Quinze - Cisne negro

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O amor produz efeitos colaterais engraçados

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O amor produz efeitos colaterais engraçados. Me apego nessa frase algumas vezes, e entre uma dose do meu remédio para dormir e outra noite acordado, tento filosofar sobre isso. Ninguém nunca parou para pensar como amor e a figura de Deus, estarem sempre interligadas é um sinal claro da relação quase ficcional das duas coisas?

Deus é amor, e o amor é a forma como Deus, nosso (espero eu que não), criador se mostra em toda sua perfeição? Mas você já parou pra pensar quantas guerras foram travadas em nome de Deus? E quantas vidas foram tiradas em nome do amor? Será que não passamos as últimas eras cultuando o sentimento errado e o Deus errado também?

Dentro da mansão dos DiCastillo, Lyra Eva II trotava seus pensamentos entre amor, raiva e decepção. Raiva de tudo, raiva de todos e sobretudo, dela própria. Na relação conturbada que tinha com seu genitor, que começou a se deteriorar quando ela nasceu menina e José desejava um menino, ou todas as vezes que ele ansiou que Lyra fosse mais como ele e menos como sua mãe.

Quando sua filha precisou de amor ele deu a ela obrigações, quando precisou de liberdade, ele a algemou aos seus pés, como um cachorrinho que não consegue entender as lições do treinador e precisa se afastar de todo os outros. Lyra nunca teve amigos, com exceção de Andrômeda, nunca teve festas do pijama com amigas e nem sequer podia escolher com quem passaria o resto dos seus dias. A vadia sofria tanto quanto uma protagonista de novela mexicana, com a exceção do final feliz.

Dentro do seu quarto de artista de cinema, naquela tarde ela desejou ser mais do que nunca igual a ele, seca por dentro, incapaz de demonstrar qualquer tipo de sentimento além dos que dominava. Mas doía, mais do que qualquer coisa doía, porque ela sempre amou Andrômeda mais do que pensava que amava.

Lyra enxugou as lágrimas que ainda rolavam pelo seu rosto quando foi direto ao enorme banheiro do seu quarto, onde tomou um banho quente e demorado. A água estava tão quente que ela suprimiu um gemido quando pousou seu corpo na banheira.

Ela encostou a nuca nas alças da banheira e deixou o corpo se acalmar. Sua mente a levou direto para Andrômeda no momento que ela começou a relaxar.

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