Capítulo 21, Por:Eliza

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    12/05/2019

Saímos rindo do Archie e do batom de casa, nos dividimos nos carros, daria para irmos todos no mesmo, mas provavelmente vamos trazer muitas coisas então preferimos ir em dois.

Em um carro, estamos, eu, tia Elora, Archie e Maria e no outro a vovó e o vovô, sugerimos que Archie fosse em um carro diferente do meu e da Maria, mas ele fez bico como uma criança. Mereço!

Andar por essa estrada, é ridiculamente estranho sabe, meus pais sofreram um acidente aqui. Cruzes. Evito pensar nisso pois sempre sofro muito somente lembrando...

Archie, coloca um filme para irmos assistindo no caminho, tenro ficar bem concentrada, mas como tinha dormido pouco da noite passada pra essa, que acabou sendo uma loucura, com menos de 20 minutos de filme eu durmo.

Sinto alguém me cutucando, e odeio quando ficam me cutucando, que raiva, chama de outro jeito. Resmungo mas não acordo e cutuque não para. Então acordo com muito ódio por querer continuar dormindo. Quando vou gritar com a Maria, olho para o vidro atrás dela. Minha casa...

Meus olhos enchem de lágrima imediatamente. Que saudade da MINHA casa. Podemos estar em um lugar que gostamos e nos sentirmos bem nele. Mas nunca terá lugar melhor e que nós deixe mais a vontade do que o nosso lar. O lugar onde eu cresci, compartilhei os meus segredos com a minha melhor amiga, a minha mãe. Saio do carro e tenho uma recordação diferente a cada passo.

Quando subimos os degraus para a porta principal, lembro de quando dei meu primeiro beijo ali.

Flashback on.

26.05.2015

O meu primeiro beijo foi com o Gabriel Phillipe. Ele era lindo, tínhamos 12 anos e fazíamos aula de literatura juntos. Ele veio estudar comigo, e quando terminamos, sentamos aqui no degrau e comemos alguns biscoitos, então ele me encarou por uns 2 milissegundos, que pareceram uma eternidade e disse:
_Lili, eu posso te beijar? -Assenti, e ele me deu um selinho. E obviamente, como o mico é de graça, e eu precisava passar um, fiquei com vergonha, e saí correndo pra dentro de casa para contar pra minha mãe.

Flashback off.

Sorrio por ter essa lembrança, e uma lágrima corre sem permissão pelo meu rosto, e sinto a Maria apertar forte minha mão, quando olho pra ela vejo que sorri, como se falasse com os olhos: Estou do seu lado!- Respiro fundo e sorrio de volta.

Vovô abre a porta e o sentimento vêm mais forte ainda. Tudo arrumado como a mamãe gostava, seu TOC que não permitia que nada não estivesse em seu devido lugar... É incrível. Tudo tem a cara dela. Sinto que o clima está muito pesado, vovô abraça a vovó que está com o rosto lavado em lágrimas e ele segurando o choro na garganta. A tia Elora, que limpa rapidamente as lágrimas sem autorização que rolam em seu rosto observa a casa, como se estivesse vendo a mamãe em tudo. A Maria não solta a minha mão, que não paro de chorar, e o Archie, mesmo sendo da família, sente pena de nós, e pelo seu olhar percebe-se que se sente um intruso.

Sou desligada de meus devaneios quando o vovô diz:

_Querida, vá até o seu quarto e pegue suas coisas, roupas, coisas importantes, nada muito grande que não tenhamos como levar no carro. Essas coisas, o caminhão irá pegar amanhã. -Assinto e vou até o quarto com a Maria-.

É incrível, quando entro no quarto, ele está exatamente do mesmo jeito que deixei, ele está lindo. A pouco tempo tínhamos feito algumas reformas para deixá-lo mais a minha cara.
Meu quarto:

 Meu quarto:

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