Se Eu Fosse Você • pjm+jjk

[I]

⚠️: aviso rápido e importante para aqueles apressadinhos que pulam os avisos iniciais: nessa história jimin é uma mulher cisgênero. inclusive, há cenas explícitas de sexo hétero. 

outra coisa: por favor, não encham meu saco sobre leis e coisas que provavelmente não fazem sentido no mundo da advocacia. o que eu sei de direito eu aprendi assistindo Better Call Saul, pelo amor de deus. vamos só ler, fingir que faz sentido, e se divertir, tudo bem? <3 bêjo.

esse capítulo deve ser o piorzinho, mas é porque foi o primeiro que eu escrevi (em 2019), então relevem... o melhor está por vir, confiem que fica bom!! :) boa leitura.

se eu fosse você
EXHAUSTION

⚖️

Jimin está completamente exausta.

O esgotamento físico e psicológico da mulher é tão crítico que infeliz era aquele que estivesse por perto quando explodisse de uma vez.

Essa é uma das consequências de ter sempre que se esforçar mais do que os outros, fazendo o possível e impossível para agradá-los. A frustração já faz parte de quem é. Ela trabalha duro para alcançar os resultados que todos esperam, e teme o dia que não conseguirá fazê-lo.

Em cima da mesa de seu escritório pouco modesto e bem arrumado, seus cotovelos sustentam o peso de sua cabeça ao que ela se lamenta, com as mãos escondendo o rosto. Sobreposto à mesma superfície de vidro, documentos e mais documentos que indicam aquilo que já é de seu conhecimento, e será quase impossível de evitar.

A Park's Corporation, escritório de advocacia que um dia esteve no auge, agora se encontra à beira da falência.

Escândalos de perjúrio, fraude e ocultação de evidências foram um dos crimes que destruíram a reputação da empresa, causando a perda de uma quantidade absurda de clientes. Crimes esses cometidos por seu pai, Park Jihoon, CEO da corporação. E agora, ela lida com as consequências.

Com alguma sorte, terão três meses antes da empresa se transformar oficialmente em ruínas, e Jimin sabe exatamente o que fazer para impedir esse colapso. Conseguiu, com muita luta, um caso que vale milhões. É a última esperança que lhe resta para tirar a companhia do buraco e, com aquele dinheiro e vitória, conseguiria reconstruir a reputação da firma e manter as portas abertas.

Mas seu pai se recusa. Não quer aceitar o caso, pois se não conseguirem fechar o acordo proposto por Jimin, terão de ir a julgamento.

E tudo pode acontecer em um julgamento.

Tanto poderiam ganhar ainda mais milhões, quanto poderiam perder de forma brutal. E Jihoon não acredita no potencial da filha. Acredita que ela está destinada ao fracasso. Ele não confia em nenhuma de suas propostas e saídas para os poucos clientes que ainda possuíam. E todos ao seu redor pensam que ela tem o cargo de Sócia Minoritária apenas por ser filha do CEO, sem saber que ele jamais a colocaria em tamanho patamar apenas por seu laço de sangue. Fez de tudo para não promovê-la, na verdade.

Jimin batalhou desde que se conhecia por gente, e aprendeu nova que deveria se esforçar mais do que os outros para alcançar o que deseja profissionalmente. Nunca seria fácil para ela conseguir confiança e respeito dentro daquela indústria, e os motivos são óbvios. É uma mulher. A mais competente e dedicada mulher, que entrou na melhor faculdade de Direito do país e se formou como a melhor da turma.

Ela trabalharia o dobro, triplo, para provar seu valor, e ainda assim, qualquer deslize faria sua capacidade ser questionada.

Ela sabe que não há margens para erros. O inesperado não era bem visto. Acidentes eram condenados.