🌦 // terceira parte

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Em quatro meses da chegada dos calouros ao prédio do ensino médio, por nenhuma vez Chanhee saiu atrás de Rowoon para seus encontros durante o intervalo, contudo, o mais velho ainda podia se gabar pelo fato do garoto não sair de sua sala até que ele chegasse para buscá-lo. E Hwiyoung, como melhor amigo confidente, sempre esperava junto, os dois sentadinhos na fileira da janela. Eles estavam brincando do Jogo da Velha na banca do mais novo quando Rowoon chegou, lançando um olhar engraçado ao de fios longos e assentindo, confirmando o plano Taemin.

“Por que Hwiyoung nunca vem com a gente?” O Kang perguntou assim que chegaram ao segundo - e menor - jardim da instituição. O maior foi mais rápido, apressando-se para deitar na parte cimentada, a que dividia o caminho de pedras das flores. Ele deu de ombros, apoiando a cabeça no punhado que fez com o casaco.

“Eu não sei, você não me disse uma vez que ele preferia comer no refeitório?” Respondeu com certa indiferença. O que ele fazia com Hwiyoung não era um crime, mas imaginar que Chanhee poderia ficar chateado consigo por pedir ao garoto de cabelos longos que não atrapalhasse suas investidas era assustador, seus ombros enrijeceram; perder quem ainda não tinha era o último de seus desejos. Fechou os olhos por um segundo até voltar a sorrir grande, virando o rosto para observar o mais novo sentando ao seu lado. “Por quê? Você não gosta tanto assim da minha presença?”

“Aish, não é isso, hyung! É só que... Nós estivemos juntos há tanto tempo, mas foi o hyung começar a me chamar para passar o intervalo com você que ele...” Ponderou, fitando o céu azul, evitando os olhos do Kim. “Será que ele está com ciúmes da nossa amizade?”

Rowoon não esperava ouvir aquilo. E ele também nunca parou para pensar que Hwiyoung sentia ciúmes do que acontecia, pois o garoto nunca demonstrou aversão aos seus encontros com Chanhee e até mesmo o ajudava. O que havia o surpreendido foi ouvir da boca de lábios rechonchudos que havia alguma coisa entre eles, indiretamente o chamando de amigo.

Tentou disfarçar sua felicidade com um sorriso malicioso, cruzando os braços sobre o peito, percebendo que o foco do menor ainda estava no azul do céu. “Ciúmes? Hum, e é de mim ou de você?” E os olhos alheios se arregalaram assim que entenderam o sentido daquela pergunta, automaticamente voltando-se para o sunbaenim. Rowoon riu, já que esperava tal reação. “Deixe de pensar besteiras, Chani-ah, e me dê logo esse fone!”

Seu sorriso ainda estava lá, menos provocante e mais doce, mas ainda era o sorriso que Chanhee estava aprendendo a gostar. Quando Experience deu lugar a Flame Of Love, uma das músicas conhecidas de sua biblioteca, mas cantada apenas em linhas japonesas, ele tirou um dos fones do ouvido e deitou de barriga para baixo, entregando o fio ao mais alto. A primeira etapa de exames passou, a professora de álgebra o parabenizou antecipadamente pela nota máxima na matéria e seu artista preferido lançou um novo álbum; a semana estava se mostrando perfeita, não tinha motivo para se preocupar com a ideia do melhor amigo e mais antigo com ciúme do novo.

ao som de flame of love ✧ rochanOnde histórias criam vida. Descubra agora