Ato 1 - cena 1

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Atenção boiolas.

Autora passando pra dar um recado. Escrevi essa história principalmente porque queria poder tocar as pessoas do mesmo jeito que algumas fanfics conseguem me tocar; tocar de qualquer jeito, na verdade. Seja me fazendo chorar, pensar, gritar, rir. Essas coisas que fazem a gente se sentir bem no final, sabe? Que envolvem a gente.

Espero que alguém possa tirar algo disso aqui. Eu me esforcei, juro que tentei! kkk. O foco dessa fic não é tratar do tema aluno/ professor. Vai ser sim uma complicação e um tabu, mas não vai trazer tantos problemas ou envolver muita discussão.

Finalmente, queria dizer que é a primeira história que eu consegui terminar, dentre tantas que eu nem passei do primeiro capítulo. Então mesmo que não seja muito repercutida, significa muito pra mim. É clichê, meio ruinzinha mesmo, mas é minha, é concreta, saiu da minha cabeça, eu coloquei no papel. É muito crua, me sinto exposta. É.

Espero que tenham gostado.

All the fucking love,

Ma.

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"Meu tio se achava então na primeira juventude: a idade em que os sentimentos se misturam todos num ímpeto confuso, ainda não separados em bem e mal; a idade em que cada experiência nova, também macabra e desumana, é toda trepidante e efervescente de amor pela vida"

- O Visconde Partido ao Meio, página 11.

***

A segunda aula da semana é teatro, logo após Inglês. Louis faz o caminho para o auditório, alguém gritando do banheiro algo sobre dar o troco em um tal de um Roger Filho da Puta e as paredes do corredor cheias de cartazes  do Elton John de mono celha e dente preto (resultado do recente grupo de arte dadaísta inaugurado na escola). Louis bufa. Lar doce lar.

Ele abre a porta dupla da sala para se deparar com o caos. Pessoas falando alto, rindo; indivíduos que ele nunca fez questão de conhecer melhor. Louis anda até estar no palco com o resto da turma.

"Fala, cuzão". É Stan.

Com o cabelo castanho claro apontando para todo lado e as pontas dos dedos cheirando a café e nicotina, Stan o abraça. O hábito de fumar, juntamente com o de ingerir cafeína, veio para Louis e para Stan na mesma fase, isto é, quando entraram no ensino médio. Ter um amigo de infância, Louis pensa, significa ir se corrompendo junto.

Um sorriso cobre o rosto de Louis. "Não tive notícias suas durante as férias. Nem uma mensagem, cara."

"Deixa eu adivinhar; você teve uma- como fala, cara- uma crise de abstinência. Isso. Sentiu muita a minha falta, não foi?" Seus lábios estão para baixo, os olhos meio arregalados. "Você chorou, não foi?"

Louis ri. "Claro. Claro que chorei. Fiquei todas as noites olhando para fotos suas e me masturbando enquanto lágrimas corriam pelas minhas bochechas. Foi um pesadelo."

Stan gargalha e seus olhos brilham. Louis imagina que os seus estejam iguais, no entanto, e por isso decide não implicar com ele.

Louis vira seus olhos para e mesinha dedicada ao professor, a qual fica na fileira de cadeiras mais próxima do palco.

"Cara," diz, apontando para o cara com grossas sombrancelhas e jaqueta de couro preta. "Quem é aquele?"

"O meu verão também foi ótimo, sabe, Louis. Obrigado por perguntar. Obrigado mesmo. Sempre uma simpatia de pessoa," ele fala. Louis dá um soco em sua costela que o faz se contorcer e rir no meio de uma careta. "Não sei, cara. Talvez o novo professor? Fiquei sabendo que Harry pediu demissão no começo das férias."

Two creatures (l.s) - shortficOnde histórias criam vida. Descubra agora