenta. Pude ouvir suas vozes ao telefone vindo da biblioteca, pareciam de certa forma contentes.
"Adeus", sussurrei ao fechar a porta atrás de mim e começar a correr em direção á estrada. Nenhum carro tinha aparecido enquanto eu andava pelo acostamento durante algumas horas até que finalmente o som do pneu contra o asfalto se fez notável. Fiz sinal com o polegar pedindo carona.
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Luv Brings U Flowers N' Builds U Coffins (STILINCHESTER)
RomansaOs irmãos seguiram suas vidas depois que Stiles foi dado como morto durante a batalha contra Lucifer, porém, ele está de volta. • Plágio é crime! | STILINCHESTER | (Relacionamento poliamoroso entre Stiles Stilinski + Dean e Sam Winchester) • Contém...