痛'𝐩𝐮𝐫𝐞 𝐬𝐨𝐮𝐥 ᶜʰᵃⁿᵇᵃᵉᵏ

P.C - 695.

Ao vê-lo naquele estado apenas suspirei imaginando todo o percurso em que percorreu. O abracei forte tomando cuidado para não machucá-lo mais do que já estava, agradeci por tê-lo ali comigo, me doeu o coração ter de sair daquele lugar o deixando lá, eu moveria o mundo apenas para ele estar bem. Nunca comentei com ninguém sobre meus sentimentos perante à ele, mas nesse momento em que nos encontramos, não é a hora de falar sobre tal.

O afastei um pouco sentindo seu corpo fraco e gelado, reparei em seu nariz transpirando sangue pela sua atual situação, rapidamente tirei minha blusa de moletom - esta que roubei de um dos seguranças - e a coloquei sobre seus ombros, tentando ao máximo esquenta-lo.

— Estamos l-longe do edifício em que nos mantém presos, você não está em condição de correr mais, p-podemos descansar aqui ou andar mais até achar um abrigo melhor, não sei...

Falo baixo e fraco, querendo ou não, eu também não estava tão forte, me encontrava sem comer a dois dias, inventei de atacar um dos guardas que tentava me levar para as cabines de testes, em recompensa, me deixaram sem comida.

O trouxe de volta para mais perto de mim e o abracei passando meus braços pela sua fina cintura, seu cheiro, mesmo estando bem fraco, me exalava calma.

— Nós não vamos voltar para lá 495, vamos conseguir fugir, agora juntos.

Disse convicto, agora que o achei, não o deixarei para trás, irei até o fim com ele ao meu lado. Senti seu corpo tremer diante meus braços, imaginei que por ser ômega e sofrer de tantos testes, o frio o deixou mais frágil.

Olhei a minha volta, procurando algo naquela pequena casa, algo que nos servisse de ajuda, tanto para encobrir o frio ou para limpar o sangue. Avistei um pequeno lenço, não muito limpo, encima de uma cômoda velha, rapidamente o peguei levando direto para seu nariz, segurando seu rosto com cuidado e passando o pano cuidadosamente limpando os resquícios do líquido vermelho.