Bunny

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Ah.. O frio de South Park, ele congelava até os ossos e deixava qualquer um que entrasse em seu caminho sem um agasalho doente. Delicados flocos de neve caiam no telhado de uma pequena casa amarela, a neve e o frio não pareciam incomodar os moradores daquela casinha delicada e bem arrumada.
Ou quase bem arrumada.
No chão da sala aconchegante e quentinha havia um longo vestido branco, que iniciava uma pilha de roupas femininas que seguiam pelos corredores, um sutiã, um vestido rosa tão escuro que beirava a roxo, um colar de pérolas, havia tambem quadros e enfeites no chão, tudo levando até o quarto.
Lá dentro o cheiro de sexo era forte, o suor escorria pelas costas do loiro ainda de peruca, ele estava ofegante, mas não desviava os olhos nem por um segundo do namorado abaixo de si.
Kenny havia perdido a peruca já a algum tempo, ela estava no chão ao lado da cama, mas ainda conservava aquela coroa estúpida na cabeça. Os cabelos curtos recém cortados estavam ensopados, suas mãos estavam firmes na cintura de Butters, o guiando da melhor forma que podia.
Butters e Kenny, ninguém nunca diria que algo assim poderia acontecer, mas acontecia, fazia um tempo, desde que Kenny descobrirá que Butters era ninfomaníaco aos 17 anos, o que foi um choque para o loiro tarado de South Park. Um choque maior ainda foi saber que Butters não buscava nenhum tipo de tratamento e se achava uma espécie de demônio por causa de sua doença. Com pena, Kenny começou a tentar ajuda-lo, ajudar de verdade, sem se aproveitar ou buscar alguma satisfação própria, ele e Kenny começaram a conversar melhor, se tornaram mais amigos, o de jaqueta laranja enfrentou os pais do azul pra que eles iniciasse o tratamento (morreu algumas vezes, mas sucesso), o acompanhava nas seções no médico quando seus pais se recusavam a participar daquela "vergonha", fazia o menor se sentir seguro (ou tentava), prometia que lhe daria um lugar pra ficar quando tivesse dinheiro e Karen estivesse longe do inferno que são seus pais. Quando sua irmã finalmente conseguiu uma moradia semi fixa na casa dos Tucker Kenny saiu da casa dele pra uma casinha nova e barata e levou Butters consigo para poder ajudar ele no tratamento mais intensivo que viria e tirar da casa daqueles monstros que ele chamava de pais. Um dia o pequeno loiro teve uma crise, ele e Kenny ficaram juntos, e não se largam até hoje. O namoro dos dois sempre foi algo muito implícito em South Park, mas ambos não falavam muito sobre ele. Então mais da metade das coisas que aconteciam naquela casa ficavam pela imaginação das pessoas, que se perguntavam como o Santo Butters havia fisgado Kenneth McCormick.
Coitadas das pessoas de South Park.
Mas era melhor que acreditassem nisso.
Claro, Kenny não poderia dizer que não se divertia em imaginar a reação delas se soubessem que seu loiro era tão ruim quanto ele próprio. Ele sentia vontade de ir e mostrar a todos a verdadeira cara de Butters. Porém toda vez que vía seu loiro de banho tomado, chocolate quente em mãos e sorriso no rosto desistia disso, Butters era quem ele era, ele não fingia ser bondoso e inocente, ele ERA bondoso e inocente ao seu modo.
Completamente exibicionista, mas bondoso e inocente.
Tinha um monte de fetiches estranhos, mas bondoso e inocente.
O melhor que Kenny já tinha provado na cama, mas sim... Vocês sabem...
-O que ouve minha Princesa, não está bom o suficiente pra você?
Um gemido alto sai dos lábios de Kenny quando ele ouve aquilo. Malditos apelidos de cama.
-Eu já disse que amo quando vc me chama assim?
Marjorine sorri de uma forma fofa que não condizia em nada com os pequenos gemidos que escapavam de sua garganta.
-Talvez uma ou duas... Ou vinte vezes.
Kenny não responde, mas leva sua mão ao pescoço dele trazendo-o mais perto e beijando intensamente, acelerando os movimentos.
Os gemidos de Marjorine entre o beijo ficavam mais e mais altos, Kenny sabia que ele estava perto, por isso desliza os dedos pela pele macia de suas costas, passando pelo peitoral, deslizando levemente os dedos em um leve roçar pelos mamilos vermelhos castigados e levando a mão direita até o membro esquecido do loiro em seu colo, que encara ele, parando por um segundo os movimentos antes de gemer quando Kenny começa a movimentar sua mão e forçar a cintura dele novamente pra cima e pra baixo.
O menor fecha os olhos, se deixando guiar pela primeira vez desde o começo daquela manhã, Kenny aproxima a boca de seu ouvido, sussurrando:
-Ma... -Ele coloca o cabelo da peruca atrás da orelha delicada. -... Eu preciso que você acelere, preciso que goze pra mim. Isso é uma ordem.
