Illicit

Cap 2

6 meses depois - New York

Por mais que possamos nos preparar para algo, parece que nunca iremos de fato estar preparado para aquilo quando chega o dia. Eu perdi meu mundo quando me tiraram meus pais e sobrou apenas eu e Sofia contra um monte de dívidas, e sem o que mais precisaríamos naquele momento, nosso pais.

A notícia se espalhou como uma peste, os famoso cantores "Alejandro E Sinuhe Cabello estavam mortos", a causa? Overdose, mas sabe o que nunca fez sentido pra mim? É que meus pais jamais haviam usado drogas. Os paparazzi sorria enquanto conseguia uma foto da minha dor ou da de Sofia. O mundo parou para nos observar chorar naquele enterro. E ninguém se perguntava, como um exato de duas pessoas poderiam morrer ao mesmo tempo de overdose?

A perícia afirmou que a droga usada estava estragada, por isso os dois morreram. Mas eu sinceramente nunca ouvi falar de drogas estragadas.

Os dias se passaram e a dor que eu sentia se transformava em puro ódio, nem ao menos medo ou solidão, eu queria respostas, mas as que me davam não me convencia. Mas a verdade, o que eu mais queria, é que tudo aquilo fosse uma total mentira.

A fortuna de meus pais serviram para pagar dívidas de coisas que a gente sequer teve, ficamos sem absolutamente nada, era eu e Sofia. As câmeras não filmavam isso, as câmeras desligaram no exato momento em que desceram o caixão dos meus pais. Eu e Sofi ja não passávamos de méras desconhecidas.

Tivemos que sair do colégio pois não tínhamos dinheiro para pagar. Saímos sem mais explicações, deixamos tudo lá, até mesmo Lauren, que me ajudou tanto com seus abraços e carinhos, secando minhas lágrimas. Eu realmente não queria que ela carregasse mais esse peso de uma amiga totalmente falida, e então me abstive de dar toda essa informação catastrófica a ela, e aquilo realmente doía.

  Não tínhamos nada, e perante isso a justiça decretou que deveríamos ficar com parentes próximos, o fato é que jamais tivemos parentes próximos até acharem alguém que sequer tinha sido citado seu nome alguma vez por meus pais.
  Trocamos de número, e nos mudamos para NY, onde tínhamos um "tio" chamado Felix, que nos abrigou, mas em troca, deveríamos trabalhar para ele, ajudar ele nos negócios e sinceramente, que escolha nós tínhamos?

De início não fazíamos a mínima ideia de onde estávamos metidas, mas afinal, eu tinha 16 anos e Sofia 11. Não havia se passado nem 1 ano da morte e ja estávamos naquela situação.

De fato a vida pode ser mesmo uma caixa de surpresa, mas esqueceram de colocar no ditado que nem sempre essas surpresas são coisas boas.

- Camila, Sofia, venham aqui agora, parem de empacotar isso, você precisam fazer algo pro tio de vocês! - O homem de traços latinos assim como os de Alejandro, com um cabelo preto olhos escuros e totalmente desleixado nos chamou.

- O que foi Felix? - Disse com cara de poucos amigos.

- Tio! Tio Felix - nos corrigiu recebendo uma virada de olho de ambas.

- Até ontem eu nem sabia que você era meu tio, então se você não se importa, geralmente demora um tempo para digerir algo do gênero. - Recebi um olhar quase que mortífero do velho

- Você tem que ir nesse endereço levar isso para seu tio! - Sofia com cara de interrogação logo olhou para mim.

- O que diabos é isso?

- Não interessa, se quiser ter um teto para morar, não demore! - Sem mais saída as fomos foram para o tal lugar levar a tal encomenda

  Eu não  gostava nada de estar ali, mas mesmo assim peguei a sacola que continha algo pesado, e sem questionar saí em busca do tal endereço que o homem Latino havia me passado.