Era um dia típico do verão europeu. O céu azul ciano e brilhante marcava a época do ano em que todos parecem sair de férias e viajam para a praia. No horizonte, algumas nuvens brancas brilhavam em contraste com a cor geral do austro e traziam uma sensação de paz inigualável. Principalmente com a ampla visão dos campos alemães circundando-lhe por todos os lados. O vento soprava em uma brisa calma e até mesmo acalentadora nessa manhã pacata. Era incrível como tudo ali era tão diferente do que ele conhecia, todo o barulho, o movimento, a vida que pulsava na metrópole... Agora parecia presente naqueles pedaços de terra de uma forma completamente diferente. Sim, havia muita vida naquela paisagem inóspita. Apenas de uma forma que ele não conhecia.
Seria até engraçado de se ver, e talvez algumas vacas no pasto próximo ao bosque à esquerda da estrada estivessem rindo da cena inusitada. Um pequeno carro utilitário acelerava e morria subitamente a cada cinco segundos. Dentro da lataria cinza fosca, o rapaz de pele morena brilhante, ainda mais realçada pela luz do sol alemão, pragueja constantemente contra as montadoras de carros daquele país. O menino nascido e criado na Inglaterra estava aculturado de forma completamente diferente. Não era simplesmente o volante que era do outro lado do painel. Era todo um estilo de vida inglês. Por mais que os dois países ficassem a duas horas e meia de distância numa viagem de trem, ele achava que nunca conseguiria se acostumar em viver na Alemanha, principalmente no interior do país, na área rural.
Desde sempre viveu em cidades relativamente grandes, Bradford e Manchester. Primeiramente, em sua infância e adolescência habitou na cidade cortada ao meio pela Leeds Road. Posteriormente, entrou para a faculdade no Instituto Tecnológico de Manchester, graduando-se engenheiro químico. Como a indústria da construção de navios estava aquecida à época, conseguiu um emprego como responsável pela eletrólise dos cascos dos navios, processo crítico em que se segmentava a pintura das placas do casco e era incrivelmente fundamental para impedir o enferrujamento das peças. Todos sabem que uma placa enferrujada pode levar um navio ao fundo do oceano tão fácil como uma pedra.
Recentemente, a crise mundial atingiu em cheio tal mercado e a empresa em que Zayn trabalhava se viu diante de um dilema: fechar as portas ou transferir-se para países de terceiro mundo. Durante um mês de férias forçadas, Malik viu o continente europeu adentrar a mais profunda crise econômica desde a segunda guerra mundial. Por fim, os patrões pareciam ter encontrado uma solução conciliadora: as várias partes da produção seriam espalhadas em várias etapas, a serem realizadas em vários lugares ao redor do globo. O moreno ficou apreensivo em ser mandado para trabalhar na China, mas felizmente o governo alemão estava oferecendo diversos subsídios para empresas que decidissem se instalar no antigo território da Alemanha Socialista. A verdade é que até hoje aquela parte do país era bem pouco industrializada e bem rural, sendo o ponto forte do país o vale do Reno. Zayn não entendeu muito bem como eles colocariam uma empresa de produção de cascos de navio num lugar onde não havia nem mesmo um grande rio em 50 milhas de distância, mas como tal veredicto não cabia a ele, apenas acatou a decisão dos executivos da empresa de transferi-lo para lá.
Sinceramente, a oferta parecia tentadora. Seu salário seria quase triplicado, ele se tornaria chefe de toda uma seção da produção e teria quase todas as despesas pagas pela empresa, incluindo moradia. E além do mais, caso ele sentisse saudade da família, poderia simplesmente pegar um trem ou um avião e em no máximo quatro horas estaria novamente em casa. Isso também valia para sua família vir visita-lo, mas Zayn duvidava que houvesse casa grande o suficiente no mundo para abrigar todos os agraciados com o sobrenome Malik.
Agora, ele lutava com o volante do carro e se sentia novamente nas suas aulas de direção, no ensino médio. Sim, Zayn reprovou quatro vezes o teste antes de conseguir passar raspando na média. Até hoje sua autoestima ficava um pouco abalada quando criticavam o modo desajeitado e por vezes perigoso com que guiava um veículo. Ainda assim, ele se sentia ridículo deixando o carro morrer toda vez que freava. Era humilhante. Parecia que ele estava fazendo a baliza pela primeira vez e quase podia ouvir seu pai gritando para que ele brecasse antes que matasse uma inocente velha senhora que passava pela calçada no momento e a maneira ridícula como o cérebro do rapaz parecia ter embaralhado a ordem das marchas e dos pedais. A senhora saiu ilesa, mas a traseira do carro do pai, não. Por duas semanas ele foi alvo de chacota entre os primos e irmãos.
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Oh babe gimme one more night ↪ Ziam ☑ [Em Correção]
FanfictionZayn Malik deve se mudar para outro país, em função de uma grave crise econômica que assola a Europa. Outra cultura, outra língua... O moreno se vê preso entre responsabilidades maiores que si mesmo e pressões maiores do que ele jamais pensou que p...