O momento em que tudo muda, Por Eliza

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Enquanto corriamos, para que meus avós não reparassem que nós duas tínhamos saído nem por uma segundo... No meio do corredor o Maurício aparece...

Esse garoto deve trabalhar no corredor, não é possível, Sempre que eu ando por aqui, ele aparece, não vou mentir, eu não desgosto disso...

(Maurício)_Boa tarde, senhora apressada. (Diz me fazendo revirar os olhos)
_Eu vou ir embora agora, se me der licença, senhor, monitor do corredor.
(Digo o fazendo revirar os olhos também)
_E a senhora, iria embora, sem nem mesmo me dar um beijo? (Diz me fazendo rir de vergonha)
(Maria)_Eu tô sobrando no papo, né galera? Vou ir para o cantinho. VOCÊ TEM 2 MINUTOS, DONA ELIZA! (Diz nos fazendo sorrir)

Nos beijamos, odiava a sensação de que não teria aquilo por um bom tempo, como eu era apaixonada pelo Maurício...

(Maria)_Gente, deu! Tempo esgotado. Vamos Eliza, precisamos ir agora!!

Dou um último selinho nele e saio.
Vamos o mais rápido possível, e entramos pela janela do quarto.

_Ufa, conseguimos. (Digo a fazendo sorrir)

Ouço gritos da Vovó, e saímos correndo para a sala.

Encontramos a vovó, chorando, e se tremendo no sofá, sem nem mesmo conseguir falar, entramos em desespero e começamos a gritar pelo vovô, que não vinha, então fomos atrás dele, e o encontramos chorando no telefone.

Eu estava com receio, não sabia o que tinha acontecido, aquela situação era desesperadora, tudo aquilo era desesperador! Então o vovô veio andando com lágrimas escorrendo e disse:

_Querida, você precisará ser forte. Seus pais sofreram um acidente de carro, vindo até aqui. Um deles ja foi dado como morto e o outro corre sérios riscos de vida...

Sinto meu estômago embrulhar, minhas pernas tremerem, meu coração acelerar, as lágrimas presas na garganta, o tempo parece estar em câmera lenta, vejo a Maria e o vovô vindo me abraçar, desesperados, mas não sinto nada. Me sinto lenta perco as minhas forças e desmaio.

Acordo uma hora depois, achando que tudo não se passava de um pesadelo. Olho para o lado e vejo a Maria no telefone, parecia inquieta, com os olhos inchados de quem já havia chorado muito, sentado na beirada da cama, encarando a parece como se não soubesse como agir, o Kauã e na minha frente, sentado com a mão na frente dos olhos como quem não sabia o que fazer, o Maurício.

Pra estar tudo naquelas circunstâncias não podia ser apenas um sonho, a ficha ia caindo aos poucos, e então eu nem perguntei, eu apenas, chorei.

Eu chorava com eles em volta de mim, não conseguia respirar de tanto chorar, as lágrimas, já não caiam mais, eu só gritava, e pedia para Deus, para que ele me ajudasse.

Algumas horas se passaram e eu ia me acalmando, a ficha ia caindo a cada momento, então o meu avô, eu estava no hospital com algum dos meus pais, o qual eu não sabia quem era, ligou para casa e o Maurício atendeu.

_Eliza, isso é uma coisa muito importante, e precisamos que você seja forte. O seu pai está vivo e precisa muito de você. (Diz sério, segurando a minha mão e sem parar de olhar nem por um segundo nos meus olhos).

_Maurício, se meu pai está vivo quer dizer que a minha mãe morreu não é? (Digo baixo, quase sem voz, enquanto uma lágrima rola sobre meu rosto)

Maria, me abraça e choramos juntas.

Eu não sabia o que fazer, sentia raiva, dor, percebi que naquele momento, as coisas banais, não me importavam, o quanto eu dava atenção para as bobeiras da vida quando a coisa mais importante do mundo eu tinha: Amor.

Minha mãe se foi e levou com ela grande parte do amor que eu tinha no meu coração. Ela era a minha melhor amiga. Tudo oq eu queria todos os dias era poder chegar em casa e dizer: "Oi loira(apelido carinhoso que dei para mamãe aos 7 anos), você não sabe o que aconteceu?", e ouvir "Diga minha gata da praia (apelido fofo que a mamãe deu pra mim, por adorar brincar na areia da praia, até os 15 anos)", ela Sabia de todos os meus segredos, me entendia e cuidava de mim. E o meu pai? Entre o céu e a terra. O homem que cuidou da nossa família, que nos amou mais que tudo a pessoa mais engraçada e mais sensível que eu já conheci na minha vida...

Como a mamãe sempre dizia para mim, isso nunca fez tanto sentido: Tudo bem minha gata da praia, você não precisa me contar o que vai fazer ou onde vai, as batidas do nosso coração se cruzam e nos levam ao mesmo ponto. Eu te amo.

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