O seu nome é ...

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Celeste voltou pra casa pensando no que a mulher queria dizer.''Eu não vou, eu não vou'-ela ficou repetindo para si mesma durante todo o percurso da volta pra casa querendo se convencer a não ir até a biblioteca e procurar o que quer que a mulher sem face queria que ela encontrasse.

Ela chegou em casa e logo viu Sebastian arrumando a janela que estava quebrada na varanda como ela havia pedido para ele fazer à algum tempo atrás. Ao ver aquela cena, Celeste só conseguia sorrir e pensar no quão incrível era o homem com o qual ela havia se casado.

-Oi, querida.-Sebastian disse quando percebeu que Celeste havia chegado e que estava ali à algum tempo- faz quanto tempo que você está ai? 

-Oi. Não faz não. Cheguei a um minuto ou dois.

-Hmmm.

-Bom ver que você finalmente está consertando a janela.

-Demorou um pouco mas eu finalmente tomei vergonha na cara e comecei a conserta-la.-Sebastian disse tentando soar engraçado.

-Ainda bem.-Celeste respondeu seguindo o ritmo da piada.-Vou entrar e tomar um banho e já volto.

-Está bem.

Celeste entrou e foi para o banheiro ainda repetindo mentalmente ''eu não vou''; Ela passou todo o banho repetindo aquilo para fixar na memória. Mas uma parte dela queria por um fim em tudo aquilo de uma vez. Acabar de uma vez com essa história ridícula. Ela desembaçou o espelho e ficou se encarando por alguns instantes.'' Você é mesmo muito burra'', Celeste disse para si mesma quando decidiu que iria até a biblioteca e descobriria o quer que fosse que ela deveria descobrir.

Ela se arrumou, desceu as escadas e pegou as chaves do carro. Quando ia para a garagem para pegar o carro ela lembrou que passaria por Sebastian e que teria que falar o por que de estar indo até a cidade. ''Eu vou até a biblioteca não tenho por que mentir'' ela pensou. O que de certa forma era verdade. 

-Aonde você está indo meu bem ?-Sebastian pergunta quando vê Celeste com a chave do carro e arrumada passando por ele

-Eu vou a biblioteca querido. Volta daqui a uma ou duas horas.

-Tá bom. Mas tente chegar antes do almoço.

-Prometo que vou tentar.

Celeste acenou um beijo para Sebastian e foi para o carro. Por mais que estivesse omitindo o que estava indo procurar na biblioteca, o fato de não estar mentindo para seu marido a deixava mais relaxada e em paz consigo mesma. 

A ida até a cidade de carro não demorou muito. Celeste logo chegou e estacionou o carro em um estacionamento que ficava perto da biblioteca. Ela desceu e foi andando receosa para a biblioteca '' mas que merda eu estou fazendo?''-Celeste pensou quando parou por um minuto na frente da entrada da biblioteca. Ela chegou perto de voltar pra casa e largar toda aquela loucura para trás. Mas ai ela se lembrou de Leocádia e por algum motivo ela sentiu que não poderia desistir da busca. ''Eu já vim até aqui mesmo''.Então depois de dizer isso pra si mesma, Celeste foi em frente e subiu as escadarias e por fim entrou. 

Biblioteca Camilo José Cela. Era um prédio comum em vários aspectos. Não havia nada que o fizesse se destacar. Havia várias sessões de diferentes tipos de livros para cada tipo diferente de leitor. E como bibliotecária havia Amarilis, uma moça inteligente que estava sempre de cabelo amarrado, não importava a hora ou o lugar no qual fosse vista.

-Biblioteca Camilo José Cela, bom dia.

-Bom dia, Amarilis.

-Bom dia, Celeste.Faz tempo que eu não te vejo. 

-É faz mesmo. Aqui tem sessão de ocultismo não tem?

-Tem, é só você seguir por esse corredor e virar a direita. A sessão fica perto do extintor de incêndio.

Celeste seguiu a indicação e logo achou a sessão de Ocultismo. Ela foi passando a mão pelos livros até que viu um que chamou sua atenção. Era grande e com letras douradas na capa e na lateral. Devido ao fato de ser grande Celeste logo pensou que deveria se tratar de um compendio.

-É este.

-Ahhh-Celeste soltou um grito de susto. E ao olhar para o lado ela se deparou com mulher sem face.-Custa pra você dizer quando vai aparecer?

-Pegue. É ai que está o que você precisa saber.

Celeste se perguntou como a mulher poderia saber mas dentro de si, ela sentia que aquilo era o que ela estava procurando. Ela então pegou o livro se sentou em uma mesa e na companhia da mulher sem face  o folheou com cuidado. Ela ficou vendo aquelas gravuras e sigilos tão assustadores até que ela viu um desenho. Um que quando Celeste viu, foi como se um soco tivesse sido dado na boca do  seu estomago.

-É ele.A criatura.

A mulher sem face acenou com cabeça em sinal de concordância. Celeste estava atordoada. Ela agora sabia. Sabia o nome da criatura que a aterrorizou. A criatura que matou Leocádia se chamava ... Agares.


Pretty NightmareOnde histórias criam vida. Descubra agora