🌥 // quarta parte

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A terceira e última etapa de exames antes da pausa obrigatória para o verão chegou, assim como o quinto mês do ano letivo. Desde que Kim Inseong, um dos maiores orgulhos daquele colégio, se formou há dois anos, Rowoon começou a carregar o título de melhor aluno no contador geral; além do respeito automaticamente ganho por ser um estudante de último ano, ele também era respeitado por sua impactante inteligência. Assim, nenhuma conversa maldosa caía sobre os ombros de Rowoon, nunca. Nem a sua amizade com Chanhee rendeu falatórios do tipo ‘mantenha os amigos perto e os inimigos mais perto’, nem a forma como Lee Dawon se referia ao garoto recém chegado como seu ‘baby boyfriend’ viralizou pelos corredores.

E o moreno, de alguma maneira, sentia-se agradecido por isso, dado que Chanhee poderia se assustar com seu nome em meio a rumores e estragar todo o progresso lento que o mais velho havia alcançado.

As coisas aconteciam conforme o planejado em sua cabeça, deixando as pesquisas sobre Taemin e a carreira dele salvas numa pasta em seu computador, conquistando Chanhee daquele jeito arrastado, devagarinho, sem pressa, até que - numa esperança ainda viva - fosse o próprio Kang a revelar sentimentos.

Assim como nas provas passadas, a última delas seria aplicada após o almoço e mais uma vez Rowoon presenciou a figura de um garoto do décimo primeiro ano transbordando nervosismo com os resultados que sequer havia previsão de saída. Eles estavam no banco de cimento de sempre, no jardim de sempre, o arroz mal tocado nas tigelas e os fones do Kang ao menos saíram do bolso da calça.

“Eu sei que pode parecer mesquinho, mas quem deveria estar nervoso nessa situação é eu.” O mais velho incitou a conversa, tendo do menor um revirar dos olhos. “Você é perfeito, Chani, eu tenho certeza que vai conseguir manter suas notas altíssimas. E até te deixo me passar no contador geral!” E Chanhee bufou, completando o pacote de ‘pequeno emburrado’ com um empurrão bem forte no braço de Rowoon, fazendo-o ter que rapidamente pressionar a palma da mão no banco para não cair. Riu, uma vez que Chanhee se tornava ainda mais atraente quando amuado. “Esqueça essa preocupação, pequeno dongsaeng, você me disse que traria uma playlist com todos os artistas que gosta. Vamos seguir com a programação de sempre, esqueça as provas um pouquinho.”

“Eu não estou em condições de escutar música, hyung. Isso vai me distrair e posso acabar esquecendo todos os assuntos!” E aquelas reclamações persistiram, diferente das outras vezes, onde o Kang optou pelo silêncio ou ignorar completamente as palavras do mais alto, deixando-o falar sozinho. E ele não era falador, o impacto de cada frase corrida, usando sua voz de tom grave, forte demais para um garoto de 16 anos, fazia o coração de Rowoon acelerar como o de uma garotinha pré-adolescente conhecendo o amor.

Os cinco meses com Chanhee não tinham sido o bastante para conhecê-lo a fundo, ainda que tenha recorrido aos conselhos de Hwiyoung, Dawon e na ansiedade de ter tudo de uma vez, de Taeyang. Vê-lo falando pelos cotovelos, levando o resto da dignidade e autocontrole que tinha, Rowoon se desesperou.

“Ei, ei, ei! Chani-ah, olha para mim!” Chamou, puxando Chanhee para ficar sentado de pernas cruzadas a sua frente, cara a cara. Ele deslizou suas mãos dos braços até as mãos menores, apertando com vontade os dedos nos dele, tentando confortar, mesmo que ter aqueles olhos em si fosse perigoso demais. “Vai dar tudo certo. Sei que a pressão de dar orgulho aos seus pais é grande, eu também sou lembrado todos os dias que tenho capacidade de fazer melhor do que já faço. É um saco, mas a gente ainda quer fazer isso.” O Kang mordeu o lábio inferior, direcionando seus olhos do rosto do moreno para as mãos entrelaçadas. “Eu também tenho exames daqui a pouco e estou agoniado para saber se posso manter minhas médias, mas não quero que isso me atrapalhe... Nem a você! Por que não conversamos sobre outra coisa que não desvie completamente da realidade?”

ao som de flame of love ✧ rochanOnde histórias criam vida. Descubra agora