JOGOS PERVERSOS

Cap 4

Abro a porta da sala de reuniõs empurrando com o pé. Estou com uma pasta de documentos em uma mão e um copo com café, algo em torno de meio litro diga-se de passagem, na outra. Não sou a maior fã de madrugar no escritório aos domingos, mas Gabe não costuma nos convocar assim se não for muito necessário.

— Uma mãozinha aqui seria bem-vinda. — Digo assim que entro, Aaron imeditamente sorri e vem ao meu socorro. Não me surpreendo ao ver que todos já estão aqui, Michelle com seus óculos escuros aparentemente de mau humor, Ash mexendo distraidamente no celular. — Onde está Gabe? — questiono ao sentar.

— A caminho, ao que parece precisou fazer uma parada para pegar alguns documentos. — Ash responde sem tirar sua atenção do celular.

Gabriel nos ligou às três da manhã, pedindo uma reunião de emergência, ele queria que todos nós estivéssemos presentes. Já faz dois meses que voltei das minhas férias forçadas, e desde então ainda não pegamos nenhum caso grande, mas algo no seu tom de voz dizia que era muito mais que isso.

— Parece que você correu uma maratona. — Michelle diz quando sento ao seu lado.

— Bom, desde que levantei apressadamente e mal tive tempo de me arrumar, fiz o melhor que pude. — Dou de ombros olhando para o relógio, são cinco da manhã e o dia nem amanheceu.

Antes que ela possa argumentar minha falta de elegância ouvimos a porta abrir em seguida Gabe entra na sala de reuniões. Tento parecer indiferente com a sua presença, ele está impecável, recém-barbeado, cabelos em ordem e seu terno sob medida.

Ele é perfeito. Sua postura mostra que está tenso e me pergunto se é devido ao novo caso, ou ao fato que sua namorada telefonou no momento em que ele tinha seu pau sendo chupado por mim. Ah, sim, após meu retorno, quando Gabe me deixou em casa ele não só me ajudou com as malas. Ele me ajudou a desfazê-la, bem como as roupas do meu corpo.

Passamos o restante do dia juntos, trancados em nosso antigo quarto, transando como dois adolescentes que acabara de se conhecer. Então sim, eu me tornei a amante do meu ex marido, e foda-se, isso é muito excitante.

— Bom dia. — Seu tom de voz denuncia sua falta de sono, instintivamente arrasto meu copo de café pela mesa, até que toque na mão dele. Gabe apensas assente, é seu modo de agradecer pela cafeína.

— Espero que seja algo que realmente valha a pena nosso tempo, Gabriel. — Aaron é o primeiro a falar — Tem uma mulher, nua, sozinha, na minha cama agora.

— Então é bom prepará-la para passar uns dias de frio, porque eu garanto a vocês que vamos ter uns dias bem agitados por aqui. — Gabe pega algumas pastas e começa a distribuí-las entre nós.

Abro e dou de cara com algumas fotos. Fotos de uma mulher morta. Droga, cubro minha boca com a mão reprimindo a vontade de vomitar fechando a pasta rapidamente.

— Belo modo de começar o dia. — Diz Ash examinando as fotos.

— O que tem aqui que merece nossa atenção? — é a vez de Michelle questionar.

— Essa é Millie Fallow, ou Emilia Fallow. Ela foi assassinada pelo suposto amante.

— E? — Dessa vez, consigo me pronunciar — Não é nosso tipo de caso, crime passional, sério? isso provavelmente foi um ex ciumento idiota.

— Não é tão simples, o suspeito pelo assassinato é filho de ninguém menos que Charles Mallmann. — Diz Gabe, enquanto todos folheiam o processo, eu mantenho minha pasta fechada, mal consigo olhar, é repugnante.

— Mallmann? Você diz o magnata do petróle? — questiono, lembro que o encontrei uma vez em um evento beneficente quando ainda estava casada com Gabe.

— Sim, ele me ligou e pediu para que cuidássemos do caso.

— E os advogados dele? — Aaron diz ainda analizando as fotos.

— Mallmann sabe que somos os melhores advogados criminalistas, ele não quer arriscar que seu filho único pegue uma prisão perpétua.

— Pelo visto, teremos muito trabalho. — Ash fecha a pasta e todos fazem o mesmo. — Aqui consta que há testemunhas que viram o garoto na casa da vítima pouco antes dela ser encontrada morta.

— E houve sexo. — Diz Michelle.

— Com tantas provas contra ele, como o senhor Mallmann espera que livremos a cara do filho dele?

Antes que eu possa continuar, a porta abre com um baque assustando a todos. Uma figura imponente entra.

— Por que fui informado que vocês são os melhores nessa porcaria de cidade, e porque estou pagando uma fortuna para isso. — Diz o senhor Mallmaan, ele anda até Gabe e ambos apertam as mãos.

Mas minha atenção não está nele, e sim no homem que entra em seguida. Tão seguro de si, exalando confiança, Rare para ao lado do pai, então seus olhos encontram o meu, e automaticamente levo minha mão até a garganta, ao lembrar das marcas de estrangulamento que vi nas fotos de Emilia Fallow.