INEXISTÊNCIA - CAP 3

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[Takase ON]

Já se passou 5 anos desde que Jun assumiu o poder de Clóvis. Finalmente o reino estava sobre o comando da família real de novo, as coisas iriam se resolver agora, era o que todos pensavam, mas não foi bem isso que aconteceu. Jun instalou uma ditadura sanguinária por todo o reino. Ameaçou atacar países vizinhos se não dessem apoio a Clóvis. Matou todos da Armada do Reino a base de machadadas em praças públicas. Fez aliados perigosos e ruins. Completando assim a primeira parte do nosso plano, que era fazer de Jun, uma pessoa forte.

Isso demorou muito, não dá nem pra acreditar nisso. Mesmo depois de tantas coisas, ele só perdeu a razão quando lhe tiramos uma "garota" que ele mal conhecia. Mas tudo terminou como tínhamos previsto. Demorou, mas conseguimos o resultado desejado. Agora só precisamos esperar o despertar da Bruxa Stella.

Aquelas duas garotas, Yuzu e May, como chamavam, nunca existiram. Elas foram criadas da divisão de Stella. Com suas memórias seladas, eram como se fossem pessoas normais. Não tinham conhecimento nenhum de quem eram e de onde vieram. Yuzu, por sorte, teve toda a capacidade de viver normalmente desde o início. Já May, pelo contrário, não teve a mesma sorte, e tivemos que deixar ela sobre os cuidados de Jobi, o que não foi uma boa idéia. Segundo ele, fez o que fez pelo bem do nosso objetivo, por isso não foi punido. Ao menos não ainda...

- Os senhores querem mesmo voltar nesse assunto? - Jobi se senta novamente na mesa de reunião. - Se quiserem posso me explicar novamente.

- Não será necessário Jobi. - Maquiavel responde calmamente.

- Eu espero mesmo que Stella se lembre do que fez com ela enquanto "cuidava" de uma de suas metades. - Olívia diz com tom ameaçador.

- Já chega Olívia, isso foi há anos e ainda mastiga isso. Tente se concentrar por favor.

Um silêncio toma a sala por alguns segundos, até que o quebro:

- Não acham que já passou da hora dela acordar?

- A mãe do Tyhot disse que esse era o praso, mas não falou se ela iria acordar instantaneamente. - Lupin responde cruzando os braços.

- Mãe do Tyhot? Você não se lembra nem dos nomes das pessoas que mata? - Elisabeth pergunta.

- Claro que não. Acha que já matei quantas pessoas?

- Isso é lamentável. - Ela responde balançando a cabeça.

A mãe de Tyhot teve um grande envolvimento na divisão da Bruxa. Sua magia e conhecimento nos ajudou muito. Foi mesmo uma pena ela ter tentado contra nós, caso contrário estaria viva com seu filho e marido. Por falar em marido...

- Nós nunca mais achamos pistas de onde o pai de Tyhot poderia estar. Acham que vai dar as caras algum dia? - Pergunto acendendo meu cigarro com a lamparina quebrada.

- Ele é um covarde, nunca mais o veremos. Mesmo depois de matarmos seu filho e mulher, ele não apareceu novamente. Não devemos nos preocupar. - Maquiavel responde com a mesma cara de tédio de sempre.

De repente alguém entra na sala, era Zhang, o mais novo dos membros oficiais. Seus cabelos cumpridos me lembravam o de Shuu, mas por sua vez eram negros.

- Sr. Maquiavel, ela acordou... - Ele diz seriamente.

- Ok, todos vocês... - Ele se levanta da cadeira e continua. - Vamos até Stella.

[...]

[Jun Sousuke ON]

Sentado na cadeira de meu falecido pai, me ponho a ouvir os murmuros de um dos reis dos países do sul. Um homem inteligente e bem sucedido, mas de pouca moral.

