Prólogo

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- Se mexe negra - recebo um tapa no rosto enquanto há um capitão sobre mim.

Consigo visualizar o céu azul inconfundível que tem essa cidade, a brisa de Porto Seguro tocando meu rosto me faz esquecer por um segundo que estou sendo violentada pelo capitão do mato.

Após os 10 minutos mais torturantes da minha tarde, sendo violentada por um mulato, corrijo, agora capitão do mato, título dado pelo patrão Amaro, corro para o riacho que banha a fazenda na esperança de que se lavar minhas partes possa evitar que eu me emprenhe.

Lavar-me nesse riacho me renova, limpar-me dos resquícios que Sebastião deixou em meu corpo, entre minhas pernas, me traz a vaga ideia de que nunca fui tocada.

Quando essa tortura vai acabar? Só vai  terminar com minha morte?

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