Just Love - Capítulo 2

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Can voltou ao jardim de Sanem, agora cheio, se juntando aos amigos que já discutiam sobre algo relacionado a agência e as obrigações do dia. Pôde perceber a agitação de todos, mas se surpreendeu ao notar que Sanem, de repente, parecia ter dado falta de algo, saindo de um transe que, até o momento, prendia seu olhar ao dele. Sabia do que se tratava e achou graça quando percebeu o quão desesperada ela ficou com a possibilidade de ter perdido o anel que ela tanto protegia. Mal sabia que ele tinha, digamos assim, pegado emprestado. Por um minuto sentiu dó, mas tinha que se manter firme, afinal, era por uma boa causa.

Sanem passou por debaixo da mesa e, em seguida, correu em direção a rede. O lugar onde esteve pela última vez, só podia estar lá. Revirou tudo e nada. Can segurava o riso, ele não podia demonstrar que sabia exatamente o que ela havia perdido, não ainda. Viu que ela correu em direção a casa. Seria divertido, pensou. Ele voltou seu olhar aos amigos e todos olhavam em direção a Sanem com interrogação. Deren revirava os olhos e questionava Ceycey o que havia de errado enquanto ele negava saber. Após cumprimentar a todos, Can resolveu ir até Sanem, mantendo o máximo que conseguiu da sua seriedade.

– Sanem, todo mundo está te esperando no jardim. Você está procurando alguma coisa? – perguntou recebendo um olhar assustado dela. Estava tão determinada a encontrar o anel que nem sequer notou a sua chegada.

– Não. - respondeu sem ser convincente, mas fazendo o máximo pra demonstrar que nada havia acontecido. O que era um pouco difícil já que tinha revirado a sala e, bom, nada do colar. Tentando disfarçar a sua preocupação, já que não queria admitir a Can o que havia perdido, decidiu leva-lo de volta ao local onde se encontravam seus amigos. – Vamos. - disse enquanto se movia em direção à saída, mas antes que pudesse continuar, pisou de mau jeito em uma das almofadas atiradas ao chão e, antes que pudesse cair, Can a segurou.

A tensão. Ah a tensão. Aquela corrente elétrica tão familiar se espalhou pelo corpo de ambos. As bocas se aproximavam uma da outra como imã. Ela queria muito sentir o gosto dele novamente. Intercalava seu olhar entre a boca e os olhos de Can, tão sedento quanto ela. As borboletas no estômago que insistiam em voar sempre que ele se aproximava dela, o toque dele fazendo com que seu corpo inteiro se arrepiasse. Eles estavam perto, muito perto, nariz com nariz, ela podia sentir aquela barba que ela tanto amava acariciar tocando a sua pele. E, então, uma voz ecoou atrás deles fazendo ela se afastar rapidamente soltando um gemido de dor. Seu pé doía.

Can ainda a segurava, mas agora ela se mantinha um pouco mais distante. Olhou para trás querendo fuzilar quem havia atrapalhado aquele momento que tinha tudo pra sair um beijo: Ceycey. Ele havia corrido para o jardim e surtado como sempre fazia quando via coisas que não devia e sabia que teria que guardar segredo. Can cuidaria dele depois, precisava ver o pé de Sanem. Ele a guiou até o sofá mesmo ela alegando estar tudo bem e pediu pra que ela deitasse, pois ele iria ver se havia torcido.

Ela obedeceu e cuidadosamente ele tirou a sandália alta que ela usava, começando uma espécie de massagem e movimentos circulares no tornozelo de Sanem. Ela sentiu uma dorzinha leve a princípio, mas logo foi se transformando no prazer da massagem que recebia, estava adorando. Talvez eu devesse tropeçar mais vezes, pensou deixando um sorriso bobo escapar um pouco alto demais e atraindo a atenção de Can. – Parece que você já está melhor, não é? - Sanem mordeu os lábios por ter sido pega, mas Can sorria, seu tom era brincalhão e ela se deixou levar pelo clima abrindo um sorriso largo que deixou ele ainda mais encantado. Incrível como ela tinha o poder de fazer ele esquecer do mundo. Seu semblante era leve, ele estava radiante, parecia ainda mais lindo aquele dia.

Quando já não era mais possível enrolar o tempo, decidiram voltar ao encontro de seus amigos. Ceycey parecia mais calmo, até ver os dois juntos novamente, soltando um gritinho e ameaçando surtar outra vez. Antes que ele se levantasse, Can o olhou pedindo que mantivesse a calma e percebeu que ele, se controlando ao máximo, tentava respirar normalmente para acalmar os seus nervos. Sanem tentou focar no trabalho, mas a sua mente não saía do colar com o anel. Por um momento ela já tinha até se esquecido dele. Que poder era esse que o Can tinha? E onde poderia está? Como ela perdeu aquilo? Sentia vontade de se dar uns tapas por ser tão desastrada e atrapalhada. "Ah Sanem Ah". Ela precisava encontrar aquele anel, tinha prometido a Can que nunca iria se desfazer dele e o levaria junto com ela para o resto da vida.

İnventando uma desculpa qualquer se levantou indo em direção a possíveis lugares onde poderia ter perdido pelo jardim. Lembrou-se do cachorro. Droga! Pegou um osso entre as coisas separadas para o pet e foi até ele sorrarteiramente. Se ele tivesse engolido, ela precisaria dar um jeito de tirá-lo dali, do seu estômago. Talvez ela pudesse o convencer a devolver seu anel pra ela... Subornou o bicho com o osso, sem sucesso. Ele nem sequer demonstrou interesse pela oferta. Sanem estava frustrada e já havia aceitado a realidade de ter perdido o anel.

Foi ao encontro do grupo, ainda emburrada por ter perdido algo tão precioso, sentou-se na cadeira disponível e tentou focar no que Deren tentava explicar aos seus amigos. Algo relacionado a produção de seus cremes. Nem isso a atraia, ela não tinha cabeça em mais nada naquele momento. Can percebeu sua cara séria com um bico formado em seus lábios como uma criança pequena quando quer alguma coisa que não pode ter. Não podia deixar de pensar no quanto ela é linda e em como seus filhos seriam incríveis com aquela genética. Tocou em seu bolso sentindo o objeto que ela tanto procurava. Ele devolveria a ela, mas de volta ao lugar certo, de onde ele nunca devia ter saído.

Depois de resolverem algumas questões importantes, com Sanem na maior parte do tempo dispersa, todos se espalharam pela fazenda com o intuito de relaxar um pouco. Eles precisavam de uma pausa. Sanem se afastou do grupo indo em direção a saída da fazenda e Can a observou, resolveu segui-la mas sem que ela notasse. Viu que ela seguiu em direção ao píer, como costumava fazer quando queria pensar e ficar sozinha. Era de fato um ótimo lugar pra isso.

Sanem se sentou na ponte e mirou no mar, no horizonte, deixou os pensamentos tomarem conta de sua cabeça e respirou fundo. Ela queria tanto que tudo fosse diferente. İmaginava um futuro ao lado dele, com seus 3 filhos e como eles seriam ótimos país. Sorriu enquanto deixava uma lágrima escapar de seus olhos e, quando percebeu, Can estava ao seu lado se acomodando na ponte de madeira se posicionando da mesma forma que Sanem. Eles precisavam conversar.

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