Oito...

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A minha primeira consulta  com a psicóloga foi tenso, eu não sabia o que fazer ou dizer. Entrei em seu consultorio e ela me direcionou para uma cadeira da qual eu me sentei, ela sentou-se também logo em seguida de frente pra mim. Me perguntou o que tinha me levado ali, eu expliquei as coisas pra ela, sobre os acontecimentos dos os últimos meses. Ela me fez algumas perguntas, depois parou e me observou falar, quando percebi já estava avontade o suficiente para falar toda a minha vida, todos os meus sentimentos e pensamentos sem ela se quer me perguntar. Ela me observou e falou coisas das quais eu ri, chorei e fiquei aliviada. Sai dali pronta pra voltar na próxima semana.. ela me pediu pra fazer algum exercício, pois ajuda muito na disposição e a comer muita besteira.

Eu tava motivada e decidida a fazer caminhada, a tempos não fazia nenhum exercício, até jogar bola, que é uma das coisas que eu mais amo.

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Na semana seguinte eu comecei a fazer caminhada as 5 hrs da manhã com a minha mãe que sempre me atormentava quando eu não queria me levantar tão cedo assim, as 7hrs eu iniciei um livro que a tempos tinha comprado mais nunca lido, "corações em fase terminal", esse livro literalmente salvou o meu coração, ele fala em como as nossas ações interfere no nosso coração, sentimentos e vida, em como cada um tem uma "doença no coração ", da qual só cuidando dele para salva-ló, muitas vezes não cuidamos da nossa mente, veja lá do coração.  As 8 hrs eu ia para reunião de oração na igreja, saia as 9:30 hrs e voltava para o meu quarto, minha solidão e assim foram duas semanas.

Eu ainda não estava preparada para voltar pra escola, por mais que eu sabia que não poderia perder mais aulas, era o meu último ano, perdesse seria mais uma derrota na minha vida. E foi na terceira semana, depois de duas consultas com a psicóloga, que eu decidi ir, por mais que eu passasse mal e voltasse para casa, eu não iria desistir fácil assim.

O mês passou tão rápido que quando eu vi eu já tinha me adaptado novamente a escola e as pessoas. Infelizmente parei de ir na psicóloga por falta de condições, apesar da psicóloga ter feito um preço justo por mês, não queria dá mais esse fardo para os meus pais, eles já gastaram horrores com remédios e o pessoal da igreja com a consulta.  Então, decidi dizer que estava bem e não ir mais.

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Meses se passaram e eu consegui tratar tanto a depressão como a ansiedade como parte de mim, "a mais você não tem que pensar assim, tem que tirar ela de você ", não é bem assim, se formos tratar a depressão e a ansiedade como inimigas, como algo que temos que combater, essa "guerra" nunca vai acabar. Elas são parte de mim e não tem mal algum assumir isso, porque ela é parte de mim, mas, ela não me controla ou manda em mim. Assumir que ela faz parte da gente nos da o total controle sobre nossas vidas e sentimentos, ela faz parte de mim, mas eu é quem mando, ela pode até me dar crises de vez em quando, mas sou eu que decido se vou viver "normalmente" nessas crises ou apenas me deitar e chorar, faz total diferença ter o controle da situação. 

DepressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora