° ONZE

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Me tranquei no quarto, não quero mais ninguém colocando minhocas na minha cabeça, me dizendo o que devo ou não fazer.

Respirei fundo e fui tomar um banho, dar uma relaxada, é a única coisa que posso fazer neste momento.

Liguei o chuveiro — e sim, temos chuveiro aqui na casa da árvore —, e antes que a água pudesse esquentar totalmente, me enfiei debaixo da água gelada mesmo. Molhando cada pedaço do meu corpo, encharcando meus curtos cabelos pretos.

Bateram na porta, não atendi nem falei nada. Apenas continuei no meu banho.

[...]

Como de costume, acordei bem cedo, e pus - me de pé, fazer uma caminhada pode me deixar distante de toda essa bagunça que minha vida se tornou.

Passei pela sala, e meu pai estava dormindo no sofá, provavelmente deu sua cama para Jaci. E antes mesmo de conseguir sair de casa, ouço meu pai me gritando.

— Judy! — olhei para trás e ele fez sinal para que eu voltasse para dentro. Subi novamente, e o mesmo sorriu. — Aonde vai à uma hora dessas?

— Eu ia caminhar. Respirar um pouco.

— Não pode sair sozinha. Não depois do que descobrimos ontem. — não discuti, apenas entrei.

Me sentei em uma poltrona no canto da sala.

— Me desculpe por te prender aqui, mais é necessário. Não podemos correr o risco de perder você também.
— balancei a cabeça positivamente e sorri de lado.

— Você acha que ela está bem?

— Sua mãe? — afirmei com a cabeça e ele sorriu. — Temos que ter esperança com isso querida.

Sentei - me ao seu lado, e em seguida, recebi um abraço dele, isso me surpreendeu, já que, há muito tempo, ele não faz isso.

Senti - me confortada, segura. Fechei os olhos e pude sentir calma por alguns segundos.

Respirei fundo e sorri envolvida por aqueles braços quentes. Seguros.

Soltei - me dele e o mesmo sorriu.

— Senti falta disso querida. Quanto tempo que não ficamos assim, juntos, sem brigas ou revelações. — ele pareceu ler minha mente. — Se arrume, ou vai chegar atrasada na escola.

O mesmo saiu fechando a porta atrás de si, me deixando sozinha para que pudesse me arrumar.

Optei por uma blusa pollo e um conjunto de moletom, e um tênis de correr, quem sabe não dou uma corrida na hora do intervalo.

Desci e Jimmy já estava à minha espera.

— Se apresse, ou vamos nos atrasar.
— o mesmo me apressou.

— Já estou pronta. — meu pai estava no carro, com um sorriso sincero no rosto.

Quanto tempo não vejo ele assim. Despreocupado. Ou pelo menos ele finge bem.

[...]

Chegando na escola, fui surpreendida por Dorothy, ela estava com um ar alegre, bem contagiante.

— Bom dia Judy, bom dia Jimmy. — a mesma nos deu bom dia com uma animação, que desconheço.

— Bom dia. — respondemos juntos.

Jimmy ficou lá trocando algumas palavras com ela, já eu, fui direto para a biblioteca, preciso encontrar algum livro que diga algo mais explicativo sobre esse acordo com Satã.

Ninguém me parou desta vez. E tive poucos minutos para procurar antes que o sinal batesse.

Encontrei um livro, um enorme livro. Consegui dar uma folheada nas primeiras páginas, mas não consegui ler atentamente.

Deixei o mesmo na prateleira, pretendendo voltar no intervalo, terei mais tempo para lê - lo.

Sentei - me no mesmo lugar de ontem, e dessa vez fui acompanhada pelo garoto da floresta, que não faço ideia de qual seja seu nome.

— Poderia me dizer seu nome? — o olhei nos olhos, e o mesmo sorriu.

— Brian. Me desculpe por não ter me apresentado antes. — o mesmo se desculpou com um sorriso no rosto.

Pude ver suas covinhas, elas ficam bem à vista.

— Tudo bem. — sorri em resposta, e fomos interrompidos por um professor que não faço ideia de qual matéria ele leciona.

_____________

Será um amor surgindo ali??

🤔

Uma B. Entre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora