Parte 5

23 2 1
                                    

—Paul? Abra é a polícia! —Jacob gritou antes que fosse interrompido pelo toque do telefone de Joanna que ressoou em suas costas.
   —Eu sou só a psicóloga, vai sozinho preciso atender essa ligação. —Ela disse e desceu para perto do carro que iluminava tudo com seus faróis penetrantes.
   Jacob empunhando sua pistola tocou com uma das mãos na maçaneta de madeira e sentiu uma energia ruim, começou a soar mais que o normal e quando finalmente abriu a parceira o puxou para trás fazendo ambos caírem e antes que fosse tarde um laranjar brotou durante a fria e apavorante noite, o fogo da explosão acompanhou o som de estilhaçar e antes que ele pudesse notar Joanna estava com um enorme pedaço de vidro fincado em seu estômago.
   —Foi aquela desgraçada... ela comprou os itens para uma bomba, ela está fugindo... temos que ir atrás dela! —Ela disse tentando não engasgar com o próprio sangue carmim.
   Ele colocou a mão sobre seus cabelos ruivos e sobre suas costas e a levantou com muita dificuldade, suas pernas ferveram num cansaço incomensurável e quando ele a colocou no banco do carro fora aliviante.
   —Eu não quero morrer Jacob, eu não quero deixar minha filha nesse mundo sozinha. —Ela reclamou tristonha colocando a mão em seu ferimento que jorrava cada vez mais sangue. —O hospital é muito lon...
   Seus olhos desvaneceram-se e fecharam-se, ela caiu escorando-se na porta e era impossível distinguir-se sua vida ou morte, estava fúnebre e cada vez mais pálida, ele resmungou num berro raivoso sentindo as lagrimas dominarem seus olhos enquanto dirigia o mais rápido que podia e alardeava para a policia o acontecimento por telefone.
   A estrada estava vazia com apenas um carro ao seu lado, sua rapidez era estranha, mas, isso não importava agora, Joanna importava. De repente ambos carros foram interrompidos por uma passagem de trem, o som irritante dos sinalizadores em forma de sirenes o irritava e apressava cada vez mais.
   Seus olhos se depararam com o motorista do carro ao lado, os cabelos louros mal cortados, aquela expressão conhecida, ele sabia quem ela era... era Sarah, a desgraçada estava tentando fugir... Ela também o avistou, pisando no acelerador e atravessando rapidamente a via proibida, ele ficou relutante por um tempo, pensou em Joanna, mas, quis vingança e atravessou também vendo a madeira estilhaçar e bater em seu vidro, o trem quase o atingira, mas, agora aquilo era um lado pessoal.
   O carro de Sarah deslizou-se em alguns minutos de perseguição e atingiu uma das arvores de pinheiro na encosta da rua mal iluminada, ele parou seu carro, pegou sua arma... estava pronto para matá-la.
   Sarah
   Meu carro havia batido em uma das arvores, o detetive idiota e sua parceira estavam me perseguindo, eu tinha que fazer algo, eu tinha que sair daquele local, larguei minha bolsa apenas carregando a pistola e passei a desesperançosa tentar correr sentindo meu pé ser esmagado por uma dor fervente e dificultosa.
   —Parada! —Ele disse, virei-me e observei-o, ele estava acabado, o uniforme estava manchado de sangue e logo notei o que ocorrera, acharam onde escondi o corpo de meu marido, apontei uma arma para ele também.
   —Isso não tem que acabar assim! —Gritei apontando para o corpo da psicóloga inconsciente no carro. —Você pode salva-la.
   —Ela está morta, e se não abaixar essa arma você vai estar também, ela era mãe solteira, ela tinha uma filha, uma filha que teve a mãe roubada por uma paranoica que nem você! —Suas palavras estranhamente feriram-me de um jeito inexplicável, pensei na pobre garota sem mãe e tornei-me relutante.
   —Eu estou gravida... Eu estou gravida é por essa razão que fiz o que fiz, Paul não era exemplar... ele era um monstro! —Admiti chorosa. —Por favor, meu bebe merece um futuro bom.
   —Ele nunca vai ter um futuro bom tendo uma mãe repugnante como você! Agora abaixe a arma.
   Ele virou-se surpreso ao notar que Joanna estava viva e gritava por ajuda, sem saber o local que estava, demorou alguns segundos para assimilar a situação e finalmente calar a boca, mas, fora o suficiente para que eu atirasse em Jacob o derrubando.
   Ele ainda estava vivo quando ainda mancando machucada aproximei-me e joguei sua arma longe, peguei seu radio, demorei alguns instantes ouvindo o choro da mulher que estava quase voltando ao seu grau de inconsciência para que finalmente aprendesse como se usava.
   —Houve um acidente de carro na rua Bloodrin Graves, 192, uma mulher e um homem estão gravemente feridos, rápido.  —Disse olhando para os olhos do detetive que lutavam pela vida, deixei o radio perto de seu corpo e passei a andar mancando o mais rápido que pude, o Canada estava a minutos e eu finalmente estava livre. Fiz o que pude para salvar a vida dos dois, mas, minha eficácia é de certa forma duvidosa, agora tudo o que precisava era sair desse país de merda e recomeçar a vida com minha adorável criança. Isto é tudo por ela, isto é tudo por ela... tudo por ela. TUDO PELO MEU BEBE.

A ESPOSA - série ensanguentadas vol-1Onde histórias criam vida. Descubra agora