Sua cabeça doeu quando a luz do sol tocou seus olhos inchados. Luma sabia que não tinha sido uma boa ideia se permitir beber daquela maneira descontrolada. Passou as mãos no rosto e, quando se pôs a sentar na cama, notou a presença do homem deitado ao seu lado. Respirou fundo e disse:
— Acorde logo — empurrou-o de leve e puxou a manta. — Parece que dormiu muito bem em minha cama.
— E como eu não poderia dormir bem, minha rainha? — a voz sonolenta dele causou arrepios por todo o corpo de Luma.
— Eu disse que isso não poderia acontecer de novo, Caim.
— Sei disso, mas todos no reino sabem que não se pode desobedecer às ordens de uma rainha — o guarda esticou o corpo e rapidamente se levantou da cama. Luma pôde observar seu corpo nu e apreciá-lo mais um pouco.
— Trate de voltar ao seu posto e não deixe que ninguém o veja — as leis em Rikiblár para traição eram rígidas; para uma rainha, seria uma vergonha mesmo após a morte, se fosse descoberta em seu caso. Sir Caim se vestiu adequadamente, deu um rápido beijo de despedida em Luma e saiu, deixando-a sozinha no imenso quarto.
Luma esticou o braço e puxou a corda ao lado da cama. O tilintar irritante do sino do porteiro ecoou pela ala das damas de companhia da segunda rainha. Não demorou muito para que Lady Sunny entrasse no quarto, colocou-se à frente da morena, curvou a cabeça e abriu um sorriso:
— Majestade, espero que tenha dormido bem. Há muitas coisas a serem feitas hoje.
— Tantas coisas a serem feitas? — a rainha deixou escapar um riso. — Não há nada mais entediante do que este castelo.
— Não diga isso, senhora. A senhora deve ir até a cidade para se encontrar com madame Clotilde. A caçada de primavera está para acontecer, e precisa se vestir adequadamente — um dos eventos mais aguardados de Rikiblár. Logo o reino estaria enfeitado e dançante, um entretenimento para nobres e plebeus que viajavam até a capital para assistir ou participar. Alguns podiam elevar seus padrões de vida, enquanto outros podiam obter favores.
— Claro, isso me faz lembrar de algo — Luma se levantou e vestiu o robe. — Bom, como o rei nunca faz a primeira refeição na mesa depois das noites comemorativas, não preciso me preocupar em ir ao seu encontro. Por isso, comerei aqui no quarto. Peça para que Márcia e Joana entrem; quero tomar meu banho.
Sunny concordou com a cabeça e se retirou. Do lado de fora, as outras damas estavam à espera. A dama de companhia real as olhou de maneira séria, respirou fundo e as alertou com um tom cheio de frieza e autoridade:
— A rainha quer tomar seu banho. Certifiquem-se de que tudo sairá da melhor forma possível, senhoritas Márcia e Joana, pois da última vez a rainha reclamou da essência que vocês usaram, era inapropriada para a ocasião. Senhoritas Lucena e Elaine, preparem as vestes e joias que a senhora usará. Enquanto isso, venha comigo, senhorita Otávia.
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AS RAINHAS
Fantasía"Se a primeira fosse o suficiente não existiria uma segunda e uma terceira". Ser um membro da realeza nunca foi sinônimo de paz e luxúria, principalmente para alguém que jamais pensou que seria capaz de entrar. Como em um sonho bonito e cheio de ros...