Beijo Infectado

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Um mês. Havia completado um mês desde a noite em que eu falei com Jungkook, ele não me olhou torto, e conversamos sobre pelo menos dez bandas de rock nacional até ele precisar voltar ao trabalho.

Devo dizer que só sofro por esse garoto, porque essa é uma informação verídica.

Jungkook e eu conversávamos pelo kakao todos os dias, e pessoalmente quando eu ia até a Ópio. Ele costumava deixar umas playlists prontas, só pra a gente poder conversar um pouquinho antes dele precisar trocar. Ele era um fofo, sério.

Tive muitas oportunidades de perguntar sobre sua alergia, e descobri que Jungkook não detesta o álcool em si, na verdade ele havia até que gostado quando provou lá pra os seus quinze anos, acontece que o menino parou no hospital depois de beber um monte em uma festa e levou dias até a pele dele voltar ao normal. Resultado: nada de álcool pra o resto da vida.

Apesar disso sanar algumas das minhas dúvidas, acabava abrindo outras. Certo, ele não me odiava por eu cheirar a álcool, então ele fazia cara de azia pra mim antes por quê?!

Isso é algo que eu não entendi ainda, e sim, eu vou perguntar, sei que você tá curioso/a também.

De qualquer forma, esses trinta dias serviram pra nos aproximarmos, e nos conhecermos melhor. Jungkook não me idolatrava por ser um semideus, mas sim demonstrava muito interesse pelas divindades gregas. Ele havia estudado tudo sobre a constituição de visitas às terras dos humanos e terras dos deuses, além de saber coisas sobre eles que nem eu mesmo sabia. Ele ficava sempre muito entusiasmado e curioso quando eu falava sobre o Olimpo, e como as coisas lá funcionavam. Eu amava aquele olhar fofo dele de interesse no assunto, então sempre lhe contava minhas experiências vivendo lá.

Jungkook poderia visitar o Olimpo, só precisava pagar a passagem, ou que algum morador de lá o convidasse diretamente, e esse era um dos motivos pra ele nunca ter ido. Suas economias iam direto pra sua poupança, e mensalidade da faculdade, então não quis gastar com outras coisas, além de não ter tanto tempo ou uma companhia que se interessasse pra ir com ele. Ele também não era amigo de ninguém de lá, então não tinha outra alternativa.

E eu tratei de mudar todos esses esquemas.

— Vamos no Olimpo comigo, Jungkook? 

Ele parou de tomar seu sorvete de chocomenta, e me olhou. Estávamos dando uma volta depois de eu ter aparecido na porta de sua faculdade, e como estava um calor do submundo, compramos casquinhas na rua.

Lambi meu sorvete de morango, esperando a sua resposta.

— Sério?! Eu ado- — Ele mesmo se interrompeu, deixando o semblante felizinho ir embora. — Eu não posso, hyung.

— Ah pode sim! Vamos Jungkookie! Eu sei que você quer ir lá!

— Mas eu não tenho dinheiro e-

— Eu que estou convidando, não precisa pagar se for comigo. Sou um residente de lá, esqueceu? — Pisquei pra si, soltando um beijinho no ar e fazendo ele rir.

Jungkook cessou as risadas, e pareceu ponderar sobre a ideia. Os lábios vermelhinhos e gelados em um bico pensativo.

— Certo, vamos então.

— Aê! — Comemorei infantilmente, erguendo os braços no ar.

Jungkook me deu um tapinha fraco, e se agarrou no meu braço enquanto andávamos. Durante esse tempinho juntos, aprendi que Jungkook era alguém bem… tátil. Ele aos poucos, foi perdendo o receio de me tocar, e depois de se acostumar, passou a me dar tapinhas e socos fracos sempre. Ele também mexia muito no meu cabelo - segundo ele nenhum cabelo normal era macio como o meu - e agarrava meu braço, como estava fazendo agora.

Drunk In Love 🍇 [Kth + Jjk]Onde histórias criam vida. Descubra agora