𝑹𝒐𝒈𝒆𝒓𝒔 𝑬𝒅𝒊𝒕𝒊𝒐𝒏: 𝐂𝐨𝐦𝐚𝐧𝐝𝐚𝐧𝐭𝐞

Capítulo 5: Tu-tubarão

Albuquerque, Novo México

– Alô?

– E ai, Capitão. O caolho já perdeu a cabeça, ou ainda tá são?

– Stark – ouço uma risada pela chamada que mais parecia de nervoso –, como está indo?

– Tudo bem por enquanto. Sabia que ia ficar preocupado, então resolvi ligar.

Desvio de uns prédios mantendo a velocidade enquanto observava a paisagem local.

Albuquerque... Tem tanta história pra contar aqui.

Pedira pra Jarvis abrir as passagens de ar da armadura. Amava sentir aquela sensação que o vento gelado proporcionava enquanto pilotava.

– Tá tudo bem por ai?

– Tudo tranquilo. Banner está no laboratório fazendo aquelas coisas científicas dele esperando você trazer os elementos, e Fury mandou Clint pra academia limpar a bagunça que vocês fizeram.

– Ah, a bagunça... – relembro o que havia acontecido há alguns minutos atrás.

– Não foi nada mal. Eu vi o trato que vocês deram naqueles robôs. Agradeço por tê-los destruído, prefiro mesmo a versão tradicional de treinamento – dizia num tom que me trazia seu sorriso à memória.

Sentia que falava aquilo como forma de consolo.

Apesar de Steve realmente preferir um saco de pancadas à robôs, esses apresentavam uma maior rede de melhoras em habilidades de combate. Se olhasse por este lado, provavelmente não acharia tão ruim. Acontece que Rogers valorizava a amizade acima do trabalho, então fazia esses comentários. Só não sabia que eu me encaixava em sua lista.

Sempre o vi como superior, então mal pude acreditar nessa possibilidade por todo esse tempo. Me sentia honrada.

Solto uma risada desacreditada com a linha de raciocínio que tivera.

– O que foi? – ouço sua voz.

– Nada... É realmente um prazer servir ao seu lado, senhor.

– Igualmente.

Uma breve pausa percorre a chamada.

– Achei que ainda estavam reunidos. Ia pedir pra me por em contato com os outros.

– Só sobrou eu na sala.

– Apreciando a paisagem?

– Não que tenha muita coisa pra ver agora que estamos acima das nuvens, mas.. É algo que traz paz.

– Escolheu a pessoa certa pra compartilhar isso. Se fosse meu pai provavelmente debocharia por "estar nas nuvens".

– Bucky diria o mesmo.

Sorrio sem perceber. Lembrara da camaradagem que havia presenciado no quartel.

– Bom, vou manter os olhos na cidade pra não topar com alguma construção. Sabe o que dizem, "não fale ao celular enquanto dirige"..

– Agindo assim até me esqueço de que Tony está há quilômetros de distância.

– Anos luz, pra falar a verdade.

– Como?

– É a unidade de medida espacial pra distância. Anos luz.

– Ah, certo. Anos luz.

– Vou desligar, já já estou de volta.

– Ok. Se cuida, pequena.

– Pode deixar.