Acho que isso é paixão.

55 9 0
                                    

Hoje era a festa de Halloween na casa das gêmeas mas Kazuo Ao nem deu sinal de vida, o que significa que ele não seria o meu par no baile da escola e muito menos meu acompanhante na festa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Hoje era a festa de Halloween na casa das gêmeas mas Kazuo Ao nem deu sinal de vida, o que significa que ele não seria o meu par no baile da escola e muito menos meu acompanhante na festa.

Bufando impacientemente, procurei por alguma fantasia no sótão de casa, algo que eu tivesse usado há anos atrás e que ninguém mais se recordaria. Talvez eu pudesse misturar o shorts da Arlequina com a blusa de couro da Malévola. Ou não, talvez fosse uma péssima escolha.

Kazuo Ao tinha mesmo desistido de mim? Quer dizer, por um lado, isso era ótimo, assim eu não teria mais que me preocupar toda vez que começava a gostar de algum menino. Mas... ele vai mesmo me ignorar?

Sentei no chão do sótão, pegando a minha caixa antiga cheia de bugigangas. Pego em minhas mãos alguns álbuns de fotografia, parte deles era de quando eu era criança. Bem antes de conhecer Kazuo e as gêmeas. Observo as minhas fotos ao lado dele, do único garoto que realmente me fez acreditar que tive o meu primeiro amor. Não, não era Kazuo. Muito menos Augustus Dolan.

Eu nunca conseguiria imaginar um mundo sem ele, sem vê-lo, sem abraçá-lo, sem ouvir as suas piadinhas totalmente sem graça que envolviam girafas e elefantes. Quer dizer, na época, eu ria.

Consigo lembrar dos dias de chuva em que nos escondemos na sua casa da árvore no fim da rua, mamãe me gritou por várias horas, temendo pelo pior naquela noite com trovões. Fiquei com tanto medo que ele agarrou a minha mão com força, tentando me passar confiança. O meu coração acelerou naquela hora, mas logo parou quando a mamãe finalmente nos encontrou e subiu até a casa da árvore, o rosto e cabelo encharcados, e os olhos marejados.

Guardo todas as lembranças em minha memória, cada pedacinho delas, como se fossem importantes. Mas são importantes. Como eu poderia esquecer do primeiro garoto que eu achava que seria o amor da minha vida?

Suspirei, guardando os álbuns e procurando mais uma vez a fantasia.

— Mel? - mamãe me chama, ouço ela descendo as escadas lentamente.

— Aqui, mamãe - falei alto. Eu tinha uma fantasia da Tinker Bell que nunca usei, acho que foi da época em que eu era viciada na fadinha da Disney. Vejo o seu rosto sorridente a me encarar, retribui ao sorriso. Ela se abaixa na minha frente.

— Procurando alguma fantasia? Achei que fosse comprar com o Kaz, como sempre faz - ela franziu o cenho.

— Não dessa vez - comecei a procurar em outra caixa. A mamãe sempre me deixou ter diversas fantasias, já que ela amava o Halloween tanto quanto eu ou a vovó. — Você acha que se eu me fantasiar com uma calça pirata e uma blusa a caráter, vou parecer legal?

— Antes de tudo me explique essa situação, mocinha - mamãe se senta no chão também. — Me responda: você e o Kaz? Tudo bem? Estão brigados?

— Por qual motivo todo mundo fica me perguntando isso? - fiquei nervosa. — Eu e ele não temos absolutamente nada, somos só amigos. Não vivemos grudados um ao outro, muito menos somos namorados pra fazer tudo junto.

P.s.: Amo Você - Série DesajustesOnde histórias criam vida. Descubra agora