Episode 47 - Mirror

1.7K 116 10
                                    

-Sanem-

"Onde Can estava?" Minha mente martelava a cada segundo enquanto o procurava, ligava para o seu celular e nada. Ele não estava em lugar algum, não atendia. Meu coração pulava feito louco e a culpa de não ter colocado tudo pra fora, enquanto podia, me dominava.

Invadi seu quarto sem permissão mais uma vez, isso já estava virando minha rotina. Vi suas coisas espalhadas, suas roupas separadas encima da cama. Ele estava me deixando de novo. Peguei uma de suas camisas do monte de roupas, instintivamente, para sentir seu cheiro.

"Sanem?"

Me virei em direção a porta, Can estava parado com um olhar inicialmente curioso. Depois de alguns segundos, percebendo que eu estava com uma de suas camisas na mão, soltou um risinho.

"Devo perguntar o que você está fazendo no meu quarto? Segurando uma boxer minha?"

Abaixei o olhar para minhas mãos, e percebi que não era uma de suas camisas que eu havia pegado dentre as roupas. Acredito que meu rosto ficou da cor de um tomate naquele momento.

"Eu... é... estava procurando... roupa suja... isso, roupa suja! Se você tiver alguma roupa suja pra lavar, eu poderia te ajudar."

"Roupa suja? Okay. Essa aí não tá suja e desde quando você lava minhas roupas, Sanem?"

"Só queria ajudar..."

"Por isso você me ligou 15 vezes? Pra perguntar se eu tinha roupa suja? Pra você me ajudar a lavar?"

"Evet."

"Não, Sanem, eu não tenho roupa suja." Can me respondia, mas eu percebi que ele estava se segurando para não rir, o que indicava que não tinha acreditado em uma só palavra do que eu disse.

"Okay. Tamam." Saí com a cabeça baixa, entregando sua boxer assim que passei por ele na porta. Apesar de todo o desastre dele me ver cheirando sua roupa íntima, estava aliviada por ele ter aparecido, mas a possibilidade dele ir embora novamente, a qualquer momento, me amedrontava.

-Can-

Não encontrava Sanem. Não que eu tivesse algum assunto urgente para tratar com ela, mas sua ausência me causava quase que uma dor física. Liguei para o seu celular inúmeras vezes e estava desligado, comecei a me preocupar, de fato, algo poderia ter acontecido.

Não a encontrei em nenhuma das casas da fazenda, só faltava a sua casa. Fiquei com receio de entrar sem permissão, mas mesmo assim, o fiz. Ainda nenhum sinal de Sanem, só faltava um cômodo.

A porta do quarto de Sanem estava entreaberta, olhei com cuidado e a visão que tive me deu a impressão de ter ido direto para o céu. Sanem estava de costas, se olhando no espelho, virava lentamente de um lado para o outro. Não seria uma cena tão extraordinária, na verdade seria, pois tudo nela era magnífico, mas seria algo normal, se não fosse um pequeno detalhe: Sanem vestia apenas uma lingerie preta, de renda e um scarpin vermelho. Me agarrei na maçaneta da porta com tanta força, que achei que poderia quebrá-la a qualquer momento. Quando comecei a admirar seu corpo espetacular, notei ela se cobrindo rapidamente e virando em direção a porta. Droga, ela deve ter me visto pelo através do espelho.

"Can? O que você tá fazendo aí? Me espiando?"

Sanem parecia envergonhada, abri a porta e entrei, fechando-a em seguida.

"Desculpa Sanem, estava te procurando, mas não a encontrei e você não atendia o celular, fiquei preocupado."

"Eu vi suas 12 ligações perdidas, mas está tudo bem não se preocupe. Era algo importante?"

"Na verdade não." Fui encurtando a distância entre nós, ficando apenas a centímetros dela. Sanem me olhava com curiosidade. "Na verdade sim. Queria saber por que você estava me procurando mais cedo."

"Já falei. Para perguntar se você tinha roupa suja..."

