capítulo 5

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Rayane estava confusa é claro, mais não haveriam "bolas fora", pelo menos não da parte dela. Ela deixara de observar muita coisa anestesiada pelo sonho Wernelyan que pairava sobre o ar. Parecia que ela realmente queria aquilo, que queria ser esposa de Ricardo, sem porra nenhuma de contrato, sem nenhuma farsa para a imprensa ou para os negócios. Mais a verdade é que era tudo projetado, tudo esquematizado do modo mais bem pensado para que ela apenas se tornasse a marionete, eles queriam uma esposa para Ricardo ( e para os outros Wernelyans) e utilizavam das técnicas que podiam para isso. Ela percebeu com a decoração do quarto, algo bem leve, que instigava um conforto extremo. Suspeito, uma vez que a decoração se divergia em todos os outros quartos. Ela possuía o espírito livre, e aquele quarto, com aquela sacada, e com aquela decoração inspiravam exatamente isso: A ideia de liberdade. Ironia ou não, uma ideia de liberdade sem sair do lugar, projetada exclusivamente pra ela.
Depois analisou mais a fundo, Jane não a suportava mais mesmo assim faziam questão de jantarem sempre juntos a mesa, para dar a ideia de família, família essa que eles nunca seriam, mais precisavam que elas acreditasse na possibilidade de ser. Claro que ela procurou observar mais e mais... Encontrou o fato de terem que morar no mesmo prédio, se eram um casamento falso e todos ali tinham conhecimento disso, não haveria porquê de se submeterem a isso, a não ser é claro, que quissesem dar essa ideia de marido e mulher nela. Não demorou muito tempo para saber disso, e ela deixariam eles pensarem que ela ainda não sabia, porque eles iam jogar o jogo dela, não o contrario.

Não se tentam prender passarinhos, muito menos quando tentam fazer isso dando aos bichinhos uma ideia de liberdade.
Era aquilo que aquele contrato deveria significar, liberdade, não no seu estado mais puro pois estariam limitadas ás cláusulas de um contrato, porém, exercendo suas funções, tendo tempo para ganharem nome, respeito, e resolvendo seus problemas pessoais de forma simples. Era ser livre da torre (em que moraria) pra fora. Era exatamente assim que eles programaram, uma falsa ideia de liberdade.
Bastava saber agora o porquê.

No caminho para a torre ela ficou em silêncio, Ricardo estranhou. Ela sempre tinha comentários a fazer, piadas sem graças...

Ricardo: Aconteceu algo com você? -Perguntou sentado de frente pra ela na limousine

Rayane: Não! Por que?

Ricardo: Não sei, você ficou meio calada, seria. Meio diferente. -Comentou, tocando o queixo dela

Rayane: Estou absolutamente normal. Algumas semana juntos e você já acha que me conhece? Oh Ricardo... -Lamentou, tomando sua taça de champanhe

Ricardo: Acredite, sei mais de você do que você imagina. -Rayane riu. Estranhamente aquilo estava tomando o tom de uma discussão

Rayane: Então vai!

Ricardo: Vai o que?

Rayane: Me diz algo que sabe sobre mim, algo que não seja óbvio ou que mandou seu pai pesquisar. -Falou, a voz debochada

Ricardo: Você esta sozinha. -Disse e Rayane escutou, sem reação -Você esta a semana aqui, em um país totalmente diferente do seu e nem sequer fez uma ligação para lá. O que me leva a pensar que não ligou porquê não tem pra quem ligar. Esta só, por conta própria.

Rayane: Apesar de não ser verdade, é bom que pense assim. -Respondeu, seria. É, aquilo realmente estava parecendo uma discussão

Porém, o incômodo silencio de Rayane chegou ao fim instantes depois, isso porque o carro havia parado, o que significava fim de viagem, estavam na torre.

Ela desceu do carro ainda calada, porém os olhos já não demonstravam sua irritação e sim um certo deslumbre. Aquilo era um aranha céu, enorme pra caralho. As letras douradas e brilhantes diziam: Wernelyan tower.
Era realmente lindo.

Os dois carros restantes chegaram logo em seguida, uma Maria deslumbrada e uma Saphira que parecia (para a surpresa de todos) entediada.

Liam: Senhoritas, bem vindas ao lar. -Saudou, de forma gentil

As moças adentraram o local acompanhada por seus futuros maridos. O luxo era evidente, uma recepção enorme na lateral direita do prédio e na esquerda sofás enormes, redondos. Seguindo reto a recepção, o elevador levou Saphira e Liam.

Maria: Por que não fomos todos juntos, pra economizar tempo, sei lá? -Perguntou, vendo uma Rayane sentada no chão e um Ricardo segurando os sapatos dela.

Robert: Por que o elevador funciona por andar. E o deles é o primeiro. -Disse e Rayane deu uma gargalhada. Todos a olharam

Rayane: Então quer dizer que toda vez que sairmos em "família" vamos ter que fazer essa filhinha? So pra subir?

Robert: Basicamente sim. -Concordou, dando de ombros

Maria: Basicamente uma bosta. -Robert revirou os olhos

Robert: Vamos senhora impaciente, o nosso é o segundo.

Rayane: Grande coisa, o terceiro é sempre mais legal. -Comentou, birrenta

Maria: E também o mais demorado, boa sorte. -Disse debochada, entrando no elevador com Robert

E esperaram. Quando o elevador chegou ela simplesmente entrou em silêncio, aquele clima de tensão totalmente quebrado. Mais que o terceiro andar era o mais legal, isso era.

Ricardo: É difícil decifrar você, parece nervosa e ao mesmo tempo deslumbrada. -Disse, reparando no olhar dela para a parede de vidro que havia no elevador, por ali se era possível ver a bela Nova York

Rayane: É isso ai! Nervosa com você e deslumbrada com essa torre.

Ricardo: Será sua casa agora.

Rayane: É, pode apostar... -Respondeu, voltando a olhar pelo vidro

Ao abrir o elevador ela observou. Era simplismente lindo! Bem na entrada, no canto direito, havia uma espécia de bar. E o lado um corredor com alguns quartos. A entrada dava bem de frente a sala, que possuía uma parede de vidro transparente, o que significava uma vista perfeita da cidade que nunca dormia. Mais a frente, do lado esquerdo uma escada. Escada que dava passagem a plataforma a cima, com um corredor para mais quartos e outro... Para mais quartos. Todo em tons cinza grafite.
Apesar de ser lindo parecia meio morto... Mais que era o andar mais legal... Isso era!

Ricardo: É eu devia ter imaginado que iria fazer isso... -Comentou vendo ela correr pelo lugar. Ele foi direto ao bar, se servindo de outra bebida.

Rayane: É incrível como você não fica bêbado. -Comentou, se jogando no sofá. Ele riu

Ricardo: Mais umas quinze dessas e eu apago. -Falou alto, apontando para o copo que bebia

E ela ligou o som. Agora já não so pulava no sofá enorme da sala, pulava e dançava Pussycat dolls.

Enquanto isso no andar de baixo.

Maria: Mais que diabo de música... -Disse, incrédula. Como era possível? Um som daquela altura aquela hora?

Robert: É... Parece que a noite vai ser longa. -Concordou, olhando para o teto. Conseguia ouvir com detalhes a música.

teanside_ Efeito dominóOnde histórias criam vida. Descubra agora