O castelo do Rei do Sushi desaba

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Era uma vez uma bela princesa, que morava alegremente com o seu pai, o Rei do Sushi, em um castelo encantado

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Era uma vez uma bela princesa, que morava alegremente com o seu pai, o Rei do Sushi, em um castelo encantado. A vida dessa bela princesa se tornou um inferno, porém, quando o Rei do Sushi decidiu se mudar para um castelo novo que acabou desabando.

Eu sei: quem é que não verifica a porcaria das estruturas de um castelo antes de se mudar? Alô-ou! Premissa básica para mudança: verifiquem se as drogas das paredes aguentam um terremoto.

Não, realmente, não há muitos terremotos em Haggyo. Segundo a escala de um cara aleatório que mede os terremotos, as placas estão sempre em movimentação, blá-blá-blá, mas os terremotos muitas vezes são fracos e não podem ser sentidos. É muito difícil ter terremotos na província de Gyeonggi. De qualquer forma, a maior parte dos terremotos por aqui nem ao menos é sentida por nós, seres humanos magnificentes.

Um castelo desabando em um terremoto que um ser humano não sente realmente foi um desperdício.

Se vocês estiverem um pouco confusos, deixe-me explicar: eu não sou uma princesa. Acho que vocês já tinham entendido a metáfora. Eu bem que gostaria de ser uma princesa. Princesas só ficam relaxando em seus castelos e curtindo o amor verdadeiro, de acordo com a Disney. É claro, a realeza é mais complicada que isso: eles também têm que se preocupar com coisas como, se a sua cama foi arrumada devidamente ou se a sua roupa está dobrada do jeito que elas gostam.

Ah, e vocês também podem presumir que, já que eu sou apenas uma garota normal e não uma princesa, o castelo que eu mencionei é, na realidade, só uma casa mesmo. Mas quando eu disse que o castelo desabou, não foi uma metáfora. Foi de verdade.

Tudo começou no primeiro dia de aula na Valley High. Se você está se perguntando onde é isso, eu lhe respondo: Haggyo é uma pequena cidade na província de Gyeonggi, que fica apenas a quarenta minutos de Seoul — a não ser que você pegue um ônibus, nesse caso, o motorista pode fazer o percurso em uns vinte minutos. É uma cidade ligeiramente pequena, mas não chega a ser do tipo todo-mundo-conhece-todo-mundo. Na verdade, a maior parte dos moradores de Haggyo são pais que desejam matricular os filhos na Valley High ou estudantes que foram aleatoriamente mandados ali para estudar na escola. Afinal, moradores fixos têm privilégios na hora de matrícula, pois a demanda da escola é muito grande.

A Valley High é uma das escolas mais conhecidas na Coréia do Sul, e uma das melhores também, e tudo isso porque ela é preconceituosa. Sim, preconceituosa. Não estou dizendo que ela tenha problemas com homossexuais ou negros, mas estou dizendo que ela tem problemas com pessoas burras. Certo, acho que ninguém gosta daquela pessoa estupendamente jumenta que nem ao menos consegue ler um empurre na porta de uma loja de conveniência, mas a Valley High levou esse preconceito a um nível completamente novo.

Há seis classes diferentes na Valley High, de A até F, sendo A a melhor e F, obviamente, a pior. Você pode estar colocado nas classes A, B, C, D, E ou F. O problema é que é muito difícil uma classe socializar com a outra, pois são cronogramas praticamente independentes. E, já que os exames são de múltipla escolha, não sou capaz de demonstrar minhas habilidades magníficas na dissertação e encheção de linguiça. Se me dessem uma redação, eu definitivamente estaria na A. Mas como não sou obrigada a decorar coisas desnecessárias, estou na classe D. A única hora que os alunos realmente podem se socializar é na hora do almoço e nos clubes depois da escola, mesmo que a maioria dos clubes seja apenas ocupada por alunos da A ou da B, o que já deixa os humildes alunos da F com um cagaço imenso de se inscreverem.

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