only place | versão randy

Capítulo 3

São duas da manhã. São duas da manhã no único dia que ele pode dormir direito e ele vai matar Mikey. Ele vai esfaqueá-lo e jogar o corpo no rio e se alguém um dia encontrar o corpo, Rye tem certeza de que ele vai ganhar uma medalha por isso, não uma condenação.

"Oque você quer?" Rye sibila no telefone "Você sabe que horas são?"

Mikey arrota. "Eu estou um tiquinho, cadinho, pouquinho bêbado" ele sussurra, as palavras saindo quase incoerentemente "Eu preciso que você- que você, hum. Eu não consigo lembrar. Ah! Minhas chaves. Minhas chaves reserva. Eu preciso que você as traga. Para mim. Aqui. Tudo bem Ryanzinho?"

''São duas da manhã" Rye diz.

"E eu estou trancado do lado de fora!" Mikey rebate "Por favor, Rye. Por favorzinho, por favor, por favor, por favorzinho?"

Rye geme e transfere um olhar para fora de sua janela, ainda está nevando "Eu vou assassinar você."

"Eu também te amo" Mikey fala feliz "Te vejo daqui a pouco."

A cama range com o peso dele e ele sai dela e demora mais cinco minutos para achar o conjunto de chaves que Mikey deixou com ele em caso de emergência (oque foi uma boa idéia, aparentemente, já que essa é a terceira vez que Rye tem que levar para ele). Ele coloca um gorro na cabeça, antes de colocar seu casado pesado de inveno, só por segurança e então se dirige para fora, andando rapidamente pela rua vazia, com a neve dançando graciosamente nas luzes dos postes acima dele.

Sinceramente, Rye quer estapear Mikey por fazer essa merda ás vezes, mas ele também está realmente grato que Mikey sempre tem a consciência de ligar pedindo ajuda. Quando chega no apartamento de Mikey, ele está na ponta da escada sem um casaco e sua pele é gelada ao toque quando Rye abaixa para acordá-lo com um balanço.

"Me carrega" Mikey implora "Não posso andar. Tequila demais."

Não é necessário muito esforço para colocar Mikey em seus braços, mas para destrancar a porta do apartamento enquanto o segura é. De alguma forma ele consegue, e ele enfia Mikey na cama antes de sair, fechando a porta atrás de si. Sem dúvidas as chaves de Mikey deve estar em algum lugar nele e amanhã a tarde ele vai receber uma ligação de Mikey rindo enquanto diz algo como "Elas estavam mo meu jeans o tempo todo! Você pode acreditar nisso?" E sim, Rye pode acreditar.

Ele está quase em casa quando avista uma figura familiar na metade do caminho do outro lado da rua. O estojo do violão o denuncia. Se não fosse por isso, ele poderia ser só outro universitário bêbado, tropeçando até em casa depois de uma noite agitada. Rye meio que queria que fosse; ele poderia continuar andando, se fosse o caso. Ele poderia se salvar do que sabe que vai ser uma conversa desconfortável, mas não consegue evitar, é isso que ele é. Ele não tem um complexo de herói, não tem. Ele não acha que tem que salvar todo mundo. Mas se você conhece alguém que precisa de ajuda, e você pode ajudar e não ajuda, então que tipo de pessoa você é?

"Andy" ele chama enquanto corre rua abaixo, a figura se vira então começa a andar um pouco mais rápido. Rye agradece aos céus que ele ainda continua em forma, mas continua sem fôlego quando alcança Andy. O ar frio torna mais difícil de respirar e os pulmões dele parecem estar em chamas "Espere."

"Você sabe que horas são, Rye?" Andy pergunta, sem desacelerar seus passos mesmo que Rye esteja esforçando-se para manter o ritmo.

"Para onde você vai?" Rye pergunta ao invés de responder.

"Não te interessa."

Rye suspira e agarra o braço dele, Andy nem luta contra. Ele só para de andar e fica parado como uma estátua "Olha" Rye começa, mas ele não sabe realmente oque dizer depois disso, ele balanca a cabeça, tentando limpá-lá e continua "Olha, eu moro a, tipo, dois quarteirões daqui. Eu tenho um sofá e você pode ficar nele, mesmo que só por essa noite. E você não me deve nada. De qualquer jeito. Eu não quero nada de você. Nem dinheiro, nem- nada, tá?"