Tentei abrir a porta e sair sem fazer qualquer tipo de barulho para que os alunos no corredor não me vissem saindo do armário do faxineiro, mas como sou eu e já era de se esperar que não desce muito certo eu esbarrei em alguem um gigante pra ser exato, se fez o maior barulho no corredor e eu não podia imaginar o porque, eu estava de olhos fechados de vergonha, havia os fechado assim que me senti contra algo semelhante a uma parede (isso não se deve só pela altura, mas também pelos músculos). Esperei um pouco ate ouvi-lo murmurar pra só então abrir os olhos. Descobri que todo aquele estrondo se devia ao seu instrumento que agora estava no chão, não parecia apenas um instrumento, mas não tive tempo de reparar pois logo em seguida o menino se levantou e já estava de joelhos novamente me olhando nos olhos.
-Me...me...ah, foi mal- ele era lindo com uma beleza que ela adorava, seus olhos mel contrastava com sua pele extremamente clara e sardas marrom clara em toda a extensão de seu rosto, enfim, tinha um rosto angelical e infantil.
-Você fala? Me desculpa, acho que to falando rápido de mais pra que consiga fazer leitura labial. VOCE TA BEM?- falou pausamente e eu comecei a rir baixo, mas logo não conseguia me conter. E ele continuou - Mudos riem? Nunca vi um mudo rir, na verdade nunca vi um mu...
-Ai ... para.. não vou me aguentar de tanto rir- nem sabia ao certo o que dizer.
-UFA - suspirou- tava começando a ficar constrangido com a hipótese de você ser muda, que alívio - pude ouvir outro suspiro.
Ficamos em silêncio, ele me ajudou a pegar minhas coisas que estavam no chão, varias folhas e fotos, ele pegava sem olha-las com um pouco de receio, ele parecia todo envergonhado então provoquei.
-Pode ve-las, não são fotos pornôs.
-Me...Eu...só pensei que fosse pessoal.
-não precisa ter vergonha são só fotos.
Enquanto ele pegava as fotos no chão eu me apressei para pegar seu instrumentos, pareciam vários violões em tamanhos e estilo diferente, guardei cada um em uma daquelas capas e me levantei, o menino ainda estava ocupado catando minhas coisas no chão. O observei ate que se levantasse.
-Toma seus violões minúsculos, valeu pelas folhas e fotos.
Ele sorriu com a minha fala.
-Não são violões minúsculos, vem ca. - disse me puxando pelo braco ate o jardim da escola.
Ele sentou e eu também fiz o mesmo. Ele pegou os instrumentos e os tirou da capa, eu cogitei em falar "não tira, deu trabalho pra guardar", mas não o fiz.
-Bom, temos aqui, um ukelele, um banjo e um cavaquinho. - disse dedilhando algumas notas em cada um.
-Parece tudo igual, só com afinações diferentes.
-Ate que não é de todo ignorante. - assim que o ouvi dizer isso me levantei.
-Como é que é? - perguntei esbabacada.
-Não... é que... AFF, ignorante não nesse sentido... só quis dizer que não é tao leiga, que entende alguma coisa. - dei as costas pra ele, mas antes que pudesse começar a andar ele me segurou.
-Acho que fizemos errado, sou o Andrew - disse me estendendo a mão com um sorriso de lado.
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Teen FictionRetalhos de histórias compartilhadas em uma sala de bate-papo online, pode parecer dramática algumas partes, mas são verdadeiras, somente as feições dos personagens e detalhes do cenário são fictícios.