"Para perguntar se eu tinha roupa suja? Okay Sanem. Agora a verdade." Coloquei minhas mãos em seus ombros e a senti estremecer.

"Essa é a verdade." Olhei no fundo dos seus olhos.

"Você sabe que não é." Sanem não respondeu. Sem quebrar o contato visual, nem por um segundo, desci minhas mãos e lentamente abri seu roupão, ela abriu os olhos de espanto, mas não me impediu. Engoli em seco quando a vi daquele jeito, diante de mim, tão perto... Tive que juntar toda a força que me restava para não gemer alto com a visão do seu corpo, seminu, a centímetros do meu. Deslizei o roupão pelos seus ombros e o deixei cair no chão. Olhei de cima a baixo várias vezes e tive a certeza que era uma deusa que estava na minha frente. Suas curvas eram acentuadas pelo pouco tecido que a cobria, sua pele bronzeada e lisinha parecia que irradiava raios de sol, me cegando completamente. A respiração de Sanem estava irregular bem como a minha.

"Pode me dizer a verdade, Sanem." Sem querer, minha voz saiu baixa e rouca. Comecei a deslizar a ponta dos meus dedos pelo seu braço, lhe causando arrepios, fazendo meu corpo responder a cada reflexo. Contornei seu corpo lentamente, subindo e descendo a ponta dos meus dedos pelos seus braços.

Sanem parecia tão pequena a frágil sob minhas mãos, entretanto, minha força não era nada perto do poder que ela exercia sobre mim.

Fiquei diante de suas costas e Allah Allah, não sei qual visão era melhor. Me afastei um pouco pra admirá-la, olhando de cima a baixo, passei a língua pelos lábios. Se não tivesse a minha reposta logo, não sei o que seria de mim. Fiquei a centímetros do seu pescoço e bem pertinho do seu ouvido, falei outra vez.

"Tô esperando a verdade, Sanem. Você sabe que não vou sair daqui até você me dizer."

Passei meus lábios lentamente pelo seu pescoço e senti seu corpo arrepiar. O calor que emanava dela, cada vez que me aproximava, passava diretamente pra mim. Minha calça já estava incomodando.

Ouvi Sanem limpar garganta e finalmente começar a falar com sua voz trêmula e baixa, ela estava tão afetada quanto eu.

"Estava preocupada... vi suas roupas pelo quarto e entrei em desespero..."

Enquanto ela falava, meus dedos caminhavam lentamente pelos seus braços, seus ombros, suas costas... queria poder baixar mais, porém não era o momento, ainda. Cada vez que meus dedos deslizavam lentamente em sua pele a sentia estremecer sob meu toque.

"Porque, Sanem?"

"Achei... acho que você vai embora de novo."

"Você não quer que eu vá?" Perguntei com os lábios tocando sua orelha.

"Não! Você não pode me deixar de novo. Não suportaria." A senti fechar os olhos enquanto assumia seu medo, sorri com sua resposta. Encostei meu corpo totalmente no dela, mostrando todo meu desejo.

"Não vou a lugar nenhum, Sanem. Nunca mais. Não sem você." Falei com os lábios colados em seu pescoço. Meus lábios mal encostavam em sua pele e sentia uma onda de eletricidade percorrer meu corpo. Sanem se empurrou contra mim. Não sabia que ainda tinha forças, mas tive que me afastar dela. A ouvi suspirar, e parando na sua frente, olhei diretamente em seus olhos.

"Vem jantar comigo. Vamos conversar. Mas saiba que não irei a lugar algum."

Sanem apenas assentiu me dando um sorriso de tirar o fôlego. Aproximei minha boca da sua, sentido seu hálito no meu.

"Não tira isso bebek." Falei colocando um dedo em cima da renda, perto do seu colo. Respirei fundo e depositei um beijo no canto de sua boca. Fui em direção à porta e senti sua respiração pesada.

Não me atrevi olhar para trás. Se o fizesse não seria capaz de me conter, nem por mais um minuto.

Alternative CanemOnde histórias criam vida. Descubra agora