- Nós o ajudamos na reconstrução do castelo, devia ter ao menos um pouco de gratidão ao nosso país. Seu pai não ficaria nem um pouco orgulhoso dessa sua atitude. - Feris, rei de Marc, diz aborrecido.

- Marc fechou as fronteiras quando Clóvis realmente precisou. Vocês só tem medo da minha pessoa. Se tem alguém por qual eu deva ser grato aqui, é por mim mesmo.

- É realmente uma pena que as coisas tenham tomado esse rumo. - Ele se vira de costas e segue andando até a porta. - Não vamos entregar a capital para vocês, nem ferrando.

- Sinta-se livre para tentar. - Digo vendo ele sair pela porta do salão principal.

O salão seguiu em silêncio por alguns segundos, até que Sayu se manifestou me debatendo:

- Jun-sama, não acho que precisamos de mais terras, nossos soldados mal protegem as nossas fronterias que já são enorm...

- Você tem razão, não precisamos de mais terras, mas eu preciso me assegurar de que aquele reino não vá tentar nada contra mim. Por isso preciso tomá-lo. Se algo acontecer comigo o dragão irá exterminar tudo em nossas terras, e se aquelas forem minhas também estarão em seu alvo, então estarei seguro quanto uma possível traição.

- E como pretende tomar aquele reino? - Sayu pergunta engolindo o ar.

- Abra um portal antes que fechem a conexão. - Falo me levantando do trono e colocando a coroa sobre a cabeça. - Eu vou apagar aquela capital do mapa.

- M-Mas tem pessoas inocentes lá Jun... Jun-sama. - Ela diz com uma expressão de pânico.

Andei calmente até sua frente e levei umas de minhas mãos ao seu ombro, e com um olhar amedrontador disse as seguntes palavras:

- Minoa, Miuna e Shuu, os três estão nas masmorras. Sabe o que vai acontecer com eles se não me obedecer né?

Sim, todos estão vivos. Por algum motivo eu perdi minha maldição naquele dia. Eu não sei se posso dizer que foi uma vitória, algumas vezes sinto saudades dela, mas isso não vem ao caso. O que importa aqui é que deixei Sayu comigo, porque seu conhecimento em magia é extraordinário. Aprendi muito com ela nesses últimos 5 anos, mas ainda preciso dela para algumas coisas, por isso a mantenho comigo ainda.

- Ok, eu irei abrir. - Ela abaixa a cabeça e se dirige até o centro da sala. - Magi Conexão - Portal Marc.

De repente o portal se abriu na minha frente e ela se afastou para trás.

- Volto em 2 minutos.

- Não vai levar a besta?

- Não, porque se algo acontecer comigo, você será a primeira a morrer por ela. - Digo isso e logo o atravesso.

Em instantes, do salão do meu castelo fui parar sobre o céu da capital de Marc. Sobre plataformas de magi que me permitiam ficar no ar, observava o movimento na cidade.

Era como qualquer qualquer outra capital, cheia de pessoas e soldados nas ruas. Comércios para todos os lados e apresentações de artistas de rua. Uma capital sem grandes conflitos e com pessoas contentes. Tudo que Clóvis já foi um dia.

- Hmm, eu mudei de ideia. Acho melhor não fazer desse modo, essas pessoas não merecem isso. Só são civis comuns com suas vidas aceleradas e simples. - Saquei minha espada sagrada e apontei ela para baixo. - Vou fazer de um modo que não sintam dor.

Soltei minha espada de ponta para baixo, e observei ela caindo ate aterrissar em uma praça. Respirei fundo e observei a cidade mais uma vez com olhar de tristeza.

- Descansem em paz. - Distanciei uma mão da outra e fiz uma palma conjurando o seguinte feitiço. - Magi Elemento Ar - INEXISTÊNCIA.

Em um piscar de olhos a cidade sumiu, deixando uma cratera enorme onde a espada era o centro. Casas, comércios, animais e pessoas, tudo desapareceu com apenas um ataque.

[Continua...]

C U R S E - Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora