Há 259 anos - CAP 8

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[Takase ON]

Com meu corpo totalmente regenerado, saio do meio dos escombros que me cobriam, e lá já estava todos de pé outra vez. Encostados em rochas, ninguém dava nem se quer um piu.

- E o resto? - Pergunto sacudindo a poeira de minhas roupas.

- Só sobrou nós oficiais. Todos morreram. - Maquiavel responde cabisbaixo.

Mais uma vez o silêncio cobriu o lugar, até que Lupin o quebrou novamente:

- Eu vou fugir... a gente não pode voltar de mãos vazias para ela. Isso é loucura. - Ele diz determinado.

- Loucura foi aquele desgraçado ter jogado uma cidade em cima de nós. - Falo irritado. - A Stella vai ter que entend...

- Ela não precisa mais da gente... - Maquiavel me interrompe. - Por isso nos mandou para cá. Caso voltassemos com as espadas, bem, se não voltassemos, amém. Entendam isso logo.

- Então, nós estamos finalmente livres? - Elisabeth pergunta esperançosa.

- Eu também não sei. - Ele responde levando as mãos ao rosto. - Pra falar a verdade, eu já estou cansado disso tudo. Nem me lembro mais de quantos anos eu tenho. Talvez seja melhor acabar com isso logo, o meu dever foi cumprido.

Vou até ele e coloco minhas mãos em seus ombros. Apertando como se eu falasse pra ele olhar pra mim, eu disse as seguntes palavras:

- Todos aqui tinham sonhos antes disso tudo começar, inclusive você. Não me diga que esqueceu disso também? Quer que eu te lembre? - Aperto ainda mais seu ombro e continuo. - O seu sempre foi formar uma família e construir sua própria casa. O de Elisabeth é construir uma floricultura e viver disso. O de Lupin, voltar para sua cidade natal. O de Olivia, ser livre disso tudo. O de Monaco, reconstruir sua igreja do zero. E o meu, que é me livrar dessa maldição.

Sem perceber, eu já estava machucando Maquiavel, então o soltei. Logo em seguinda ele ergueu a cabeça novamente.

- Você tem razão. Mas o que devemos fazer agora?

- Essa é uma boa pergunta. - Respondo olhando para o céu.

Já fazem mais de 200 anos que nós não tomamos decisões por conta própria. Tudo sempre foi pensando e previsto por Stella, como se ela pudesse ler o futuro, como se ela soubesse tudo sobre o comportamento humano. Eu nunca vi nada parecido com aquilo antes, um ser de pura sabedoria e astúcia. Uma verdadeira deusa.

Isso aconteceu há centenas de anos atrás, mas me lembro como se fosse ontem. Aquele pesadelo, eu nunca vou esquecê-lo.

[259 Anos atrás]

Em um piscar de olhos me vi em um salão gigantescos com miliares de pessoas a minha volta. Crianças, adolescentes, adultos, idosos, homens e mulheres. Todos virados para um trono que estava logo ali à frente. Sentado nesse trono havia uma mulher, bela como nunca tinha visto antes, elegante como uma rainha.

Mas o que é isso? Eu estava na colheita agora mesmo. O que está acontecendo? Quem são essas pessoas?

Com o passar dos segundos pude perceber que não era só eu que tinha as mesmas dúvidas. Todos estavam com caras de assustados sem entender nada, até que uma voz cobriu todas as outras.

- Humanos, prazer em conhecê-los. O meu nome é Stella. - Ela se levanta do trono e vai até a beira do altar. - Hoje vocês estão aqui para mostrar sua verdadeira natureza, ou seja, seram testado. Que comece o julgamento. Lutem entre sí, até que sobre apenas 10% de vocês. Aqueles que tiverem o sonho mais forte sobreviveram, e aqueles de sonho medíocre pereceram.

O que? Isso só pode ser brincadeira. O que está acontecendo? É só isso de explicações que temos. Eu tenho que sair daqui antes que comecem essa matança de verdade. Mas como vou fazer isso? Tem pessoas por todos os lados, droga.

De repende meu corpo começou a se mover sozinho, iniciando uma luta com pessoas ao meu a redor. E assim também aconteceu com os outros, e tudo virou uma intensa batalha sangrenta e impiedosa, onde ninguém controlava as próprias ações. No meu caso, o que prevalecia era minha vontade de viver, mas isso aos poucos foi se esvaindo junto dos amontoados de corpos que eu deixava para trás. Homens, mulheres, crianças, todos com olhares de medo sendo decepados por meu soco de lenhador.

Em meio a tanta desgraça, existiam aqueles que ainda tinhas forças para chorar e pedir misericórdia uns para os outros, mas nada podiam fazer. A única coisa que les restavam era esperar alguém com determinação maior vir dar um fim a eles. E assim eu fiz, mas por um milagre sobrevivi até o final.

O rio de sangue transbordava sobre meus pés, e o terror sobre os olhares de todos sobreviventes. Enquanto isso Stella observava todos com um sorriso maléfico.

- Muito bem... parece que temos os nossos novos companheiros de batalha. - Ela diz fechando os olhos e respirando fundo, como se quisesse sentir o cheiro de todo aquele sangue.

Essa mulher... quem é ela? Algum tipo de demônio ou Bruxa?... Não, está mais para uma deusa. Esse poder não é normal, é como se todas as partes do meu corpo sentissem medo ao ficar na presença dela. Até minha respiração se tornou difícil executar. O que diabos é isso?

C U R S E - Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora