I - You claim it's not in the cards

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PEPPER

Acordo na manhã de segunda-feira com o barulho da chuva batendo contra o parapeito da janela. Estamos no início de Junho, a primavera está chegando ao seu fim, mas pelo temporal e temperaturas amenas que os termômetros marcam durante esse período, parece que o verão nunca chegará.

Respiro fundo algumas vezes e esfrego meus olhos calmamente tentando criar coragem para iniciar meu dia. Embora eu seja considerada uma espécie de workaholic, tudo o que mais quero é permanecer no conforto da cama, sob o calor das cobertas. Mas, eu sei que não posso, a vida adulta me obriga a cumprir com algumas responsabilidades e o meu trabalho, embora na maiorias das vezes eu ame, é uma delas.

Finalmente me dou por vencida, após uma longa batalha mental, e quando estou para me levantar sinto um corpo quente se aproximar ainda mais do meu e apertar seus braços em volta da minha cintura.

— Bom dia. -Ele sussurra em meu ouvido com sua voz rouca e sonolenta, capaz de me causar arrepios por todo o corpo.

— Bom dia. -Respondo suavemente, girando sobre o colchão e ficando de frente para ele, encontrando os grandes olhos cor de mel de Thomie me observando. — Você sempre vai ficar fazendo isso? -Sorrio sem graça.

— Isso o quê? -Se faz de desentendido.

— Ficar me observando dormir. -Declaro. Embora essa manina seja fofa, é também um pouco assustador.

Every breath you take, every move you make, every bond you break, every step you take I'll be watching you. O clássico das músicas, performado pela banda The Police, logo surge em minha mente. Inicialmente, a mesma também era inocente, só uma letra romântica até todas as teorias assustadora a respeito da canção ser sobre um stalker surgirem.

Okay, okay... Talvez eu esteja surtando sem motivo.

— Eu gosto. -Thomas dá de ombros.

— Você deveria aproveitar esse tempo para dormir também.

— Eu dormi, faz poucos minutos que acordei e a vista estava muito boa para não ser apreciada. -Ele fala e eu tenho certeza de que nesse instante as minhas bochechas estão vermelhas, na verdade, mais do que vermelhas se considerarmos o calor que sinto a partir delas.

— Você deveria ter me acordado. -Desconverso.

— Você estava tão tranquila que eu não consegui, além disso, são 7h agora. -Indica o despertador ao lado da cama.

— E eu preciso estar na revista daqui a pouco. -Constato, me levantando. Ou amenos, tento.

— Onde você pensa que vai? -Thomie pergunta me puxando pela mão, fazendo com que eu caia de costas sobre a cama, sendo pega de surpresa pelo movimento.

— Eu preciso me arrumar.

— Você é a dona da revista, pode chegar atrasada.

— Eu preciso dar exemplo. -Rebato, fazendo o mínimo de esforço para me desenvencilhar dos braços dele, não é como se eu estivesse desconfortável.

— E que exemplo você estaria dando aos seus digníssimos funcionários se saísse sem dar um beijo de bom dia no seu noivo? -Ele questiona e eu rio do drama que faz, mas antes que possa responder, sinto seus lábios contra os meus.

Nosso beijo começa calmo, lento, mas eu o conheço, conheço a mim mesma, então assim que passa a se tornar faminto, me afasto. Por mais que seja fã de um delicioso sexo matinal, realmente não posso me atrasar.

— Esse foi um beijo de bom dia muito animado. -Thomas diz sorrindo, suas mãos ainda passeando pela lateral do meu corpo, adentrando o fino tecido da camisola de cetim.

What if we rewrite the stars?Onde histórias criam vida. Descubra agora