1°- Prólogo

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        ~ MIAMI, Flórida 19/01/31

       Angelina Jackson Wollytharies
                      
        8:35 am

_ O que me levou a fazer medicina? O que me fez querer ser médica? Quais características me encaixo para ser alguém que leva o cargo de médico nas costas?
    Persuasiva e calculista. Não existe características  melhores para me descrever. Escolhi uma profissão em que todos acham linda e perfeita, que na verdade é dolorosa. Ser médico exige a alma em seu trabalho, o que acaba sendo clichê. Não sou uma super-heroína que pode salvar todos os meus pacientes é difícil fazer as pessoas entenderem isso. Tudo depende da vida e do tempo que ela nos dá, à qualquer momento pode ser o último. Vivemos em uma caixa de surpresas onde o tempo é o nosso maior Vilão. Corremos contra ele , essa é a vida de um Oncologista.
  Meu trabalho é manter a alegria e ajudar as crianças à terem um pouco de esperança, tentar convence-los de que vai dar tudo certo basta somente acreditar no que está logo a frente esperando. Persuadir vários pais que desistem de lutar pela vida de seus filhos, fazer acreditar que vai melhorar. Calcular o que está ao meu alcance, fazer com que 2+2 seje igual a 5, utilizar além do que a ciência pode me proporcionar.
  Viver fora dos padrões que as pessoas impõem sobre nós médicos é a minha vocação. Sou aquilo que desejo ser . _

  Miami era tomada pela chuva, mais um dia cheio de luta pra mim. Parada em meio à um cemitério, cortejando outro  de meus pacientes que tentei salvar de um terrível câncer. Muitos olhares sobre mim de desaprovação por causa de minha presença aqui.

   Katherine, 6 anos. Uma vida longa pela frente, mas que um câncer a retirou de nosso meio.

   Respirei fundo e apertei minha mão no guarda-chuva, via todos indo embora deixando um pedaço ali enterrado.

  Caminhava pelas ruas de Miame  enquanto a chuva caia de forma serena, meus pensamentos viajavam pra longe onde se encontrava um vazio em minha mente. De repente sinto meu celular em meu bolso vibrar e em seguida tocar.

- Alô?! – Atendi com um certo desânimo, nem vi quem era.

- Filhinha! É a mamãe. Que desânimo é esse querida?! – Ela mal me deixou lhe responder à pergunta – Estou preparando um delicioso almoço aqui em casa, com tudo o que você gosta querida. Contei ao seu pai sobre seu novo namorado, podermos conhecer o rapaz hoje mesmo. Te esperamos com o seu homem! – Ó Céus! Dei um tapa em minha testa.
- Mãe , não estou nos meus melhores dias pra poder apresentar meu namorado à vocês. Sinto muito, mas quero ficar só por um momento. Tchau mãezinha!

  Desliguei o telefone antes que ela faça milhões de perguntas, as quais eu não irei responder. Minha mãe não sabe respeitar meu espaço, tenta me enfiar em qualquer homem disposto a me trazer uma aliança para por no meu dedo. Faça me o favor! Quem vai ter que aguentar esses velhotes sou eu não ela, a vida é minha!

Preciso de descanso e não um monte de gente falando em meu ouvido, afinal hoje é meu plantão no hospital. Bufei revirando os olhos.

- Preciso de uma bebida! – Apertei meus passos em direção a minha casa.

  Não vou ligar para o Donny, falando sobre esse almoço que minha mãe preparou , ele trabalha agora e não tem tempo de ouvir as baboseiras da minha mãe . As intenções dela  são absolutamente interesseiras, quer me colocar em uma coleira pra não fugir do meu “dono” e ser fluxo de dinheiro dentro da família para sustentar seus caprichos.

  Quando a chuva começa a engrossar eu chego à minha casa. Minha humilde residência, como eu chamo , situada no litoral da Flórida com vista para o oceano. Retiro meu casaco e o penduro em um gancho perto da porta, sou recebida amorosamente pelo meu cachorro Ryuk, um Huski Siberiano.

  Qual é? Uma médica não pode ter um cachorro com nome de Shinigami?

     Foda-se as opiniões.

  - Ta com fome garoto? – ele rodopia e corre de felicidade. Cachorros são estranhamente estranhos, essa é minha definição à eles. – Aqui garoto!

  Vou até a cozinha e pego sua ração dentro do armário colocando em sua vasilha de comida.

- Você se comportou muito bem pelo visto amigão, nenhum móvel vou comido ou rasgado. Parabéns! – Coloco a vasilha no chão e ele come com uma gula imensa. Cães!

  Após observa-lo e rir um pouco dele procuro meu whisky, quero esfriar a cabeça. Mas sozinha é ruim, acho que vou chamar alguém... mas quem?

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