Kazuo, o abelhudo.

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26.08.2014

— Devolve! - gritei

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— Devolve! - gritei. Kazuo, como sempre, estava me importunando. O que será que esse menino tinha na cabeça? Eu realmente não consigo gostar dele, sério. Ele se tornou insuportável de uns anos pra cá, parece que piorou mais ainda.

Agora, neste exato momento, Kazuo estava com o meu diário em mãos. Os meus olhos lacrimejam. É claro que eu estaria desesperada, há muitas coisas no meu diário que ninguém pode nem sequer cogitar a possibilidade de ler.

— Por quê? - ele sorriu descaradamente. Kazuo estendeu o braço para cima, é claro que eu não o alcançaria, ele parecia uma girafa de tão grande. Imagine quando entrar na adolescência? — O que tem aqui que eu não posso ver?

— Kazuo... - lamentei, apertando os meus olhos. Seu sorriso se afrouxou. — Por favor!

— Eu só queria ler ele! - Kazuo me deu as costas, tentando abrir o diário. Tentei pensar em algum plano, por sorte, o diário tinha um cadeado que exigia um código.

— Não tem nada pra ler ai - fiquei de frente para ele, dando pequenos pulos e tentando, miseravelmente, tomar o meu diário para mim.

Sério, esse garoto era chato de tão insuportável. Eu o odiava.

Odiava mesmo.

Odiava muito.

Queria poder chamá-lo de mais coisas feias, mas eu não poderia.

Além do mais, não tinha nem apelido pra ele. Kazuo, infelizmente, era bonito.

O infeliz era realmente bonito.

Só me entristeceu mais ainda.

Tentei pensar em um xingamento adequado, tampouco achei.

Dou mais três pulinhos, falhando novamente e respirando fundo. Ser pequena é horrível.

— Tem sim, já que você insiste tanto em não me deixar ler - ele balançou o diário, como se algo fosse cair dele, como uma folha solta. Revirei os meus olhos. O que ele tinha de bonito, também tinha de burro. O diário estava fechado, como ele esperava que algo saísse ou caísse dele?

— Pare já com isso - Déborah, que era da altura dele, pegou o diário e me devolveu. Meus olhos brilham, encarando ela como se fosse uma heroína. — E você também, deveria parar de ceder as brincadeiras dele.

— Como se eu pudesse fazer isso! - exclamei, sentando na carteira. Apontei para ele. — Ele fica me perseguindo. Parece um maníaco.

P.s.: Amo Você - Série DesajustesOnde histórias criam vida. Descubra agora