Acordou e antes mesmo de pensar em qualquer outra coisa, foi atingido pelas memórias do dia anterior. Corou, lembrando-se da forma como seu corpo fervia sob as mãos ágeis e aparentemente muito experientes de Liam. Só poderia estar ficando louco, porque antes mesmo de conseguir levantar da cama, percebeu que já estava excitado de novo. Não saberia distinguir se era uma simples ereção matinal ou se eram mesmo as memórias da forma como o maior deslizava as mãos pelo seu corpo com uma destreza assustadora, maleando sua pele com experiência e maestria ao mesmo tempo em que seus lábios trabalhavam de forma doce e sincronizada, simples e máscula, criando o melhor beijo que Zayn já havia dado em sua vida... Ele não podia ficar ali, deitado, lembrando-se daquelas coisas. Seria milhares de vezes pior. Então decidiu levantar-se e tomar um banho, fazer qualquer coisa que o distraísse. Foi difícil ir ao banheiro e fazer suas necessidades naturais com uma baita ereção daquela. Tomou café observando a calma rua, e dessa vez pôde ver a menina que entregava jornais por detrás das venezianas; bem melhor assim. Checou o relógio, ainda estava cedo. Ligou a televisão e tentou assistir ao telejornal matinal, mas nada prendia sua atenção, não quando o volume continuava persistentemente pulsante entre suas pernas. Cogitou ter uma conversinha com o seu "amigo", mas soaria ridículo. Não conseguia mais entender, nem mesmo estava mais pensando em Liam... E lá estava, bastava visualizar o nome do outro em sua mente e seu membro simplesmente pulava de desejo. Como seria possível? Talvez ele estivesse tendo um daqueles ataques vasculares localizados, e a circulação de sangue ficado presa no pênis. É pouco provável, mas não impossível, ele já havia lido sobre isso quando estava saindo com uma estudante de medicina na faculdade. Decidiu então examinar, para ver se sua suspeita estava certa, entretanto com o simples espalmar de sua mão sobre a área, arfou de prazer e um calafrio lhe correu a virilha. Era definitivamente desejo. Checou o relógio de novo. Ele tinha 15 minutos além do horário habitual que julgava ser necessário. Correu as escadas acima, quase tropeçando nos próprios pés, a necessidade de satisfazer-se novamente lhe corrompendo as entranhas.
Logo depois de ejacular e tomar um outro banho rápido, Zayn escorregou de novo para dentro das roupas que havia jogado de qualquer maneira sobre a cama, calçou os tênis e desceu as escadas como um tiro. Trancou a casa e analisou seu carro com desânimo. O dia estava bonito e a fábrica não era longe, ele poderia ir a pé. Em verdade, estava farto daquele automóvel inútil. Como tudo em Hennesdorf ficava relativamente próximo da sua casa, concluiu então que ligaria no mesmo dia para Berlim e pediria para vir buscar aquela lata velha.
Feliz por sua decisão, desceu a rua a passos calmos, apenas aproveitando o sol da manhã sobre sua pele orgulhosamente dourada. Apesar de tudo, agradecia muito a seus pais por sua ascensão árabe. Era um fator que sempre o deixava cheio de si, a aparência exótica o destacava em qualquer ambiente que entrasse. Sempre fora assim, desde a puberdade. Bastava aparecer em uma festa e todos os olhares femininos - e por diversas vezes masculinos também - recaíam imediatamente sobre si. Os músculos naturalmente definidos passaram a ser trabalhados na academia e isso foi a "cereja no topo do bolo", o passo final para que ele se tornasse uma das figurinhas mais carimbadas de Bradford. Mesmo quando voltava para as férias da faculdade, as pessoas ainda pareciam tratá-lo da mesma forma de antes, como se ele ainda fosse o macho-alfa do ensino médio, que mandava e desmandava até em professores e policiais da cidade. O carisma, a malícia e a beleza eram armas muito bem utilizadas pelo rapaz, desde sempre. Apesar disso, todo atributo vem com um lado ruim. Zayn cresceu entre uma geração mais livre, e com mais afazeres considerados "obrigatórios" para os jovens populares. Assim, conforme crescia e se aproximava dos amigos, se distanciava das tradições familiares, entre elas, a religião. Com 15 anos, já não se considerava mais muçulmano e a enxurrada de críticas sobre si desembestou: os avós e o pai constantemente relembravam a importância dos jejuns, das orações, dos períodos sagrados e centenas de coisas que tinham cada vez menos graça para ele. O rapaz era considerado um desertor pelo avô pelo simples fato de não mais saber ler em árabe. Não se importava, afinal de contas ele estava finalmente se encaixando como um adolescente inglês, certo? Ele não era mais o "esquisitinho filho de terrorista". Não se arrependia de ter abandonado a religião e as tradições, mas ficava triste quando os parentes lhe tratavam com desdém por esse, em sua visão, simples fato.
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Oh babe gimme one more night ↪ Ziam ☑ [Em Correção]
Fiksi PenggemarZayn Malik deve se mudar para outro país, em função de uma grave crise econômica que assola a Europa. Outra cultura, outra língua... O moreno se vê preso entre responsabilidades maiores que si mesmo e pressões maiores do que ele jamais pensou que p...