Desde quando amar vale a pena? Aquela era uma questão pouco refletida pelo advogado bonitão Marcel Filares, pois ele já tinha uma posição pré-estabelecida; não queria saber de sentimentos.
O bem-sucedido advogado não se envolvia emocionalmente com s...
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Véspera de Réveillon
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Isla Weber tinha voltado para casa há dois dias. Ainda se encontrava de repouso e ficaria livre do suporte no braço esquerdo em alguns dias. Marcel manteve o serviço das cuidadoras, havia contratado uma fisioterapeuta e alugara uma cadeira de rodas para ela, pois a locomoção continuava dramática. Idas ao banheiro apertado, ou um banho, era uma verdadeira operação de guerra. Para ela, o período em que esteve internada tinha parecido anos. E o seu calvário mal começava.
No dia da alta, sua mãe, Letânia, havia chegado. O relacionamento delas era de uma tensão constante. O tempo que levaram distantes não tinha arrefecido as diferenças que se impunham como paredões intransponíveis entre ambas. A mãe estranhara a presença de Marcel e nem conseguira esconder esse descontentamento. Havia sido tão notório o semblante pouco amistoso da mãe que ele só a trouxera para casa e não mais a visitara. Teve vontade de ligar, de enviar mensagens, mas se conteve. Afinal, o advogado já tinha feito demais por ela, não tinha responsabilidades.
Marcel até tinha tomado conta dela no Natal, como também, promovera outra sessão de cinema no hospital. Ele se divertira, ria com ela. Conversavam sobre os mais variados temas, discutiam o enredo de filmes. Só que quando aquele clima descontraído passava, ele voltava para o mundo privado, de um homem fino, cheio de princípios e frio. Descobrira que ele era um homem culto, apaixonado por romances históricos e filmes de drama.
De todo modo, não poderia se enganar. Havia se encantado por ele. Adorava o sorriso de Marcel, o jeito responsável e seguro de conduzir as situações, suas opiniões ponderadas e a maneira respeitadora que a tratava. E quando sentia o bom perfume que exalava daquele corpo, sensações esquisitas se dissipavam pelo corpo e tinha vontade de enterrar o rosto no pescoço dele e ficar lá, por longas e confortáveis horas.
A convalescença no hospital não fora pior devido às expectativas em torno do advogado. Contava os minutos para as visitas diárias que ele lhe fazia. O coração disparava quando ele tocava sua mão. Gastava horas a fio, fantasiando como seria Marcel na intimidade. Imaginava aquele corpo maciço sem roupa, a textura da pele e como era o sexo. Bom, pelo volume da calça concluía que a surpresa ali era algo muito encorpado. Só de pensar naquilo, bolinhas coloridas borbulhavam no estômago.