Kenny então puxou ele pra um beijo, não deixando que ele falasse nada, aumentando cada vez mais o ritmo, sentindo seus lábios serem mordidos com tanta força que o gosto metálico do sangue chegava a sua boca, as finas unhas do namorado machucando sua pele.
Butters seguia a ordem como se aquela fosse a última transa deles pro resto da vida, algo que Kenny admirava muito nele era isso, ele subia e descia em um ritmo rápido que sabia que levava Kenny a loucura.
-Mais rápido Princesa, por favor. Mais rápido.
Kenny se derretia com aquela voz manhosa de Butters quando ele estava bem perto de " Chegar lá ", ele acelera os movimentos, os barulhos de corpos se chocando ecoam pelo quarto, um gemido longo sai pela boca de Kenny quando ele goza:
-Ma....
Ele sente sua fala interrompida por um beijo afoito do namorado. Que não havia parado o que estava fazendo até que, com um gemido sofrendo e encoberto pela boca do seu amado, ele também vem.
Ambos ficam quietos por um tempo, curtindo a sensação, Kenny da um leve sorriso e puxa a peruca de Butters, deixando ela cair no chão.
-Bem melhor agora... Consigo ver seu rosto de novo.
Butters sorri e fecha os olhos, respirando fundo antes de sair de cima de Kenny, deitando ao seu lado na cama. O maior se vira, tirando a coroa da própria cabeça e colocando desajeitadamente na do amado.
-Toma, você merece isso.
Uma risada leve toma o ambiente.
-Kenny, eu não vou deixar você fugir do banho só porque agora vai me deixar usar a coroa, é sério, já deu, eu sei que ta frio mas você não pode...
Kenny interrompe ele com um beijo, envolvendo sua cintura e tocando levemente o membro sensível com o joelho.
-Kenny, você já usou essa tática, não funciona cinco vezes seguidas.
Kenny sorri, mordendo o lábio inferior do namorado.
-Eu posso tentar não posso ?
-Kenny, você já me ganhou no corredor, na porta, e no quarto. Mas é minha obrigação enquanto seu namorado garantir que você tome banho depois de voltar de uma boate de drag queens.
Kenny geme baixo de descontentamento e se deita de novo.
-Prefiro sexo.
-Eu também...
Kenny se vira pra ele, o sorriso malicioso manchando os lábios.
-Então ainda estamos falando por que?
Butters respira fundo, tirando a coroa da cabeça e a observando. Kenny quase conseguia ver as engrenagem do seu cérebro trabalhando, armando um plano, medindo tudo na balança, havia grandes chances dele ter feito um xeque mate.
-Kenny...
-Eu posso pegar o rabo de coelhinho.
-Kenny...
-E eu te faço uma massagem...
Butters se vira pra ele, xeque mate?
-... Que tal a gente fazer assim... -Ele encara Kenny. -... Você me leva até o banheiro, a gente fode, você da banho em mim e toma um banho, ficamos limpos, dormimos abraçados assistindo uma série e quando acordarmos eu faço o que você quiser que eu faça?
Kenny se senta na cama rapidamente e encara os olhos de Butters.
-Qualquer coisa?
-De biscoitos a boquetes, você escolhe.
Kenny se levanta, pegando Butters no colo imediatamente.
-Por que você não falou isso antes de eu colocar a coroa em você?
Butters faz uma cara de ofendido, assim como seu tom de voz:
-Se falar assim comigo de novo eu te mando pro banho sozinho e você dorme na sala.
Kenny arregala os olhos, tirando delicadamente a coroa do namorado e deixando na mesinha perto da cômoda.
-Não foi minha intenção ofender... Não faça nada precipitado.
Butters ri perante o desespero de Kenny, colocando as mãos na boca delicada.
-Só liga logo esse chuveiro. Água quente, você sabe como eu gosto.
-Eu não to afim de morrer queimado antes de fazer o que eu quiser, então posso deixar no morno?
Butters faz um biquinho.
-... Morno pra quente?
Esse biquinho aumenta e junto com ele vem a carinha de bravo.
-Ok, ok, quente, pelando, parecendo uma prévia da festa do Damien, que a propósito a gente devia ter ido não?
Butters interrompe ele mordendo forte o seu pescoço quando as primeiras gotas de água começaram a cair em sua cabeça. Não queria falar da festa.
Kenny geme, entendendo o pedido agressivo e colando Butters na cabine fria do pequeno box.
-Como quer que eu faça?
-Forte, rápido, com bastante beijos, você sabe como eu gosto.
Kenny sorri, tomando os lábios do seu loiro de uma forma completamente apaixonada.
Ah, como era bom estar gostando de alguém....
-Te amo loirinho.
-É... -a voz de Butters falha levemente. Seus olhos encaravam intensamente a pessoa que o segurava. -Eu também vadia.

one shots de South ParkOnde histórias criam vida. Descubra agora