Cavaleiros

Os Guardiões

Quando chegaram à caverna das serpentes, depararam-se com dois ogros protegendo a entrada.
- Afastem-se, somos os guardiões deste lugar. E vocês não são bem vindos.
Marcos e Evangeline saltaram para matar os ogros, mas foram apanhados. Marcos e Evan começaram a sorrir e disseram: - Vocês caíram direitinho na nossa armadilha. Victória apareceu e laçou as pernas dos ogros com apenas uma chibatada de seu chicote, desequilibrando-os. Na queda os dois reféns foram soltos. Baseando-se no barulho, Shugar saltou sobre os ogros com sua espada em punho.
- Onde está a pedra? Eu prometo que a traremos de volta. Não queremos lhes fazer mal, mas nós precisamos dela pra salvar nosso povo. Vamos respondam!

- Entrem! (disse uma voz vinda da caverna).
Ao adentrarem, uma gigantesca ave voava de uma espada cravada na parede da caverna e pousava em cima de uma pedra. Suas asas batendo geravam uma ventania devastadora que os impedia de aproximar-se. Quando finalmente conseguiram ver direito notaram que a criatura se parecia com uma coruja tão branca quanto a neve.

- Esta, como vêem, é a gemma commutatis. Pressuponho que seja isto, o que procuram; e que também a queiram levar daqui, não?
- Espera outras pessoas já tentaram pegá-la? - Indagou Evan.
A coruja respondeu que sim; desde tempos remotos.

- Quantos anos você tem? - Marcos perguntou assustado. A coruja respondeu sorrindo: - Em torno de mil e poucos. Todos se assustaram.

- Ok. Ok. Nós viemos atrás de outra coisa. Não para fazer perguntas. (voltando-se para a coruja). Ó tão sabia, e tão alva, e tão antiga coruja! Será que nós podemos pegar essa sua gemma emprestada por alguns dias?
A coruja deu uma gargalhada: -Acham que vai ser tão fácil? Somente os Cavaleiros da profecia serão dignos de levar o cristal.
Instintivamente viraram para trás, e viram dois dragões. A respiração de um era tão quente que aquecia toda a caverna.

Esse era o dragão de fogo. Seus olhos espalhavam o medo por toda parte. No alto da caverna, o outro ainda estava sobrevoando, mas suas asas, toda vez que batiam, jogavam rajadas de vento congelante.

Então os dragões foram pra cima dos cavaleiros, que habilmente desviaram. Marcos, que era impulsivo, deu um salto sobre a espada cravada na parede para atingir a garganta do dragão vermelho com a lâmina de seu escudo. Mas o dragão já tinha preparado seu jato de fogo, Victória subiu correndo por suas costas, e enquanto saltava por sobre a cabeça da besta, amordaçou-a com um movimento de seu chicote. Quando Marcos a rasgou, a labareda de fogo o atingiu e queimou seu braço. Marcos caiu desmaiado junto com o dragão morto.

O outro dragão arremessou-se lá do alto para acabar com Marcos; no entanto, seus amigos o protegeram. No momento em que o dragão iria expelir seu jato de ar congelante, Evan atingiu sua mandíbula com um disparo certeiro de seu arco, prendendo-a fechada. O monstro fez um vôo rasante, o que baixou a temperatura ambiente consideravelmente. Na investida seguinte Shugar avançou desferindo um golpe firme de espada. A fera caiu sem vida, próximo à rocha em que a coruja se encontrava.

- Ok! - a coruja falou com expressão de incredulidade - podem levar o cristal meus filhos. Vocês provaram ser merecedores.
Pegaram finalmente o brilhante cristal. E ao tocarem nele, todos foram transpassados por uma energia intensa; seus olhos tornaram-se completamente vermelhos por alguns instantes. No momento seguinte Shugar recuperou a visão, e Marcos teve seu braço regenerado. Marcos se assustou com o seu braço, pois estava diferente: agora era peludo e musculoso. Porém a coruja explicou: - o que vocês haviam perdido, agora fora substituído pelo de suas feras internas. Por exemplo, o braço de Marcos agora é o da sua fera; se vocês não perceberam o olho de Shugar também está diferente.
Antes de saírem, a sábia coruja ainda questionou: - Menina Victória, em toda minha longa vida lidando com todo tipo de magia, eu nunca havia visto alguém manipular uma poderosa varinha mágica como se fosse um chicote. Suas armas vão apenas potencializar os dons que vocês já possuem, mesmo que ainda não saibam. Da mesma forma, são seus espíritos de guerreiros inflamados que vão dar vida aos poderes adormecidos dos tesouros da natureza.
No alvorecer daquele dia, retornaram para o seu reino.

Ao se aproximarem, viram a destruição que a guerra espalhava. Então uma fúria incendiou o peito deles e Marcos uivou. Houve em seguida um silêncio aterrador em todo o campo de batalha, que já tomava toda a aldeia. A pedra misteriosa começou a cintilar e emitir um brilho cada vez mais intenso enquanto pairava no ar. A multidão vendo aquele brilho começou a uivar e contorcer-se enquanto a jóia tirava o espírito de lobo deles.

A energia de cor anil que saiu pelos olhos de cada pessoa - viva ou morta - era atraída para a pedra. E aos poucos, em torno dela, foi tomando forma e corporificando um gigantesco licantropus.
Seu uivo estremeceu a espinha dorsal dos mais valentes guerreiros.

"Não percam o desenrolar dessa emocionante aventura no próximo capítulo...
Até lá pessoal!"