Imagine seu mundo dando um giro de trezentos e sessenta graus. Foi exatamente assim que me senti quando minhas mãos tocaram as dele quando Gabe fez as apresentações. Agora, estávamos todos sentados ao redor da mesa ha mais de uma hora discutindo sobre o processo.
O processo de acusação de assassinato, onde o suspeito é o cara que tive momentos intímos. Momentos intímos demais.
Rare manteve-se como um cavalheiro, não me olhou mais do que o necessário, ou mencionou que nos conhecíamos, na verdade, se não fosse a rápida surpresa que vi em seus olhos quando ele entrou na sala e me viu, juraria que ele nem se lembrava de mim.
— Está claro que você não pode sair da cidade senhor Mallmann? — Diz Gabe a Rare.
— Por favor, apenas Rare, meu pai é o senhor Mallmann nessa equação. — Responde calmo, na verdade, para um jovem que está sendo acusado de assassinato, Rare está bastante calmo.
— Certo, então nada de viagens e tente só sair se for realmente necessário, as coisas vão ficar muito confusas quando a informação vazar. — Diz Gabe.
— E ela vai vazar. — Ash enfatiza.
— Sim, esse caso é um prato cheio para os jornais e suspeito que logo sua casa terá um acampamento de repórteres aguardando qualquer movimento seu.
— Sei me cuidar. — responde Rare.
— Pelo visto não, já que a polícia tem evidências demais. — Dessa vez sou eu quem falo, e ganho um olhar supreso de todos.
— Pensei que todos fossem inocentes até que se prove o contrário. — Rare me encara, seu olhar cheio de divertimento, é a primeira vez que interagimos durante a reunião.
— O que mais temos aqui — aponto para a pasta — São provas de que você é culado.
— Acho que encerramos, por hora. — Gabe nos interrompe. — Manteremos contato.
Todos se levantam, menos eu. O Senhor Mallmann se despede de todos e Gabe o acompanha até a porta, seguido por Ash, Aaron e Michelle, mas eu simplesmente não consigo levantar, a pasta nas minhas mãos parece queimar.
— Você está linda, Lucille. — A voz de Rare me assusta, ele está parado ao meu lado, com o corpo inclinado, seu rosto tão próximo ao meu.
— Já você, fez merda e das grandes. — Digo ao me levantar.
— Você deveria olhar com mais atenção essas fotos — ele aponta para a pasta na minha mão e sai da sala.
Fico olhando para a pasta por alguns segundos até que Gabe me interrompe.
— O que deu em você? — Diz e fecha a porta da sala de reuniões.
— Do que está falando?
— Da minha melhor advogada acusando claramente um cliente.
— Desculpe, não estou em um bom dia. — Suspiro e coloco a pasta em cima da mesa — Você não precisa de mim nesse processo.
— Desde quando você recusa um caso grande como esse?
Desde quando eu transei com o suspeito, penso.
— Você e Aaron dão conta disso. — Argumento, mas Gabe se aproxima e toca meu rosto.
— Lucy, o que é? Sei que o cara vai nos dar dor de cabeça, esses moleques mimados sempre dão, mas você jamais deixaria esse tipo de coisa te afetar, então o que é?
— Por favor Gabe, alguém pode entrar. — Retiro sua mão e me afasto — Como disse, só estou em um dia ruim, vou lidar com isso. — Pego a pasta novamente.
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JOGOS PERVERSOS
Bí ẩn / Giật gânSINOPSE Quando decidi ser advogada, desliguei algo em mim que nunca acreditei que fosse precisar novamente. Não havia regras que eu não soubesse driblar, não houve um caso que eu não tenha saído vitoriosa. Mesmo que para isso, eu tivesse que fazer u...