in the year of '39...

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O Governo Inglês não tinha outra saída a não ser colocar em prática o maior e mais audacioso experimento já feito no mundo inteiro: uma máquina do tempo, mas diferente do que se pensa quando se trata do assunto viagem no tempo, esta não seria ao passado, e sim ao futuro. Trabalharam por anos, de 2020 a 2038 para construir, mapear e aprender a manusear e a lidar com todos os possíveis caminhos que aquele projeto abriria. Era arriscado, pois qualquer erro criaria um mundo paralelo entre o passado e o futuro, colocariam em risco a vida das pessoas que se proporiam a participar do experimento, além de causar uma instabilidade na linha temporal.

O motivo da urgência em botar o plano em execução era a culminância de uma nova guerra, causada pela ganância humana e pela disputa de poder. Homens tentavam ganhar as poucas terras que sobraram no planeta, terras estas que anteriormente pertenciam à estados, hoje se subdividiam em províncias, tal qual era quando surgiram as grandes navegações.

O projeto corria em segredo desde sua prospecção, os únicos a saberem da existência da máquina eram seus construtores, que consistiam em engenheiros de todos os tipos, físicos, astrofísicos, montadores e, claro, os voluntários, que apenas participariam na execução. Assembleias eram convocadas a cada dois meses, pois sempre haviam desistentes, com medo do que encontrariam no futuro. A assembleia final ocorreria no dia 14 de Janeiro de 2039, com execução prevista para o primeiro dia do Outono.

Dentre os voluntários, estava Brian Harold May, um doutor em astrofísica, responsável pela parte científica do projeto, era um dos idealizadores da máquina, baseado em anos de estudo sobre a poeira cósmica, sua interferência no universo e todos os seus leques de possibilidades. May era o tipo de pessoa que vivia para a ciência, portanto não tinha ninguém que pudesse chamar de amigo, a não ser sua ex esposa, Anita Dobson, com quem foi casado entre 2018 e 2032. Não tiveram filhos, por opção de ambos, que se dedicavam ao seus trabalhos. Anita era um atriz de sucesso, o que deu a Brian uma certa visibilidade no meio científico, além de ter publicado quando jovem dois ensaios sobre o tema, contribuiu diretamente para a NASA, divisão americana espacial.

Já Roger Meddows-Taylor era o biólogo responsável pela parte orgânica. Foi convocado pelo governo com o intuito de estudar e catalogar todas as espécies de plantas que pudessem existir no futuro, prezando pela preservação das espécies que sobreviveriam e até mesmo a criação de remédios com as novas espécies, em parceria com a indústria farmacêutica. Taylor, diferente do citado acima, era sociável, tinha alguns amigos e era casado com Sarina Potgieter-Taylor, com quem tinha apenas um filho: Felix Luthor Potgieter-Taylor.

Outra peça importante no projeto era John Richard Deacon, engenheiro eletricista, um dos mais novos a ser voluntário, pois tinha apenas 19 anos quando se voluntariou a participar do projeto - que até então ninguém sabia de que se tratava-, tinha acabado de terminar o primeiro ano da faculdade de Engenharia Elétrica e se viu sendo bastante útil dentro da construção da máquina. Com seus 37 anos, Deacon era divorciado, sem filhos biológicos, mas tinha uma irmã, Julie Deacon e um sobrinho, Ashton Irwin.

Um dos últimos a se voluntariar foi Farrohk Bulsara, mais conhecido em sua profissão como Freddie Mercury, designer de uma empresa de artes gráficas, sonhava em ser um rockstar, mas seus planos foram frustrados quando as tomadas de terras começaram a acontecer e sua família teve que se refugiar na Inglaterra. Durante o período de adaptação, Freddie conheceu Mary Austin, com quem teve um relacionamento breve, mas intenso, e deste nasceram dois filhos: Júpiter e Hórus. Após perder sua esposa para uma doença até então sem cura, Freddie decide que sua vida não tem mais sentido, cogitando a possibilidade de suicídio, mas não podia deixar seus filhos desamparados, então começou a procurar formas de ganhar dinheiro, quando se voluntariou no novo projeto do governo, sem ao menos saber do que se tratava.

A verdade é que nenhum deles sabiam o que poderia acontecer, nem mesmo Brian, que fazia parte da comissão de criação. Havia uma chama de esperança que os mantinham vivos e unidos, mesmo sem ao menos se conhecerem. A esperança de que fossem úteis e voltassem para suas casas como heróis, que fossem reconhecidos por sua coragem e bravura, mesmo que não voltassem, pois a cada assembleia de sua área, era deixada clara a possibilidade de isso acontecer, uma vez que o futuro era instável .

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